tag:blogger.com,1999:blog-27348252023244102622024-02-21T14:55:14.964-03:00Devaneios LiteráriosLicrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.comBlogger215125tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-9187887633967479302013-06-11T13:00:00.001-03:002013-06-11T13:01:11.741-03:00Mar Morto - Jorge Amado<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 16px;"> "</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;">É doce morrer no mar</span><span style="background-color: white; line-height: 16px;"> / nas ondas verdes do mar..."</span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc569aqoJ1ExpIYRNh650PwwKPAERQbWvzoKWG4uSHjGwL6SGGwuHuOUj5gz6clR1eKdDQKqsWsK-WQc0tZm_lrf_40uhzOkcRkRbN1IMeqyH21D1eU39u-Ro_Do2Tjn5Sw7eePCaWyZo/s1600/6125210.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc569aqoJ1ExpIYRNh650PwwKPAERQbWvzoKWG4uSHjGwL6SGGwuHuOUj5gz6clR1eKdDQKqsWsK-WQc0tZm_lrf_40uhzOkcRkRbN1IMeqyH21D1eU39u-Ro_Do2Tjn5Sw7eePCaWyZo/s400/6125210.jpg" width="252" /></a></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;"><br /></span></span>
<span style="text-align: justify;">Os versos iniciais da música de Dorival Caymmi, estão presente no romance "Mar Morto" do baiano Jorge Amado, e exemplifica o sentimento dos mestres de saveiro do porto, sempre a espera da morte, amando suas mulheres com furor antes de partir, sabendo que podem não voltar. </span><br />
<div style="text-align: justify;">
As mulheres do mar não temem por seus homens, pois sabem que um dia eles não voltaram, irão para as terras do mar sem fim, encontrar-se com Iemanjá. Lívia, porém, não é uma mulher do mar, por isso ele é seu inimigo e, a cada viagem, seu coração fica triste a espera de Guma, o mestre do saveiro "Valente".</div>
<div style="text-align: justify;">
Diferente de Maria Clara, Esmeranda e Judith, mulheres do porto, Lívia não perdeu os homens de sua família para o mar, por isso, quer que seu homem sobreviva à vida de marinheiro, podendo gozar para sempre as delícias dos braços um do outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
O tio de Guma, o velho mestre Francisco, tem no braço o nome do irmão e dos quatro saveiros que ficaram no fundo do mar. Ele se prepara para um dia colocar também o nome do sobrinho Guma, que não pode fugir à sua sina. Homem cercado de lendas, Francisco carrega consigo a dádiva de ser o únco marinheiro a ver Iemanjá estando vivo, o que o deixa confuso quanto ao seu fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
O mar é ao mesmo tempo amigo e inimigo, pois leva a vida de filhos, maridos, pais, irmãos, mas também é responsável pelo sustento das famílias e por toda a cultura do porto, as músicas, as danças, as lendas...extremamente poético, o romance representa um espaço da Bahia que tem suas próprias tradições, a religiosidade, os costumes, as regras, cercando os homens de mitos que envolvem antigos moradores do lugar em histórias de amor, vingança, sofrimento...no fim do romance o mar está morto para Lívia, mas el sabe que não poderá abandoná-lo, pois o mar é Guma, representa tudo que ele amou e viveu durante sua vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como outras obras de Jorge Amado, "Mar Morto" foi adaptado para a TV.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-7401597763785507362013-01-22T13:00:00.001-02:002013-01-23T12:47:21.503-02:00As Vinhas da Ira - John Steinbeck<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A família Joad, natural do estado norte-americano de Oklahoma, é expulsa de suas terras, vítima da competição e das párias sociais. Começa então o êxodo em busca da "terra prometida", a Califórnia, famosa pelas plantações abundantes de frutas que ofereceriam trabalho e vida nova aos lavradores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O romance "As Vinhas da Ira", do escritor norte-americano John Steinbeck, se desenvolve no período da Grande Depressão nos anos de 1930, no qual o flagelo de um país debilitado causava dramas naturais, como a miséria e o desemprego. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tom Joad, o filho mais velho da família, volta para casa depois de passar quatro anos na cadeia, condenado por assassinato. Ele logo percebe que a vida não é mais a mesma, pois as terras da família estão abandonadas e, ao encontrar o pregador Casy, decide ir junto da família até as ricas terras da Califórnia, nas quais, segundo as palavras do seu velho avô, "se poderia pegar uvas e comê-las, vendo-as escorrer pelas roupas". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cada personagem da família tem um significado muito importante na história. O Avô e a avó representam a velha geração que não aceita separar-se da terra onde nasceu e, por isso, não conseguem sobreviver às mudanças e morrem durante a viagem. Tio John, atormentado pelo remorso de ter causado a morte da esposa grávida, culpa a si pelo sofrimento que a família passa, esquivando governo e a situação de desigualdade social de suas responsabilidades. A mãe é a força da família e, mesmo diante das dificuldades, consegue solucionar os problemas, mesmo sendo realista e sabendo das dificuldades nas quais a família está inserida. O pai é o homem que sonha com uma vida melhor para seus filhos e, por isso, enfrenta todas as opiniões contrárias aos seus planos de viagem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O pregador Casy é o homem que pensa e reflete as situações e, por isso, acaba morto ao liderar uma greve que pedia salários mais dignos aos bóias-frias. Tom Joad é aquele que leva as ideias de Casy adiante e, por isso, diz à mãe que onde houver um injustiçado, ele lá estará. Palavras que anunciam sua vida de luta daquele momento em diante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A jovem Rosa de Sharon (ou Rosasharn), carrega em seu ventre o fruto de um casamento que acabou durante a viagem e, assim como as esperanças de melhor qualidade de vida da família, o bebê não consegue sobreviver, transformando-se num sonho desfeito, como o sonho da mãe de ter uma casinha branca na qual os filhos pudessem brincar no quintal. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/ZlsIQcfnlEw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A obra-prima de Steinbeck rendeu-lhe o Prêmio Pulitzer e depois, o escritor ainda foi agraciado com o Nobel de Literatura. Adaptado para as telas do cinema no ano de 1940, com Henry Ford no papel de Tom Joad, o filme foi um grande sucesso. O </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">cantor Bruce </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; letter-spacing: -0.05em; white-space: nowrap;"> Springsteen fez uma música chamada "The Ghost Of Tom Joad".</span></div>
Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-25760281215391228972013-01-05T20:31:00.000-02:002013-01-05T20:31:39.067-02:00 Ben Hur - Uma Historia Dos Tempos De Cristo<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O romance épico "Ben Hur - uma história dos tempos de Cristo", foi escrito pelo general norte-americano </span><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 14px;">Lew Wallace, que também foi um renomado pintor e tinha grande conhecimento da Bíblia, o que ajudou na composição do seu livro mais famoso. </span></div>
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Todas as vezes em que foi levada às telas de cinema, a obra-prima de Lew Wallace obteve grande sucesso. </span></div>
</span><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Contemporâneo de Jesus Cristo, Judá Ben Hur é uma herói que, injustiçado e traído pelo melhor amigo, o romano Messala, consegue sair de uma situação difícil e volta para procurar vingança e sua família perdida. O enredo pode parecer simples, mas a ambientação e o tempo no qual ele se passa envolvem o leitor, que passa a viver cada angústia da vida do hebreu Ben Hur de forma plena, pois é um personagem íntegro em questões morais, além de ser devotado à família e à religião judaica. </span></div>
</span><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Num mundo dominado por Roma, Judá Ben Hur é acusado de tentar contra a vida do cônsul romano e, por isso, condenado a servir nas galés como escravo para o resto de sua vida, além de não saber o que foi feito com sua mãe e sua irmã. A casa de Hur ficou desmoralizada e todos os bens da família foram confiscados, sendo um dos beneficiários o jovem ambicioso Messala, antigo amigo de Ben Hur que, depois de passar um tempo estudando em Roma, retorna à Israel com ideias que valorizam extremamente os romanos enquanto diminuem os judeus. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ajudado por pessoas que conquista com sua personalidade cativante, entre elas o próprio Jesus Cristo, Judá Ben Hur conseque a confiança e a adoção de um rico cidadão romano, que faz com que ele seja livre das galés e vá até Roma aprender as técnicas de luta deles. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A corrida na qual Ben Hur vence o rival Messala é épica e, extremamente cinematrográfica, além de muito emocionante.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAnHUUhhITNWq7EzOWv9nQPrI4lUinO5s6QGUwFz4tmQAhEcvVgVnSF3L4yrF2iIwPAP1aHSku54g04OYRQvY2ZBi08RXZplsYprloUemgf9PG-WJAV3Krw7rsQHX-gi0PSpuCYPAJ5Yo/s1600/1401076_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAnHUUhhITNWq7EzOWv9nQPrI4lUinO5s6QGUwFz4tmQAhEcvVgVnSF3L4yrF2iIwPAP1aHSku54g04OYRQvY2ZBi08RXZplsYprloUemgf9PG-WJAV3Krw7rsQHX-gi0PSpuCYPAJ5Yo/s320/1401076_4.jpg" width="195" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ao conhecer o Mago baltazar, um dos três que acompanhou a estrela-guia e adorou o Cristo Menino, Judá Ben Hur começa a se interessar pelo tão desejado Messias e, então, promete colocar tudo que tem em favor dele quando o encontrá-lo. Desta forma, Ben Hur não entendia algumas características do reino que o tão falado Rei dos Judeus iria implantar, mas, depois de segui-lo por três anos e presenciar milagres importantes, entre eles, a cura da mãe e da irmã que eram leprosas, Ben Hur finalmente entende a visão espiritual que o Cristo tinha do reino de Deus. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ben Hur está presente em momentos importantes da vida de Jesus, como o seu batismo no rio Jordão e a sua crucificação, assim como Cristo está presente no momento mais triste da vida de Ben Hur, quando ele era levado como escravo. Jesus tem piedade do jovem hebreu e oferece água, salvando assim a vida do jovem escravo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O núcleo central deste épico é a fé e a busca espiritual, que se concretizam na figura de Ben Hur, do mago Baltazar, da irmã e da mãe do protagonista, além da jovem Ester. Um romance para ser lido e vivido. </span></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><br /></span></span></div>
Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-13757896420220169672012-12-23T13:22:00.004-02:002012-12-23T13:23:38.418-02:00Grandes Esperanças - Charles Dickens<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A obra de Charles Dickens justifica sua tamanha popularidade em meados do século XIX. Popularidade esta que se estende até os dias de hoje, pois ele está entre os escritores ingleses mais apreciados do mundo. Seus livros são adaptados para a TV, Cinema, teatro e séries, provocando emoções mesmo depois de tantos anos de lançamento. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dos seus romances mais populares é, sem dúvida, "Grandes Esperanças". Publicado entre 1860 e 1861, em forma de folhetim, como era comum. </span><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Logo no início temos o sofrimento do órfão Pip, que sofre com a convivência difícil ao lado da irmã mais velha, uma tremenda megera que lhe impõe duros castigos por ter a obrigação de criá-lo. </span></span><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pip está no cemitério da do povoado lendo as inscrições nos túmulos de seus pais, quando encontra o homem que mudaria sua vida: um forçado fugindo das galés, homem de aparência cruel que aterroriza o pobre menino com ameaças, e, através do medo, consegue a ajuda de Pip. </span></span><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas na vida do órfão não há apenas pessoas ruins, ele tem a companhia e o apoio do ferreiro John Gargery, o marido de sua irmã, homem bom e honesto que pretende tornar Pip herdeiro de seu ofício. </span></span><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como todo romance de Charles Dickens, não poderiam faltar os personagens estranhos, como a misteriosa Miss Havisham, a mulher mais rica do povoado que, depois de uma decepção amorosa, permanece vestida com o vestido de noiva e mantendo no quarto todas as lembranças do casamento que não aconteceu. Temos também Estela, a filha adotiva de Miss Havisham, grande paixão do pobre Pip. </span></span><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As esperanças de menino não são grandiosas, até o dia em que um advogado vai até sua casa e o informa de que é herdeiro de grande fortuna, sendo que poderá ir até Londres e se transformar num verdadeiro cavalheiro. A identidade do bondoso que o ajudou não é informada. </span></span><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O romance é dividido em três partes e trata da bondade, desejo, culpa. Quando Pip vai viver em Londres ele faz de tudo para se tornar digno para casar-se com estelo, e este desejo louco faz com que ele despreze sua vida passada e mesmo as pessoas que sempre foram bondosas para com ele, como seu cunhado John Gargery, por exemplo. Ao mesmo tempo em que abandona os parentes e amigos do povoado, o jovem se sente culpado por tomar tais atitudes, mas não deixa de fazer da sua vida uma mar de consumo e de vida pouco produtiva, o que o leva a dívidas e problemas finaceiros. </span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 15px;">As grandes esperanças de Pip não foram realizadas da forma como ele pretendia, mas ele acaba descobrindo através da dor e do sofrimento que seus sonhos de entrar para a alta sociedade não o tornaram mais feliz e só o afastaram da vida na qual ele realmente estava inserido. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiZV9RovPUiTtLBZ6xJUol2r8bwWapdWmX8KqlIkf37zDDQ2zwpwyz0zSvNJuxrt0XGKy7FzYotTyy1yt5so9_-nlkxu9nOL2-QqsNCaPDkaKWQyfsILwM2bYN0rsqp50KH4f8U0-SCKU/s1600/1887861_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiZV9RovPUiTtLBZ6xJUol2r8bwWapdWmX8KqlIkf37zDDQ2zwpwyz0zSvNJuxrt0XGKy7FzYotTyy1yt5so9_-nlkxu9nOL2-QqsNCaPDkaKWQyfsILwM2bYN0rsqp50KH4f8U0-SCKU/s1600/1887861_4.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 15px;">A empatia do leitor com o protagonista talvez não seja tão natural, pois ele é um personagem sincero, que busca através da culpa o perdão dos leitores pelas suas faltas. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 15px;">Assim como "David Copperfield", "Grandes Esperanças" tem traços autobiográficos, pois Dickens sofreu em sua infãncia com a pobreza, tendo que trabalhar desde cedo para ajudar nas despezas da sua família, sendo que seu pai chegou até a ser preso por dívidas. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 15px;">O órfão Pip e tantos outros deste romance entram para a galeria dos melhores criados pelo mestre Charles Dickens. </span></span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 15px;"><br /></span></span></div>
Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-48204993752684091782012-11-01T14:01:00.001-02:002012-11-01T14:01:04.920-02:00Os Miseráveis - Victor Hugo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma obra que sempre me causou curiosidade, assim eu definia o romance "Os Miseráveis" antes de lê-lo. Depois que consegui fazer a leitura do livro, classifico como um livro que nunca vou esquecer. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O ex-forçado <span style="background-color: white; color: #222222; line-height: 16px;">Jean Valjean converteu-se num dos personagens mais emblemáticos da literatura mundial, modificando sua vida através de uma boa ação, ele se torna quase um "santo" e retribui às pessoas a nova chance que recebeu. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222; line-height: 16px; text-align: left;"> Publicada em 3 de abril de 1862, pelo escritor Francês Victor Hugo, a obra continua viva no imaginário dos leitores trazendo, além de Jean Valjean, personagens intensos como a sofrida Fantine, sua filha Cosette, o jovem apaixonado e republicano </span><span style="background-color: white; line-height: 18px;">Marius...além do órfão Gravouche, do casal </span><span style="background-color: white; line-height: 21px;">Thenardier, que tinha como princípio não ter princípios, e de um dos melhores policias da Literatura mundial: o obstinado </span><span style="background-color: white; line-height: 21px;">Javert.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 21px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O enredo de "Os miseráveis" é da mesma forma intenso, com uma história de sofrimento, esperança, miséria e compaixão. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG2tPxytJDJXEAcjByV_c49j1iOylI4E2XsBAqJU8CGV-sfQAOuC__673ljs22KWIEAmeCMO0YF9rWaw6INVtKcznOTPmWbouIvfg1doPvucZ2ksutJsFkmF27cW50m0iQU0hqd0mIlOc/s1600/os_miseraveis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG2tPxytJDJXEAcjByV_c49j1iOylI4E2XsBAqJU8CGV-sfQAOuC__673ljs22KWIEAmeCMO0YF9rWaw6INVtKcznOTPmWbouIvfg1doPvucZ2ksutJsFkmF27cW50m0iQU0hqd0mIlOc/s320/os_miseraveis.jpg" width="208" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 21px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A luta de Jean Valjean e da menina Cosette para recomeçarem suas vidas é a luta do dia-a-dia de cada cidadão, e, mesmo que a história aconteça em meados do século XIX na França, expõe uma Europa diferente da que constumamos ver, uma Europa onde há pessoas que viviam sem dignidade alguma, onde crianças são abandonadas nas ruas e têm que lutar desde a mais tenra infância pelo pão de cada dia, onde mulheres têm de se prostituir e são presas e julgadas por isso. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Hugo narrou seu romance magistral numa linguagem que representou para a literatura "o mesmo que a Revolução Francesa na História", segundo o crítico Sérgio Paulo Rouanet.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nenhum outro romance se aproxima do estilo único de "Os Miseráveis" que, por tratar de temática sempre atual, recebeu inúmeras adaptações para a TV, o cinema, o teatro. </span></div>
Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-81706198486034463492012-08-16T19:47:00.002-03:002012-08-16T19:50:54.713-03:00O poder persuasivo e sedutor de Rebecca e Raquel<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Teriam algumas mulheres a capacidade de, mesmo sem intenção, atrair a
tragédia para si e </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 115%;">para os que a rodeiam? Em dois romances muito populares da
escritora inglesa Daphne Du Maurier, “Rebecca” e “Minha prima Raquel”, temos
direta ou indiretamente este conceito. A mulher vista como perdição para os
homens que dela se aproximam, que destrói tudo o que toca; um papel cruel
relegado a ela por diferentes sociedades em diversos períodos da história. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; line-height: 115%;"> Em tempos distantes muitas foram levadas a
fogueira ou condenadas a sofrer humilhações públicas por praticarem atos que
contrariavam o pensamento geral da sociedade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 150%;">Ser
mulher é carregar desde cedo muitas expectativas. Rebecca e Raquel tinham seu
papel definido na sociedade: esposas dedicadas que carregavam em si encantos
especiais, capazes de conquistar pessoas através da presença cativante. </span><span style="line-height: 150%;"> Mas ao demonstrarem a face oculta que a
sociedade condena, as duas receberam o mesmo julgamento, restando-lhes a morte
como ponto final para uma vida misteriosa e cheia de peripécias. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A Imagem da mulher como ser
dissimulado, capaz de usar seus atributos para conseguir o que quer, levou
muitas à fogueira no período de caça às bruxas, além de formar um conceito
desde cedo enraizado no qual o ser humano do sexo feminino tem em si uma
perversão natural e o poder de persuasão que pode levar homens a compartilharem
esta perdição.</span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Daphne Du Maurier apresenta, através
destes dois romances, duas personagens emblemáticas e deixa claro que, assim
como aconteceu com Capitu, Emma Bovary e Anna Karênina, a sociedade não
perdoaria o comportamento de Rebecca e Raquel, pois elas também pisaram em
terreno pedregoso e tiveram que pagar um preço por isso. </span></span></div>
</div>
Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-35661196702444963482012-06-21T18:34:00.002-03:002012-06-21T18:34:24.477-03:00Machado de Assis - o Bruxo do Cosme Velho faz aniversário<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgReKrNmoD8VWA5w3GBFtMEdf0twnzGja6xi8SPSn-jXRvsap-939FdsgGVJPluF945BHgiJ7jyKvtlygMU7Pf-E46vYAM4M1bdbHZpkby7cjKsh9HFuBnOe2iHvZ_SBlm8wOxyjVy2TeQ/s1600/Machado+de+Assis+-+BRESCOLA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgReKrNmoD8VWA5w3GBFtMEdf0twnzGja6xi8SPSn-jXRvsap-939FdsgGVJPluF945BHgiJ7jyKvtlygMU7Pf-E46vYAM4M1bdbHZpkby7cjKsh9HFuBnOe2iHvZ_SBlm8wOxyjVy2TeQ/s320/Machado+de+Assis+-+BRESCOLA.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
No ano de 1839 <span style="color: #2a1f20; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 17px;">nasceu precisamente neste dia, 21 de junho, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Este escritor recebeu o nome de Joaquim Maria Machado de Assis, nome este que ficou marcado para sempre na história da Literatura. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #2a1f20; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 17px;">Todos os brasileiros deveriam lembrar-se deste dia com muito carinho, pois este homem representa o Brasil no que tem de melhor: sua cultura. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #2a1f20; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 17px;">No fim do século XIX, Machado de Assis fundou, junto com outros grandes nomes da Literatura Brasileira, a Academia Brasileira de Letras, da qual foi presidente desde 1896 até o ano de sua morte, 1908. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #2a1f20; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 17px;">Machado de Assis é uma das razões pelas quais eu me orgulho deste belo país chamado BRASIL.</span></span></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-49903678542495502852012-06-17T14:32:00.000-03:002012-06-17T14:32:36.120-03:00Sonata a Kreutzer - Leon Tolstói<h4>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-weight: normal;">Os</span><span style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-weight: normal;"> sentimentos exaltados que esta novela evoca encontram paralelo na famosa peça de Beethoven conhecida como </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-weight: normal;">Sonata a Kreutzer</i><span style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-weight: normal;">, composta em 1803, que não apenas inspirou o título do livro como constitui um de seus motivos centrais.</span></div>
<span style="font-weight: normal;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Leon Tolstói era um homem muito sensível à música. Tão sensível que acreditava que ela poderia ter grande influência sobre o homem. </span><span style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> F</span><span style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">oi justamente ao ouvir uma apresentação dessa sonata em sua própria casa, na primavera de 1888, que ele retomou uma ideia que já o ocupara antes: retratar, de forma aguda e radical, o desequilíbrio nas relações entre homens e mulheres, a questão da infidelidade no casamento e a hipocrisia social que cerca tudo o que diz respeito ao sexo.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><div style="text-align: justify;">
O enredo dialoga com as escalas vertiginosas do piano e do violino na sonata de Beethoven, e no qual o andamento inexorável da tragédia se soma à lucidez cristalina da linguagem. A novela foi considerada escândalosa na época do seu lançamento, no ano de 1891, e até mesmo antes disso, quando seus manuscritos foram lidos dentro e fora da Rússia. Posteriormente, o livro chegou a ser proibido nos Estados Unidos. </div>
<span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ4NKObdcgQt2IGLbsknC7ZWjeIzQb6q5MRefeJ2JZa8IwAy9bxRYG049LFlxL-kP19YEG60rT1O1DGdn6n9CV44E6unK-3xjPcve8BpFFy7wnVrB1Su7zrwM09Et_DzPC1_-fo62-7X4/s1600/CIMES_~1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ4NKObdcgQt2IGLbsknC7ZWjeIzQb6q5MRefeJ2JZa8IwAy9bxRYG049LFlxL-kP19YEG60rT1O1DGdn6n9CV44E6unK-3xjPcve8BpFFy7wnVrB1Su7zrwM09Et_DzPC1_-fo62-7X4/s320/CIMES_~1.JPG" width="320" /></a></div>
Podzdnischeff conta sua história de boêmia, ciúmes e tragédias para o narrador que vê-se envolvido naquela nova situação durante uma viagem de trem, na qual o desconhecido escuta uma conversa sobre questões envolvidas ao casamento. Começa então a narração do edílio sentimental de um homem que se reconhece seus erros em alguns pontos: a boêmia exagerada na juventude, o casamento que trouxe-lhe tantos problemas, a sensualidade mantida mesmo enquanto sua esposa cumpria com os "deveres" de mãe.<br />
O fim trágico da relação com a esposa é digno de outra obra de Tolstói, o grande romance "Ana Karênina", no qual a protagonista também perde a vida, depois de ficar perdida numa rede de traições, ciúmes e remorsos. Mas, ao contrário de Ana, a esposa de <span style="background-color: white;">Podzdnischeff, personagem feminina de </span><i style="background-color: white;">Sonata a Kreutzer, </i><span style="background-color: white;">não escolhe a morte. Neste ponto é o homem que toma a decisão, sem nem ao mesmo ter uma confissão da parte da mulher. </span><span style="background-color: white;">Podzdnischeff</span><span style="background-color: white;"> age como juiz e condena a mãe de seus filhos à pena de morte, sob a acusação de traição. </span><br />
<span style="background-color: white;">Com certeza esta obra de Leon Tolstói deve ser leitura obrigatória para todos aqueles que apreciam enredos e personagens fortes, complexos e bem construídos, aliados a um contexto histórico e espaço peculiares, estilo inconfundível do grande escritor russo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span></span></span></h4>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-20553929496062038172012-03-11T16:42:00.003-03:002012-03-11T16:59:06.223-03:00Dor de amor...<div style="font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><span >Em qualquer tempo ou escola literária se sofre por amor. São súplicas para que a pessoa amada volte, lembranças dos bons momentos, e tantas outras coisas que, colocadas num poema, conto, romance, tornam poética a triste situação. </span></span></div><div style="font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span >Para começar, este soneto de Olavo Bilac:</span></div><div style="font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span ><br /></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: justify; "><span ><span style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Maldição </span><br style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><br /></span></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: justify; "><span ><span><span style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Se por vinte anos, nesta furna escura, </span><br style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Deixei dormir a minha maldição, </span><br style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); ">_ Hoje, velha e cansada da amargura, </span><br style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Minha alma se abrirá como um vulcão. </span><br style="line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><br />E, em torrentes de cólera e loucura,<br />Sobre a tua cabeça ferverão<br />Vinte anos de silêncio e de tortura,<br />Vinte anos de agonia e solidão...<br /><br />Maldita sejas pelo ideal perdido!<br />Pelo mal que fizeste sem querer!<br />Pelo amor que morreu sem ter nascido!<br /><br />Pelas horas vividas sem prazer!<br />Pela tristeza do que eu tenho sido!<br />Pelo esplendor do que eu deixei de ser!..</span></span> </span></div><div style="font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); " ><br /></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Depois de vinte anos de silêncio, a explosão de sentimentos acontece de uma forma atormentada, eu imagino este homem dizendo tudo isso à mulher que o fez sofrer. Com certeza a situação não ficaria nada tranquila. </span></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Outro que também gritou sua dor foi o grande poeta Castro Alves:</span></span></div><div style="font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); " ><br /></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); " ><span><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">4a SOMBRA - FABÍOLA</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Como teu riso dói... como na treva</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Os lêmures respondem no infinito:</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Tens o aspecto do pássaro maldito,</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Que em sânie de cadáveres se ceva!</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Filha da noite! A ventania leva</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Um soluço de amor pungente, aflito...</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Fabíola!... É teu nome!... Escuta é um grito,</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Que lacerante para os céus s'eleva!...</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">E tu folgas, Bacante dos amores,</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">E a orgia que a mantilha te arregaça,</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">Enche a noite de horror, de mais horrores...</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">É sangue, que referve-te na taça!</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">É sangue, que borrifa-te estas flores!</span><br style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; ">E este sangue é meu sangue... é meu... Desgraça!</span></span><br style="font-size: 10px; line-height: normal; text-align: -webkit-auto; "></span></div><div style="font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="font-size: 10px; line-height: normal; text-align: -webkit-auto; " ><br /></span></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: justify; "><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 14px; text-align: left; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="line-height: normal; text-align: -webkit-auto; " >Ver a mulher que o fez sofrer divertir-se sem nenhuj sentimento de culpa enquanto ele ainda sofria as dores do amor perdido, foi um golpe duro demais para ele. O poeta utiliza esta mesma temática no poema "Adeus", que mereceu até mesmo uma resposta da referida amada Eugênia Câmara. </span></span></div><div style="font-weight: normal; text-align: -webkit-auto; "><span >E quando a falta se faz por meio dos detalhes da vida em comum? É o caso deste texto de Dalton Trevisan:</span></div><div style="font-weight: normal; text-align: -webkit-auto; "><span ><br /></span></div><div style="text-align: -webkit-auto; "><p class="MsoNormal" align="center" style="font-weight: normal; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Apelo</span></p><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="text-align: -webkit-auto; "><span >Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.</span></span></p><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="text-align: -webkit-auto; "><span >Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.</span></span></p><p align="justify" style="font-weight: normal; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><span>Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate </span><span>—</span><span> meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.</span></span></p><p align="justify" style="font-weight: normal; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span style="text-align: -webkit-auto; "><span >Sem amor a casa fica vazia e, pequenos detalhes, antes ignorados, agora fazem uma tremenda falta e parece que não pode existir vida longe disso. Definitivamente, o que seria da cultura sem o amor?</span></span></p><p align="justify" style="font-family: Georgia, serif; font-weight: normal; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span><br /></span></p></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-44643767401205058952012-02-26T19:11:00.004-03:002012-03-01T20:23:47.445-03:00Danielle Steel<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgND6VDBsxwqWwiA3uj3knpFsDaUAefEod9wfoQXY-tcKH4f4i6nIV0m4yvh4ezBzztJ2s9lg2hyphenhyphenCbjAG3W3CDkoyCz002EGT5lVxa2t5UWnn7VGu8XY9fyUU2-SdfbcLF-cp-e5Sl8W1A/s1600/article-0-0058312100000258-760_306x471.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 208px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgND6VDBsxwqWwiA3uj3knpFsDaUAefEod9wfoQXY-tcKH4f4i6nIV0m4yvh4ezBzztJ2s9lg2hyphenhyphenCbjAG3W3CDkoyCz002EGT5lVxa2t5UWnn7VGu8XY9fyUU2-SdfbcLF-cp-e5Sl8W1A/s320/article-0-0058312100000258-760_306x471.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5713588786791640594" /></a><br /><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">Em toda a minha vida eu li apenas dois romances da famosa escritora norte-americana Danielle Steel. Quando eu era adolescente li "O segredo de uma promessa" e fiquei encantada com o enredo, embora entendesse que era bem fantasioso, parecia mesmo uma novela de TV ou um filme romântico. </span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; ">Já na idade adulta, quanto eu tinha uns 23 anos, ganhei um outro romance dela de presente, na verdade veio para mim numa caixa, entre outros tantos livros usados. O título é "Um longo caminho para casa". Confesso que depois de ter me formado em Letras e escutar muitos comentários ruins acerca de autores como ela, senti uma ponta de preconceito e comecei a evitar a leitura. Não aceitava mais a ideia de uma autora se tornar personalidade conhecida e até mais importante que os próprios romances. Só agora, aos 26 anos, resolvi dar uma chance ao romance de Danielle Steel. </div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; ">Confesso que fiz isso para aliviar um pouco minha mente, já que estava lendo "O Poderoso chefão" de Mario Puzo (que muito críticos julgam de forma pejorativa, assim como julgam Danielle Steel). Li o romance "Um longo caminho para casa" em apenas 6 dias, record para mim, já que costumo demorar na leitura. </div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; ">Logo no início fiquei chocada, uma menina de seis anos se escondendo da mãe com medo de ser encontrada. Pensei que ela iria levar uma bronca, mas, ao invés disso, recebeu ofensas, humilhações, e o pior, chutes e pontapés que a deixaram caída no chão, sem forças para se levantar. E tudo isso sob olhar do pai, que no início acreditei ser mais uma vítima da horrível Eloise, que espancava a filha e a tratava como se estivesse num quartel, porém, com o caminhar da trama notei que John, pai da garotinha espancada, era um covarde e, com sua covardia, se tornava desprezível aos meus olhos. </div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; ">A pobre garotinha, que por sinal se chama Gabriella, sofre as maiores atrocidades desde a mais tenra idade (sua mãe utiliza castigos físicos desde que a filha tinha pouco mais de um ano), o que faz com que, aos seis anos, já tenha experiência de vida suficiente para julgar o ser humano e tomar conclusões sobre sua própria personalidade. É como se ela tivesse vivido mais do que uma pessoa de quarenta anos que já tivesse participado de umas duas ou três guerras. </div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; ">E o sofrimento da pobre menina não acaba...o pai dá a cartada final, abandonando a filha aos nove anos, aos cuidados da mãe violenta. Costelas quebradas, tímpanos feridos depois, A megera Eloise resolve abandonar a menina num convento, já que iria se mudar de Nova York para San Francisco para se casar com outro homem. Gabriella tinha apenas dez anos, mas já havia vivido e sofrido muito. Fiquem calmos leitores, o convento descrito no romance não é tenebroso como em muitos outros, pelo contrário, lá a menina encontra a paz, embora não consigo se livrar de seus fantasmas do passado. </div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; ">Sob os cuidados de Irmã Gregória, Gabriella cresce tendo paz pela primeira vez em sua curta vida. Para fugir das atrocidades de sua vida com os pais, a menina havia desenvolvido o gosto pela escrita, o que a ajuda muito, pois ela entra na faculdade e se forma com louvor, embora tenha medo de se infiltrar no "mundo real", que já tanto a machucou. </div><div style="text-align: justify; "><span><span style="font-size: 100%;">Eu esperava a redenção, acho que estes romances da Danielle Steel têm o poder que causar esta angústia nos leitores. Achei que ela viria quando a doce postulante </span>Gabriella<span style="font-size: 100%;"> (ela resolvera abraçar a vocação religiosa quando terminara a faculdade) conhece o Padre Joe Connors. Atlético, jovem, bonito, interessante, bem-humorado, o reverendo era o homem perfeito para trazer amor ao coração inocente de Gabriella. Eu, que sou católica, confesso que torci para que os dois ficassem juntos. Mas o amor por Joe só trouxe mais sofrimentos à jovem postulante, já que ele, assim como seu pai, não tivera coragem suficiente para assumir seu amor por ela, e acabou se suicidando quando ela ainda sonhava com o futuro matrimônio. Para piorar, Gabriella perde o bebê que esperava e quase morre, além de ter que sair do convento e dizer "Adeus" para as freiras que tanto a amaram e a ajudaram. </span></span></div><div style="text-align: justify; "><span><span style="font-size: 100%;">Quando nada poderia ficar pior, eu já havia desistido da tão sonhada redenção, do momento em que Gabriella finalmente seria feliz, afinal de contas, é isso que se espera de um enredo como este. Ela se hospeda numa pensão pobre, de propriedade de uma imigrante polonesa. Lá, conhece um professor aposentado idoso que logo se identifica com a jovem e passa a </span>protegê<span style="font-size: 100%;">-la, tornando-se seu confidente e ajudando-a na carreira como escritora; mas logo a pobre menina terá ainda outra decepção, o namorado, Steve Poter, é um explorador e tenta viver às suas custas, logo ela descobre que ele é um homem perigoso, procurado pela polícia. Para piorar, Gabriella perde o amigo professor (mas recebe uma herança dele). Quando Steve descobre que não pode mais enganar a jovem e não conseguirá tirar mais dinheiro dela, resolve matá-la, dando-lhe uma surra que a fez lembrar a infância dolorosa ao lado dos pais. Mas onde está "o caminho para casa"? Ao passar pelo setor de traumatologia de um grande hospital e ficar em coma por muito tempo, Gabriella conhece um médico que carrega algumas características do antigo amor, o finado padre Joe...ele também é bonito, bem-humorado e, melhor do que Joe, já que é um homem decidido. </span></span></div><div style="text-align: justify; "><span><span style="font-size: 100%;">Mas o romance entre os dois está apenas começando quando o livro termina e, o tal "caminho para casa" era, na verdade, alguma resposta que Gabriella teria de ter sobre o amor que seus pais nunca sentiram por ela. </span></span></div><div style="text-align: justify; "><span><span style="font-size: 100%;">Não me sinto arrependida pela leitura, mas acredito que falta alguma coisa. Não sei, acho que me senti assistindo a uma novela de TV mesmo, com suas reviravoltas, peripécias amorosas e "casos de família" singulares. Ao contrário do que procurava, esta leitura não foi leve, pelo contrário, em certos pontos foi bem pesada, já que conheci uma sucessão de tragédias na vida de Gabriella, que termina o romance com menos idade do que a que estou agora. </span></span></div><div style="text-align: justify; "><span><span style="font-size: 100%;">Sem contar nos inúmeros vilões que deixam Teresa Cristina no chinelo, afinal de contas, para a sociedade não há nada pior do que maltratos à crianças, especialmente filhos. E o que dizer de Steve Poter? Um charlatão da pior espécie, gigolô explorador de mulheres. Para ser uma novela de TV faltaria apenas um galã, pois o atormentado Padre Joe não seria classificado como tal devido ao desfecho que teve, e o médico bonitão aparece já no final do romance, falta-lhe tempo para desenvolver melhor sua relação com Gabriella e conquistar o público feminino leitor. </span></span></div><div style="text-align: justify; "><span>sabe o que eu imagino? Como seria uma novela de TV baseada nos romances de Danielle Steel. Se algum autor juntasse "O segredo de uma promessa", "Um longo caminho para casa", "Um mundo que mudou", "Porto seguro" (não li os dois últimos mas conheci o enredo através de filmes). Acho que seria uma boa trama, quem seria a protagonista? Qual enredo conquistaria mais o público? São perguntas que me faço neste momento...</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><br /></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-17282021868629211552012-02-14T19:19:00.002-02:002012-02-14T19:32:33.922-02:00O retrato de Dorian Gray e O retrato oval - comparação<div style="text-align: justify;"><span >"Imagem não é nada". Este slogan povoou a mídia por algum tempo, mas será mesmo verdade que ele encerra o verdadeiro conceito humano da importância da imagem? Duas obras desmentem esta verdade absoluta pregada pelo já referido slogan. </span></div><div style="text-align: justify;"><span >No romance "O retrato de Dorian Gray" do irlandês Oscar Wilde, temos o personagem título que carrega em si um pensamento atemporal, a vontade de ser jovem e belo para sempre. A vaidade contida em Dorian Gray é notavelmente acrescida quando percebida as vantagens que sua esplêndida beleza acarreta: ser o centro das atenções, o homem mais desejado (em termos de amor e amizade). </span></div><div style="text-align: justify;"><span >No conto "O retrato oval" do norte-americano Edgar Allan Poe, um personagem sem nome, apresentado apenas pela profissão de pintor, ama a arte acima de tudo, mas, diferente de Dorian, ele não valoriza a própria beleza, mas a beleza que a arte proporciona. </span></div><div style="text-align: justify;"><span >A partir deste ponto encontramos um ponto de convergência entre as duas obras; enquanto Dorian deseja a beleza presa no quadro, que nunca se diluirá nem sofrerá as agruras do tempo, o pintor deseja alcançar a perfeição na obra que pinta, para que a imagem humana da beleza perfeita não se perca através dos tempos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span >O mesmo desejo que impulsiona os dois personagens também acarreta consequências e, desta forma, Dorian e o pintor descobrem que o slogan apresentado nestas primeiras linhas pode ter um fundo de verdade. </span></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-44344386226154598762012-01-28T15:05:00.004-02:002012-01-28T15:40:44.066-02:00Por um pé de feijão - Antônio Torres<p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">Nunca mais haverá no mundo um ano tão bom. Pode até haver anos melhores, mas jamais será a mesma coisa. Parecia que a terra (á nossa terra, feinha, cheia de altos e baixos, esconsos, areia, pedregulho e massapê) estava explodindo em beleza. E nós todos acordávamos cantando, muito antes do sol raiar, passávamos o dia trabalhando e cantando e logo depois do pôr-do-sol desmaiávamos em qualquer canto e adormecíamos, contentes da vida.</span></div> <span><span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">Até me esqueci da escola, a coisa que mais gostava. Todos se esqueceram de tudo. Agora dava gosto trabalhar.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">Os pés de milho cresciam desembestados, lançavam pendões e espigas imensas. Os pés de feijão explodiam as vagens do nosso sustento, num abrir e fechar de olhos. Toda a plantação parecia nos compreender, parecia compartilhar de um destino comum, uma festa comum, feito gente. O mundo era verde. Que mais podíamos desejar?</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">E assim foi até a hora de arrancar o feijão e empilhá-lo numa seva tão grande que nós, os meninos, pensávamos que ia tocar nas nuvens. Nossos braços seriam bastantes para bater todo aquele feijão? Papai disse que só íamos ter trabalho daí a uma semana e aí é que ia ser o grande pagode. Era quando a gente ia bater o feijão e iria medi-lo, para saber o resultado exato de toda aquela bonança. Não faltou quem fizesse suas apostas: uns diziam que ia dar trinta sacos, outros achavam que era cinqüenta, outros falavam em oitenta.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">No dia seguinte voltei para a escola. Pelo caminho também fazia os meus cálculos. Para mim, todos estavam enganados. Ia ser cem sacos. Daí para mais. Era só o que eu pensava, enquanto explicava à professora por que havia faltado tanto tempo. Ela disse que assim eu ia perder o ano e eu lhe disse que foi assim que ganhei um ano. E quando deu meio-dia e a professora disse que podíamos ir, saí correndo. Corri até ficar com as tripas saindo pela boca, a língua parecendo que ia se arrastar pelo chão. Para quem vem da rua, há uma ladeira muito comprida e só no fim começa a cerca que separa o nosso pasto da estrada. E foi logo ali, bem no comecinho da cerca, que eu vi a maior desgraça do mundo: o feijão havia desaparecido. Em seu lugar, o que havia era uma nuvem preta, subindo do chão para o céu, como um arroto de Satanás na cara de Deus. Dentro da fumaça, uma língua de fogo devorava todo o nosso feijão.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">Durante uma eternidade, só se falou nisso: que Deus põe e o diabo dispõe.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">E eu vi os olhos da minha mãe ficarem muito esquisitos, vi minha mãe arrancando os cabelos com a mesma força com que antes havia arrancado os pés de feijão:</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">- Quem será que foi o desgraçado que fez uma coisa dessas? Que infeliz pode ter sido?</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">E vi os meninos conversarem só com os pensamentos e vi o sofrimento se enrugar na cara chamuscada do meu pai, ele que não dizia nada e de vez em quando levantava o chapéu e coçava a cabeça. E vi a cara de boi capado dos trabalhadores e minha mãe falando, falando, falando e eu achando que era melhor se ela calasse a boca.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">À tardinha os meninos saíram para o terreiro e ficaram por ali mesmo, jogados, como uns pintos molhados. A voz da minha mãe continuava balançando as telhas do avarandado. Sentado em seu banco de sempre, meu pai era um mudo. Isso nos atormentava um bocado.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">Fui o primeiro a ter coragem de ir até lá. Como a gente podia ver lá de cima, da porta da casa, não havia sobrado nada. Um vento leve soprava as cinzas e era tudo. Quando voltei, papai estava falando.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">- Ainda temos um feijãozinho-de-corda no quintal das bananeiras, não temos? Ainda temos o quintal das bananeiras, não temos? Ainda temos o milho para quebrar, despalhar, bater e encher o paiol, não temos? Como se diz, Deus tira os anéis, mas deixa os dedos.</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">E disse mais:</span></div></span> <span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; ">- Agora não se pensa mais nisso, não se fala mais nisso. Acabou. Então eu pensei: O velho está certo.</span></div></span> </span><span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><div style="text-align: justify; "><span style="background-color: white; ">Eu já sabia que quando as chuvas voltassem, lá estaria ele, plantando um novo pé de feijão.</span></div><div style="font-size: medium; font-family: 'lucida grande'; text-align: justify; "><span style="background-color: white; "><br /></span></div><div style="font-size: medium; font-family: 'lucida grande'; text-align: justify; "><span style="background-color: white; "><br /></span></div><div style="text-align: justify; "><span >A colheita é o ápice da vida do lavrador. O momento no qual o homem do campo fecunda a terra é o tempo da esperança, mas também da angústia, pois, se os frutos forem bons, haverá fartura, mas há fatores que fogem do alcance do homem e estes mesmos podem destruir o trabalho de muito tempo em alguns segundos. </span></div><div style="text-align: justify; "><span >No conto "Por um pé de feijão" de Antônio Torres, o protagonista relembra um tempo passado, o melhor de todos os anos, no qual ele vive a esperança e a alegria dos dias que antecedem a colheita. </span></div><div style="text-align: justify; "><b><span >"Nunca mais haverá no mundo um ano tão bom. Pode até haver anos melhores, mas jamais será a mesma coisa. Parecia que a terra (á nossa terra, feinha, cheia de altos e baixos, esconsos, areia, pedregulho e massapê) estava explodindo em beleza. E nós todos acordávamos cantando, muito antes do sol raiar, passávamos o dia trabalhando e cantando e logo depois do pôr-do-sol desmaiávamos em qualquer canto e adormecíamos, contentes da vida." (TORRES, Antônio. Por um pé de feijão)</span></b></div><div style="text-align: justify; "><span >A família está unida no trabalho e, trabalhar não é uma obrigação, mas sim, um "gosto". O feijão britou da terra e nada aconteceu para impedir seu desenvolvimento...nenhum fator natural, destruiu a plantação. </span></div><div style="text-align: justify; "><span >Se no episódio da "Criação do mundo" descrito na Bíblia o homem foi criado para cuidar do jardim, no conto citado homem e terra são dependentes um do outro. </span></div><div style="text-align: justify; "><span ><b><span><span style="text-align: -webkit-auto; ">"Deus disse: ‘Que a terra verdeje de verdura: ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem sobre a terra, segundo a sua espécie, frutos contendo a sua semente’, e assim se fez. A terra produziu verdura: ervas que dão semente segundo a sua espécie, árvores que dão, segundo sua espécie, frutos contendo sua semente, e Deus viu que isso era bom. Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia" </span><span style="text-align: -webkit-auto; ">(Gn 1,11-13)</span><span style="text-align: -webkit-auto; ">.</span></span></b> </span></div><div style="text-align: justify; "><span ><span><b><span style="text-align: -webkit-auto; ">"Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra"</span><span style="text-align: -webkit-auto; "> </span><span style="text-align: -webkit-auto; ">(Gn 1,26)</span><span style="text-align: -webkit-auto; ">.</span></b></span> </span></div><div style="text-align: justify; "><span ><b><span ><span style="text-align: -webkit-auto; ">"Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher os criou. Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra’. Deus disse: ‘Eu vos dou todas as ervas que dêem semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvores que dão frutos que dêem semente: isso será vosso alimento. A todas as feras, a todas as aves do céu, a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou como alimento toda a verdura das plantas’, e assim se fez. Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom. Houve uma tarde e um manhã: sexto dia" </span><span style="text-align: -webkit-auto; ">(Gn 1,27-31)</span><span style="text-align: -webkit-auto; ">.</span></span></b> </span></div><div style="text-align: justify; "><span style="text-align: -webkit-auto; "><span >Podemos fazer outras ligações (ainda mais claras) entre o conto e a Bíblia. As apostas feitas no conto de como seria virtuosa a produção podem ser comparadas à parábola do semeador.</span></span></div><div style="text-align: justify; "><span ><span><span style="line-height: 115%; background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><b>"Era quando a gente ia bater o feijão e iria medi-lo, para saber o resultado exato de toda aquela bonança. Não faltou quem fizesse suas apostas: uns diziam que ia dar trinta sacos, outros achavam que era cinqüenta, outros falavam em oitenta."</b></span><b style="background-color: white; ">(TORRES, Antônio. Por um pé de feijão)</b></span><span style="background-color: white; "><span style="background-color: white; "></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><b><span >"Disse ele: Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram.Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes.Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram.Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um." (Mt 13, 4-8)</span></b></div><div style="text-align: justify; "><div style="text-align: justify; "><span >Quando o jovem narrador tem, diante de seus olhos, a tragédia da destruição dos campos de feijão, temos o paradoxo entre a esperança bíblica da plantação e o desespero do fogo que destrói a alegria da família.</span></div><div style="text-align: justify; "><span ><span style="line-height: 115%; background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><b><span>"E foi logo ali, bem no comecinho da cerca, que eu vi a maior desgraça do mundo: o feijão havia desaparecido. Em seu lugar, o que havia era uma nuvem preta, subindo do chão para o céu, como um arroto de Satanás na cara de Deus. Dentro da fumaça, uma língua de fogo devorava todo o nosso feijão.</span></b></span><span style="line-height: 115%; "><b><span><br /><span style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; ">Durante uma eternidade, só se falou nisso: que Deus põe e o diabo dispõe."</span></span></b></span><b style="background-color: white; ">(TORRES, Antônio. Por um pé de feijão)</b></span></div><div style="text-align: justify; "><span ><span style="line-height: 115%; ">Qual será a </span><span style="line-height: 17px; ">salvação</span><span style="line-height: 115%; "> da lavoura? A força paterna. Enquanto todos lamentam, o patriarca percebe que ainda há como sobreviver, pois existe a força para o trabalho, mesmo que o vento leve a última cinza do feijão queimado pela maldade humana, e, "Deus tira os </span><span style="line-height: 17px; ">anéis</span><span style="line-height: 115%; ">, mas deixa os dedos". </span></span></div><div style="text-align: justify; "><span ><span style="line-height: 17px; ">Enquanto o homem tiver forças para fazer aquilo para o que foi criado, cultivar o jardim, haverá esperança. E o jovem narrador percebe que o velho está certo e, quando as chuvas voltassem, o ciclo da vida continuaria e eles logo estariam fecundando a terra novamente para esperar a colheita.<br /></span> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></div><div style="text-align: justify; "><span style="line-height: 115%; "><span ><br /></span></span></div><b style="font-size: medium; "><span><span style="text-align: left; "><br /></span></span></b><span style="font-size: medium; line-height: 115%; "><b><span><br /></span></b> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></div></span><p></p>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-90015024901422217652011-12-24T15:11:00.002-02:002011-12-24T15:13:06.730-02:00Feliz Natal!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBXU8XuPWmVDPA482LXm2Ffkk9s66NUVjwJpfVazfd2Ijhi6xKUB_Xpavs_0NM4ySsZVBKB7d_yBPva06saMCrjRGraf3ujkOAVtbZndya88ab_FMCHjYR0h1SRQsBKZPcvnnHEhPSGt4/s1600/sagrada-familia-01.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 214px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBXU8XuPWmVDPA482LXm2Ffkk9s66NUVjwJpfVazfd2Ijhi6xKUB_Xpavs_0NM4ySsZVBKB7d_yBPva06saMCrjRGraf3ujkOAVtbZndya88ab_FMCHjYR0h1SRQsBKZPcvnnHEhPSGt4/s320/sagrada-familia-01.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5689744073487785922" /></a><br />Deixo vocês com este belo conto...<div><br /></div><div><br /></div><b><i>A noite em que os hotéis estavam cheios - Moacyr Scliar</i></b><br /><br /><div><div style="text-align: justify;">O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.</div><div style="text-align: justify;">Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.</div><div style="text-align: justify;">— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!</div><div style="text-align: justify;">O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:</div><div style="text-align: justify;">— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?</div><div style="text-align: justify;">O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.</div><div style="text-align: justify;">— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.</div><div style="text-align: justify;">O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.</div><div style="text-align: justify;">No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.</div><div style="text-align: justify;">— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:</div><div style="text-align: justify;">— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.</div><div style="text-align: justify;">O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, e até agradeceu. Saíram.</div><div style="text-align: justify;">Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-69455812836509497512011-12-17T11:23:00.005-02:002011-12-22T17:24:51.487-02:0017 de dezembro - aniversário de Érico Veríssimo<div style="text-align: justify;">No ano de 1905, na cidade de Cruz Alta, estado do Rio Grande do Sul, nascia neste dia 17 de dezembro o grande escritor Érico Veríssimo. Entre tantas obras importantes, destaco a saga "O Tempo e o Vento", da qual surgem personagens clássicos como o casal Ana Terra e Pedro Missioneiro e o valente e destemido Capitão Rodrigo Cambará. Outros personagens famosos na Literatura brasileira foram criados por Érico no chamado "Ciclo de Clarissa", romances que apresentam o cotidiano da vida na capital gaúcha e das pequenas cidades do estado, cobertas pelo tradicionalismo das famílias abastadas (algumas já não tão abastadas, como a do próprio escritor). A menina Clarissa, que o leitor acompanha desde os 14 anos até tornar-se uma mulher, seu primo Vasco Bruno com suas aventuras (que incluem guerras e romances), o amargurado Amaro, pianista frustrado apaixonado pela jovem Clarissa, o angustiado Eugênio, dividido entre a pobreza da família e o orgulho de se tornar um homem rico livrando-se de toda humilhação que sua condição financeira na infância acarretou; não podemos nos esquecer de Olívia, com suas cartas e seus pensamentos cristãos; e o que dizer dos mortos que voltam para reclamar seus direitos em "Incidente em Antares"? São tantos personagens que eu não conseguiria citar, acabaria cometendo injustiças, como esquecer da obra de Érico Veríssimo voltada para o público infantil, ou do soldado americano atormentado pela guerra e pelos conflitos pessoais em "O Prisioneiro". </div><div style="text-align: justify;">O importante para mim é que Érico Veríssimo seja lembrado hoje om toda sua grandeza de homem consciente e escritor exemplar de grande importância para a literatura de língua portuguesa.</div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-12860651019613992712011-12-16T09:21:00.003-02:002011-12-16T09:46:58.091-02:0016 de Dezembro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYEZWVWr_I9icWmJi3fmkCjf52wWDFOemBKMy9mezAgdpKfC4-o-EMr2n1N9RK_S6krik8ZtsVlfVrYIwSRJZtN94-VO1G3ThEwkxCWR31OYkERd-iQfrexrVFar0ztXW9F2CGzMJ36ns/s1600/casa+de+Jane+austen.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYEZWVWr_I9icWmJi3fmkCjf52wWDFOemBKMy9mezAgdpKfC4-o-EMr2n1N9RK_S6krik8ZtsVlfVrYIwSRJZtN94-VO1G3ThEwkxCWR31OYkERd-iQfrexrVFar0ztXW9F2CGzMJ36ns/s320/casa+de+Jane+austen.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5686691229194909154" /><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: large; ">Olá amigos leitores do blog...</span></a><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >Há exatamente 26 anos, no dia 16 de dezembro, eu estava vindo ao mundo durante uma noite chuvosa. Mas este post não é só para falar do meu aniversário não, na verdade, neste mesmo dia 16 de dezembro nasceram dois escritores muito importantes para a Literatura mundial: são eles Jane Austen e Olavo Bilac. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >A grande escritora inglesa Jane Austen nasceu no ano de 1775, em Steventon, no condado de Hampshire, filha do pastor anglicano George Austen e Cassandra Leigh. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >A importância de Jane para a literatura é notável, pois seus livros se tornaram grandes clássicos mundiais e continuam amados até hoje, inspirando filmes, séries de TV e estudos sobre a obra de Austen. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >O mais popular talvez seja "Orgulho e Preconceito", mas Jane também nos deixou "Razão e Sensibilidade", "A Abadia de Northanger", "Mansfield Park", "Emma" e por fim, o meu favorito "Persuasão".</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >No ano de 1915 Jane começou a sentir dores nas costas, fraqueza e muito cansaço. Os médicos nunca chegaram a um diagnóstico preciso, mas hoje, analisando os sintomas, existe uma certa inclinação pela Doença de Addison, doença rara e crônica em que as glândulas suprarrenais não produzem hormônios esteroides suficientes. Alguns dos sintomas são dores abdominais e fraqueza. Foi descrita pela primeira vez por Thomas Addison, em 1885, quase 40 anos após a morte de Jane Austen, que veio a falecer aos 41 anos, na manhã de 18 de julho de 1817. Quando morreu, a escritora já estava muito debilitada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >Já o "Príncipe dos Poetas" Olavo Bilac teve vida mais longa. Ele nasceu no dia 16 de dezembro de 1865 no Rio de Janeiro (capital) e faleceu na mesma cidade, em 28 de dezembro de 1918. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº. 15, que tem como patrono Gonçalves Dias. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >Sua obra poética enquadra-se no Parnasianismo, que teve na década de 1880 a fase mais fecunda. Embora não tenha sido o primeiro a caracterizar o movimento parnasiano, pois só em 1888 publicou "Poesias", Olavo Bilac tornou-se o mais típico dos parnasianos brasileiros, ao lado de Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. Bilac foi, no seu tempo, um dos poetas brasileiros mais populares e mais lidos do país, tendo sido eleito o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, no concurso que a revista <b><i>Fon-fon</i></b> lançou em 1º. de março de 1913.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >A sua obra pode ser disposta da seguinte forma: Poesias (1888); Crônicas e novelas (1894); Crítica e fantasia (1904); Conferências literárias (1906); Dicionário de rimas (1913); Tratado de versificação (1910); Ironia e piedade, crônicas (1916); Tarde (1919); Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957), e obras didáticas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >Foi também um notável conferencista, escreveu contos e crônicas e, embora mais tarde os Parnasianos tenham sido o principal alvo de críticas dos Modernistas, Olavo Bilac tem destaque na Literatura como um dos mais típicos e perfeitos dentro do estilo Parnasiano. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-9326915428585621592011-11-20T14:14:00.006-02:002011-11-20T14:32:06.057-02:0020 de novembro - Dia da Consciência Negra (Viver outra vez)<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" >Para o dia de hoje, recomendo a leitura do seguinte conto: </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; " >VIVER OUTRA VEZ – Márcio Barbosa</span></div><div> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-family:"Times New Roman","serif""><o:p> </o:p></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; ">Com o solzinho da tarde, ela entrou no apartamento. Sábado.</span></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; " >- A entrevista, lembra?</span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Olhou as roupas espalhadas, móveis empoeirados e ele desculpou-se:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Poucos vêm aqui. Achava que minha próxima visita seria a morte.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Observou-a. Pequena, inquieta, mãozinhas curiosas nos discos e livros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Depois, pernas cruzadas – gravador ligado – murmurou, voz rouca:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- O terreiro do bairro quer fazer um trabalho sobre memória.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ele, aborrecido, negou depoimento. Tentava esquecer o passado - fantasma que se escondia sob a cama.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- O senhor ajudou a fundar associações, a desmascarar a ideologia da falsa democracia racial – ela insistiu.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Um dia fora professor. Mas ela não sabia que agora não era mais nada?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Que, há algum tempo, o coração vinha ameaçando parar?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Minha filha, esqueça-se de mim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Com o esforço de levantar-se arregalou os olhos. Ela assustou-se:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Que foi?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Tonturas, já passa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Caiu, sem dizer mais nada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Apavorada, ela procurou vizinhos. Um taxista veio. Gordo, dirigia com a barriga encostada ao volante. No pronto-socorro lotado, brigaram para serem atendidos. Um jovem médico os recebeu, perguntando:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Seu pai? É só pressão um pouco alta. Vocês da raça negra são muito sujeitos a ter hipertensão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Receitou maleato de enalapril e mandou-os embora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Na volta, no táxi, ela ouviu-o, voz trêmula de velho, sussurrar<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >“obrigado”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Por fazer o senhor ficar nervoso – sorriu -, ir para o hospital?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Por se preocupar comigo. Sabe, já estou no fim…<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ele olhou pela janela do carro. Viu crianças sem camisas jogando futebol nas ruas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Só não pensei – continuou – que fosse terminar viúvo, sem filhos, aqui, neste bairro, que é quase outra cidade. Quem povoou Perdizes, Bela Vista? A negrada. Minha família sempre morou lá.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Nasci aqui – ela afirmou. – É legal. Um pouco perigoso, ultimamente. Uns amigos morrendo por causa de drogas. Dezesseis, dezessete anos. Não lhe parece que existe um plano para exterminar nosso povo?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >O que o tocou, quando ela ergueu o rosto e fitou-o? Os olhos úmidos?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Quase menina, tão preocupada com sua gente. Queria dizer-lhe para não se iludir, mas a frase ficou presa dentro do peito, mesmo quando ela voltou outras vezes, depois do trabalho, para ver como estava. Um dia chegou, tirou o walk-man, passou os dedos nos móveis e exclamou:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Tem tanto pó!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Foi acumulando com as decepções – ele brincou.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >No dia seguinte, de bermudas, coxas roliças à mostra, ela espanou, varreu. Não podia ver nada envelhecer? Pensava, com a alegria de menina, em remoçá-lo? Num domingo, chegou com discos:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Racionais, conhece? Bom pra caramba.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ouviu e gostou. Parecia escutar a si mesmo nos versos dos raps, rapaz crescendo revoltado nos cortiços do Bixiga. Mas o que a moça queria, enchendo o lugar com música, verificando se comia direito, arrumando as camisas no guarda-roupa?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Vê-lo recuperar-se – ela dizia. – Já está mais moço.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Acreditava no poder de cura de mãos movidas por carinho. Deu-lhe as suas e levou-o a bares onde pagodeiros punham a alma para percutir os instrumentos. Dançou com ele, sob olhares curiosos, diferentes daqueles que os vizinhos lhes dirigiam, quando passavam nas ruas, mãos entrelaçadas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ouvia-os dizer: Podia ser sua filha, que sem-vergonha.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ela nem ligava. O velho mais desiludido tornava-se o mais animado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >O homem que ajudara seu povo a se organizar despertava, às vezes, no trovão da gargalhada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Mas, num sábado, tristezas de outrora emergiram no poço dos olhos. Ao vislumbrá-las, fez de tudo para levá-lo à praia. Pularam sete ondas, despachando as coisas ruins que pesavam nos ombros. Gotas de água em seus cabelos eram minúsculos sóis. Deitadinhos na areia, contou a ele sobre o pai, disse que jamais o conhecera. Os olhos marejaram, uma sombra passou por seu rosto. Então, mudou de assunto e puxou-o para brincar na água. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Voltaram da viagem à noite. Entraram no pequeno apartamento rindo de tudo, de nada. Dono ainda de olhos tristes, mas animado. Bateu-lhe no peito sem feri-lo. Acariciou sua carapinha. Depois, olhou-o durante um bom tempo e beijou sua boca sorridente. Idade pra ser o pai?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Sou virgem – ela murmurou. – Não posso engravidar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >As roupas ficaram sobre o tapete, espalhadas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >De mãos dadas na padaria, no mercado, ouviam os vizinhos:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >É a sobrinha?- uns perguntavam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Amante. – outros diziam, baixinho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ele ia receber a aposentadoria e ficava no ponto de ônibus meia hora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Enquanto outros reclamavam, permanecia impassível, dono de um segredo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >É a concubina. – Parecia escutar alguém sussurrando.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Sentia-se leve, até ser acometido por uma dorzinha besta no peito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >No centro da sala, o homem sentado no sofá é uma pálida lembrança daquele que, outrora, acreditara na sua gente. Que fantasmas o acompanhariam ao cemitério? Ela assustou-se, ao vê-lo com as mãos sobre o peito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Coração?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Um coração enfraquecido pelas desilusões.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Por que não falava desses fantasmas?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Não confia em mim? Quer dizer que eu não sou nada?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- O gravador – ele pediu, imediatamente após ouvi-la falar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Esperou-a tirar o sony da bolsa e continuou:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- No início do século, previa-se o desaparecimento da nossa, não digo raça, que só existe a raça humana. E melhor etnia. As elites brasileiras queriam um país sem negros e mulatos. Quando soube dessas idéias, a luz da revolta me iluminou. Uns amigos falaram-me sobre Zumbi, sobre os quilombos, sobre união. Acreditei que a união fosse possível. Mas o sonho se desfez tão rápido! Os amigos se cansaram. O nosso povo? Desinteressado, apático. Não sei – enxugou uma lágrima – como não desapareceu.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- O que vocês fizeram foi bonito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- São coisas que eu preciso esquecer.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Hoje os problemas são os mesmos. Mas há pessoas jovens, querendo aprender, como eu. Quero acreditar em algo. Nosso povo sobreviveu porque acreditou na vida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- É verdade. Parece que nós temos de adquirir uma força tão grande, parece que um amor pela vida se enraíza tão fundo dentro da gente, que nada nos abala com facilidade. E se a gente cai, é pra levantar mais forte; se apanhamos, voltamos a brigar com mais garra; se choramos, também aprendemos a extrair, lá de dentro, uma gargalhada tão gostosa, que é como se toda a alegria do mundo coubesse em nosso peito. Somos negros e temos essa força. Isso é maravilhoso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ela abraçou-o, beijou-o. Só então ele se deu conta de que falara com entusiasmo. Uma parte do sonho ainda vivia. Mas as dores no peito persistiram. Ela vinha mais vezes, preparava arroz integral, moderou no sal e tirou o açúcar branco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- A pinga com carqueja eu não jogo fora – ele protestou. Era para diabetes, um amigo tinha ensinado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Ficava irritado com os excessos de cuidados. No fundo, sentia falta quando ela não vinha. A menina de uma geração tão diferente, com quem reaprendia a viver. A moça que acreditava nas coisas em que ele acreditara.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Num domingo, sentindo o relógio no peito se acelerar, disse-lhe:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Não vou durar muito. Só lamento não ter tido filhos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Notou que ela ficou calada, pensativa. Escondia algo?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Veio na segunda-feira. Preocupada, tensa. Acusou-o de cerceá-la. Tensão pré-menstrual? Que havia?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Estou grávida – disse, por fim. – Não posso. Tenho estudos.Também não quero um filho pra crescer como eu, sem pai.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Foi até a janela. Suas lágrimas rolavam como a chuva lá fora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Um filho? – ele perguntou, incrédulo. – A soma do meu e do teu sonho. Olhe – pegou-lhe a mão e pôs sobre seu próprio peito – parou de doer. Podemos criar esse filho, se você quiser. – Então abraçou-a e, com a voz embargada, soluçando, falou: – Te amo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Quando eles passavam, grávidos, ouviam os vizinhos comentarem:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >É o filho – uns diziam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >O neto – outros apostavam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- É o amor nos recriando – diziam um ao outro.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><br /></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Acho muito interessante a forma como os personagens vão descobrindo os sentimento e voltando mesmo a viver. A jovem que cresceu sem pai numa comunidade pobre, o idoso que viu seus sonhos de liberdade e igualdade não se concretizarem, que se sente melancólico ao ver que muitos não se importam com a questão racial e que, por isso, muitas histórias tristes continuam se repetindo. Neste conto o protagonista, através dos comentários realistas (ou pessimistas), exprime sua dor pela desigualdade: </span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><b><i>"(...) No início do século, previa-se o desaparecimento da nossa, não digo raça, que só existe a raça humana. E melhor etnia. As elites brasileiras queriam um país sem negros e mulatos. Quando soube dessas idéias, a luz da revolta me iluminou. Uns amigos falaram-me sobre Zumbi, sobre os quilombos, sobre união. Acreditei que a união fosse possível. Mas o sonho se desfez tão rápido! Os amigos se cansaram. O nosso povo? Desinteressado, apático. Não sei – enxugou uma lágrima – como não desapareceu.(...)"</i></b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >Até mesmo o espírito ardente da juventude do qual a moça é imbuída não a livra de pensamento desanimadores:</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span style="line-height: 115%; font-family: 'Times New Roman', serif; " ><b><i>"(...)- Nasci aqui – ela afirmou. – É legal. Um pouco perigoso, ultimamente. Uns amigos morrendo por causa de drogas. Dezesseis, dezessete anos. Não lhe parece que existe um plano para exterminar nosso povo?(...)"</i></b></span></p><p></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p><b style="font-style: italic; "> </b><span class="Apple-tab-span" style="font-style: italic; font-weight: bold; white-space: pre; "> </span>O Rap também aparece no conto como a Arte que populariza as histórias, muitas vezes tão semelhantes, fazendo com que os mais velhos se identifiquem nas letras atuais. É o passado e o presente que se assemelham:</o:p></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >No dia seguinte, de bermudas, coxas roliças à mostra, ela espanou, varreu. Não podia ver nada envelhecer? Pensava, com a alegria de menina, em remoçá-lo? Num domingo, chegou com discos:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" >- Racionais, conhece? Bom pra caramba.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><b><i>"(...)Ouviu e gostou. Parecia escutar a si mesmo nos versos dos raps, rapaz crescendo revoltado nos cortiços do Bixiga. Mas o que a moça queria, enchendo o lugar com música, verificando se comia direito, arrumando as camisas no guarda-roupa?(...)"</i></b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span class="Apple-style-span" >Com o passar do tempo, o idoso começa a demonstrar que seus sonhos podem não estar mortos:</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; ">- Hoje os problemas são os mesmos. Mas há pessoas jovens, querendo aprender, como eu. Quero acreditar em algo. Nosso povo sobreviveu porque acreditou na vida.</span></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><b><i><span class="Apple-style-span" ><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">"(...)- É verdade. Parece que nós temos de adquirir uma força tão grande, parece que um amor pela vida se enraíza tão fundo dentro da gente, que nada nos abala com facilidade. E se a gente cai, é pra levantar mais forte; se apanhamos, voltamos a brigar com mais garra; se choramos, também aprendemos a extrair, lá de dentro, uma gargalhada tão gostosa, que é como se toda a alegria do mundo coubesse em nosso peito. Somos negros e temos essa força. Isso é maravilhoso.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 17px; ">Ela abraçou-o, beijou-o. Só então ele se deu conta de que falara com entusiasmo. Uma parte do sonho ainda vivia.(...)"</span></span></i></b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 17px; " >Por fim, aparece a esperança comum a todos: uma criança a caminha, os sonhos restaurados, tudo iria se iniciar novamente, a vida começa seu ciclo. Aquele filho era fruto do amor e dos sonhos daquelas duas pessoas. Não era apenas fisicamente que o idoso voltava a viver, eram seus sonhos que renasciam depois de tanto tempo de desilusões:</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt; "></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><b><i><span class="Apple-style-span" ><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">"(...)- Um filho? – ele perguntou, incrédulo. – A soma do meu e do teu sonho. Olhe – pegou-lhe a mão e pôs sobre seu próprio peito – parou de doer. Podemos criar esse filho, se você quiser. – Então abraçou-a e, com a voz embargada, soluçando, falou: – Te amo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; ">Quando eles passavam, grávidos, ouviam os vizinhos comentarem: </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; ">É o filho – uns diziam.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; ">O neto – outros apostavam.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; ">- É o amor nos recriando – diziam um ao outro.(...)"</span></span></i></b></p><p></p><p></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing" style="text-align:justify"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"" ><o:p> </o:p></span></p><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-80574509217156085552011-11-02T10:09:00.002-02:002011-11-02T10:43:17.461-02:00Dia de Finados<div style="text-align: justify;">Dia 02 de novembro é o dia dos mortos, ou dia de finados, como queiram. Neste dia é comum todos refletirem sobre a morte. Pensando nisso resolvi fazer um post sobre a morte na literatura. </div><div style="text-align: justify;">No conto alegórico "A máscara vermelha da morte" do norte-americano Edgar Allan Poe, temos em princípio uma epidemia que causa muitas mortes num país governado por uma monarquia nada preocupada com o povo. A soberba da família real tenta ser mais forte que as forças da morte e, por isso, resolve isolar toda a nobreza no grande castelo, longe da água e de todos as outras circunstâncias que poderiam ser causa da mortal epidemia. </div><div style="text-align: justify;">A morte, no entanto, não aceita tal ousadia e, tomando forma quase humana, consegue entrar no castelo e levar consigo todos os reis, duques...embora tenha a função primordial de vilã, a Morte surge aqui como uma justiceira, aquela que promove a igualdade entre todos os seres humanos, mostrando aos nobres a fragilidade deles em relação ao corpo, fragilidade esta que nada os difere dos plebeus. </div><div style="text-align: justify;">Outro romance no qual a "indesejada da gentes" resolve mostrar seu valor é o romance "As intermitências da morte" do português José Saramago. A morte, cansada de ser ofendida e indesejada, resolve fazer uma pausa nos seus serviços, deixando todos os habitantes de um país com a "dom" da imortalidade. Logo surgem as agruras de uma vida sem morte: população doente sem expectativas de fim do sofrimento, asilos lotados, até mesmo uma máfia que leva pacientes terminais para além das fronteiras para que possam morrer!</div><div style="text-align: justify;">Quando resolve voltar a trabalhar, ela resolve mandar um aviso prévio através de uma macabra carta roxa, na qual os que serão buscados têm a morte anunciada e podem se preparar para recebê-la. Neste período o livro muda seu tom coletivo para individual, através da história de um músico solitário que, pela primeira vez consegue driblar a morte evitando receber a carta. </div><div style="text-align: justify;">Mais uma vez inconformada com tal ousadia, a "indesejada das gentes" toma forma humana, na verdade uma bela forma humana, e vem para a Terra para entregar pessoalmente a carta fúnebre. Pena que ela não conhecia muito bem sentimentos tão humanos como o amor...bom, mas esta é uma outra história. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-53902700847780939542011-11-02T09:54:00.003-02:002011-11-02T10:08:58.202-02:00Dia de Todos os Santos - Tomás Morus<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwzPN8HBF-eSXnkIx9GP155ZNQUaN_9gy0rlxYTUT1GbCBauxo90upuTWxKcJ2Qx8Y449SgNwzm5sSK0jvxBR64QMxgXBBcBjiUsIuT-jO1U9Veh-4z_QH367kSEDF1npXUFU4Grak-A/s1600/0662.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 296px; height: 296px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwzPN8HBF-eSXnkIx9GP155ZNQUaN_9gy0rlxYTUT1GbCBauxo90upuTWxKcJ2Qx8Y449SgNwzm5sSK0jvxBR64QMxgXBBcBjiUsIuT-jO1U9Veh-4z_QH367kSEDF1npXUFU4Grak-A/s320/0662.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5670369258804629778" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large; ">Dia 01 de novembro é o dia de todos os santos, comemorado pela Igreja Católica. Pensando nisso, resolvi aliar este tema com Literatura e pensei no Inglês Tomás Morus. Sim, ele é um santo da Igreja Católica, mas também é um grande escritor da língua inglesa, sendo responsável por uma das obras mais apreciadas pela crítica: "Utopia". </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" >Thomas Morus, forma alatinada por que é literariamente conhecido Thomas Moore, Grande Chanceler da Inglaterra, nasceu em Londres em 1478 e foi aí decapitado em 1535. Filho de um dos juízes do banco dos reis, foi aos quinze anos colocado como pagem do Cardeal Morton, Arcebispo de Cantuária. Em 1497 foi terminar seus estudos em Oxford, onde conheceu Erasmo. Fez durante três anos o curso de Legislação, ao mesmo tempo que se preparava para exercer a advocacia.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >Pouco depois da ascensão de Henrique VII, foi referendário e membro do Conselho Privado (1514). Acompanhou o rei da Inglaterra ao campo de Drap d’or em 1520. Após a queda do cardeal Wolsey foi nomeado Grande Chanceler (1529).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >Quando Henrique VIII abjurou o catolicismo, Morus, então ligado à Igreja Romana, pediu demissão do cargo (1532), descontentando com esse gesto o Rei. No ano seguinte ofendeu mortalmente Ana Bolena, recusando-se a assistir à sua coroação e a prestar fidelidade a seus descendentes. Foi condenado à prisão perpétua e ao confisco de todos os seus bens. Pouco tempo depois foi condenado à morte por crime de alta traição e decapitado em Londres em 1535.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" >A “Utopia”, sua obra mais divulgada, e que lhe deu renome universal, foi editada em Basileia (Suíça) por Erasmo a quem Morus estava ligado por fortes laços de amizade e a quem revelava, em sua correspondência particular, a repugnância que sentia pela vida parasitária e faustosa da corte: “Não podes avaliar”, escrevia-lhe, “com que aversão me encontro envolvido nesses negócios de príncipes; não há nada mais odioso que esta embaixada”... Referia-se à embaixada diplomática enviada pelo Rei da Inglaterra a Flandres afim de resolver um dissídio surgido entre este pais e o príncipe Carlos de Castela.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >A “Utopia” representa a primeira crítica fundamentada do regime burguês e encerra uma análise profunda das particularidades inerentes ao feudalismo em decadência. A forma é muito simples; é uma conversação íntima durante a qual Morus aborda ex-abrupto as questões mais novas e mais difíceis. Sua palavra, às vezes satírica e jovial, outras, de uma sensibilidade comovedora, é sempre cheia de força.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >A primeira parte é o espelho fiel das injustiças e misérias da sociedade feudal; é, em particular, o martirológio do povo inglês sob o reinado de Henrique VII. Entretanto, o povo inglês não era vítima unicamente da avareza do rei; outras causas de opressão e sofrimento o atormentavam. A nobreza e o clero possuíam a maior parte do solo e das riquezas públicas; estes bens permaneciam estéreis para a grande massa de trabalhadores. Além disso, nessa época, os grandes senhores mantinham uma multidão de vassalos, seja por amor ao fausto, seja para assegurar a impunidade de seus crimes ou ainda para utilizá-los como instrumentos de violência contra os vilões. Esta vassalagem era o terror do camponês e do trabalhador.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >De outro lado, o comércio e a indústria da Inglaterra não tinham muita expansão antes das descobertas de Vasco da Gama e Colombo. E assim, as gerações se sucediam sem finalidade, sem trabalho e sem pão. A agricultura estava em ruínas desde que a nascente indústria da lã, prometendo lucros espantosos, fez com que terras imensas fossem transformadas em pastagens para carneiros. Em conseqüência disto uma multidão de camponeses viu-se reduzida à miséria, trazendo uma multiplicação de mendicidade, vagabundagem, roubos e assassínios. Por sua vez a lei inglesa era de uma severidade inaudita, punindo com a morte, indistintamente, o ladrão, o vagabundo e o assassino.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >Com semelhante panorama social diante dos olhos, compreende-se a dureza e amargura das críticas de Morus contra uma sociedade tão profundamente desorganizada e injusta.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >Thomas Morus, depois de ter na “Utopia” feito uma sátira a todas as instituições da época, edifica uma sociedade imaginária, ideal, sem propriedade privada, com absoluta comunidade de bens e do solo, sem antagonismos entre a cidade e o campo, sem trabalho assalariado, sem gastos supérfluos e luxos excessivos, com o Estado como órgão administrador da produção, etc.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" >Embora o caráter essencialmente imaginário e quimérico da “Utopia”, a obra de Morus fica na história do socialismo como a primeira tentativa teórica da edificação de uma sociedade baseada na comunidade dos bens. E o seu nome ficou para sempre incorporado ao vocabulário universal como o significado do todo sonho generoso de renovação social...</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(68, 68, 68); font-family: georgia; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span class="Apple-style-span" >Quatro séculos depois da sua morte, em 1935, Tomás Morus foi canonizado pela Igreja católica.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(68, 68, 68); font-family: georgia; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span class="Apple-style-span" ><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(68, 68, 68); font-family: georgia; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span class="Apple-style-span" >Fonte: </span></span><a href="http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/utopia.html" style="text-align: left; ">http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/utopia.html</a></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-76020777307320653712011-10-02T15:07:00.004-03:002011-10-02T15:21:32.821-03:00Lembranças de um bruxo muito especial...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx3klvKxrz1-EwaKSVV0MNOCmc3M-1U3JYLuqvzs0XapO_6-oOYuyIhT0QAzxTa0J8DgaJvlwoJsQmW-Yf_AM-lfKZWyxD807TBV88dGf0wRn9EyVUFZOgjIQ5VTj-pW2xJahpWqwEAr0/s1600/foto003.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 235px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx3klvKxrz1-EwaKSVV0MNOCmc3M-1U3JYLuqvzs0XapO_6-oOYuyIhT0QAzxTa0J8DgaJvlwoJsQmW-Yf_AM-lfKZWyxD807TBV88dGf0wRn9EyVUFZOgjIQ5VTj-pW2xJahpWqwEAr0/s320/foto003.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5658961659695553474" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;">Não...não estou falando de nenhuma franquia de filmes que teve o último episódio finalizada este ano. Estou falando do "Bruxo do Cosme Velho", como ficou conhecido o mestre Machado de Assis. No dia 29 de setembro, precisamente no ano de 1908, Joaquim Maria Machado de Assis deixava este mundo e, como legado, obras clássicas que marcaram a Literatura mundial. Sim, Machado de Assis escreveu com maestria romances inovadores, únicos, que encantam leitores de todas as gerações. Coube a ele também o papel de exímio contista. Além de trabalhar em cargos públicos e na imprensa, o grande escritor era crítico literário, poeta, dramaturgo...foi realmente um homem que soube usar como ninguém o dom da inteligência e da criatividade, o poder de um pensamento que criticava a sociedade esbofeteando-a com luvas de pelica através de seus escritos. </div><div style="text-align: justify;">Quem dera que ele fosse lembrado por todas as escolas, que as pessoas celebrassem Machado de Assis como figura popular e acessível a todos, mas ainda tenho esperança de que um dia todos os brasileiros venham a conhecer a obra do Bruxo do Cosme Velho, que sua casa neste mesmo bairro, produziu personagens e enredos espetaculares e extremamente importantes para a cultura nacional. </div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-27534659158332925472011-08-22T13:25:00.003-03:002011-08-22T14:22:10.766-03:00Literatura em Quadrinhos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd6GxAvS5Av76N51TtSmT17EWhd8ijDdowMczCaW0OZihY0UqWOJ13VFj9urogjBiaD1Q5tFlWApwkPKn0vwUqPtrMDy31V5UVEhzoJ0rRWugAtkOKAMWM4kMPMHa8VcEDI6LwARIowns/s1600/O_CURIOSO_CASO_DE_BENJAMIN_BUTTON_1233104475P.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 236px; FLOAT: right; HEIGHT: 287px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643731749623548018" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd6GxAvS5Av76N51TtSmT17EWhd8ijDdowMczCaW0OZihY0UqWOJ13VFj9urogjBiaD1Q5tFlWApwkPKn0vwUqPtrMDy31V5UVEhzoJ0rRWugAtkOKAMWM4kMPMHa8VcEDI6LwARIowns/s320/O_CURIOSO_CASO_DE_BENJAMIN_BUTTON_1233104475P.jpg" /></a>
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<br /><div align="justify">As histórias em quadrinhos (popularmente conhecidas como HQs) sempre foram populares entre crianças, jovens, adolescentes e até mesmo adultos. Já serviram de inspiração para filmes, seriados de TV, e muitos personagens acompanharam e se tornaram símbolos de gerações. Quem não se lembra dos "Peanuts" ? A turma de Charlie Brown encanta gerações mesmo depois de tempos passados desde a sua primeira aparição. E os nossos brasileiros Cascão, Cebolinha, Magali, Mônica, Chico Bento...? A "Turma da Mônica" é um clássico nas prateleiras das bibliotecas e cai no gosto popular dos leitores. </div>
<br /><div align="justify">E quando grandes clássicos da literatura são transportados e adaptados para os quadrinhos? Será possível unir a linguagem elaborada dos grandes clássicos com a informalidade das HQs? E os temas, poderia o público jovem se adaptar a eles? Claro que sim! As HQs podem aproximar os leitores jovens dos romances e contos clássicos. Crianças e jovens podem apresentar maior recepção às características dos quadrinhos. O eero acontece quando os leitores acreditam que a leitura do texto em forma de quadrinhos dispensa a leitura dos originais. A leitura das HQs são valiosas, mas não devem ser únicas, pois as adaptações não podem suprir a riqueza dos clássicos em termos de linguagem, estilística, estrutura, entre tantas outras características. </div>
<br /><div align="justify">O bom leitor tem o direito de conhecer a versão original do clássico que leu de forma adaptada para os quadrinhos, sabendo que toda literatura é válida quando cria novas expectativas, mas o leitor não pode ser privado da leitura dos clássicos originais, pois têm o direito de conhecer integralmente as grandes obras deixadas para a humanidade. </div>
<br />Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-10653307935265377112011-08-18T21:56:00.001-03:002011-08-18T21:57:46.227-03:00Mangás<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWAdqaBzmX3Aau9yCl0HzWeLpkyAVxiiwcNsLgFP16MnyBSAzxXLPFfVx7xSn93n5H6a87XTzqlxfD35U3wWl776tI5guW8Sj4PrZy3DM0WEPjz7SuRGzTjYgbpe9Jxpfr6RkaxGwDXcA/s1600/9.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 250px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642364896134902722" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWAdqaBzmX3Aau9yCl0HzWeLpkyAVxiiwcNsLgFP16MnyBSAzxXLPFfVx7xSn93n5H6a87XTzqlxfD35U3wWl776tI5guW8Sj4PrZy3DM0WEPjz7SuRGzTjYgbpe9Jxpfr6RkaxGwDXcA/s320/9.jpg" /></a>
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<br /><div align="justify">O Blog Devaneios literários nunca falou sobre quadrinhos ou literatura semelhante. Farei posts com alguns desenhos conhecidos como "Mangás". Eu sou leiga no assunto, mas resolvi postá-los. Eles foram feitos por um aluno chamado Miguel, 13 anos. Acredito que estes desenhos mostram um talento muito interessante que está se desenvolvendo neste adolescente e espero que um dia ele venha a escrever e publicar suas próprias histórias. Espero que gostem.... </div>
<br />Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-42118916878958182011-08-18T21:55:00.003-03:002011-08-18T21:56:30.604-03:00Mangás<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE0tZ-EQrYHHCrsZMWrb_kYMo3Vj0cd1MIvkI4OLxawoGC1VbIfBnihMLi3U9FrQFyF7Dg6snE1vVFBpNasN-zd4ww0WpYAuQXayPl6B0Nm8lKqCqDZWXMvGiZ82Dc72Hx6tzzyq29zXE/s1600/11.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 285px; FLOAT: left; HEIGHT: 233px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642364486416279602" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE0tZ-EQrYHHCrsZMWrb_kYMo3Vj0cd1MIvkI4OLxawoGC1VbIfBnihMLi3U9FrQFyF7Dg6snE1vVFBpNasN-zd4ww0WpYAuQXayPl6B0Nm8lKqCqDZWXMvGiZ82Dc72Hx6tzzyq29zXE/s320/11.jpg" /></a>
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<br /><div align="justify">O Blog Devaneios literários nunca falou sobre quadrinhos ou literatura semelhante. Farei posts com alguns desenhos conhecidos como "Mangás". Eu sou leiga no assunto, mas resolvi postá-los. Eles foram feitos por um aluno chamado Miguel, 13 anos. Acredito que estes desenhos mostram um talento muito interessante que está se desenvolvendo neste adolescente e espero que um dia ele venha a escrever e publicar suas próprias histórias. Espero que gostem.... </div>
<br />Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-11914392209702269862011-08-18T21:52:00.004-03:002011-08-18T21:53:33.102-03:00Mangás<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLdn-OSMs7Xc4qbEH9hqOXIEHWd_9QNEQ32fDN0TVWI56Ol0F91CdKFRr15ToUfj9bMh_zpxE8vjn3eP6a1ViRE3uuKBuxQrM6QaTh-MeMSjiJOmOezA4SsNld6BOKyeX9BRSOtKe1b0k/s1600/6.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 266px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642363746018782130" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLdn-OSMs7Xc4qbEH9hqOXIEHWd_9QNEQ32fDN0TVWI56Ol0F91CdKFRr15ToUfj9bMh_zpxE8vjn3eP6a1ViRE3uuKBuxQrM6QaTh-MeMSjiJOmOezA4SsNld6BOKyeX9BRSOtKe1b0k/s320/6.jpg" /></a>
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<br /><div align="justify">O Blog Devaneios literários nunca falou sobre quadrinhos ou literatura semelhante. Farei posts com alguns desenhos conhecidos como "Mangás". Eu sou leiga no assunto, mas resolvi postá-los. Eles foram feitos por um aluno chamado Miguel, 13 anos. Acredito que estes desenhos mostram um talento muito interessante que está se desenvolvendo neste adolescente e espero que um dia ele venha a escrever e publicar suas próprias histórias. Espero que gostem.... </div>
<br />Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-31787260306180890592011-08-18T21:50:00.002-03:002011-08-18T21:51:42.639-03:00Mangás<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7xb7Qw14Lb7N3dFEM0jtUn40jz4QQLdhUT6NULY16DoP_xMWBJOUdG29IC_dpcXKoJM6WgLhtA912n3zsVE-CtX6rzwMbdIdJfHxPT601ffb8vVu_LpO_js9RQXqX3eOYXKP_0NBxOnw/s1600/12.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 294px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642363320819407074" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7xb7Qw14Lb7N3dFEM0jtUn40jz4QQLdhUT6NULY16DoP_xMWBJOUdG29IC_dpcXKoJM6WgLhtA912n3zsVE-CtX6rzwMbdIdJfHxPT601ffb8vVu_LpO_js9RQXqX3eOYXKP_0NBxOnw/s320/12.jpg" /></a>
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<br />Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2734825202324410262.post-79723903187751727882011-08-04T20:16:00.003-03:002011-08-04T20:20:14.585-03:00Mangás<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ991zFmO5xu1s64b26dwh53EIJbCX7-6TslVAYCgZ-zlGG4GUvpMbedBw0if_oFY3YuhdrLvhdKEECuWMivCp1-BQuftwsGzcBnEOaghkwfz2rPAPm289hT6K9KDVfOu2_MgMPLq2ZBA/s1600/8.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 261px; FLOAT: left; HEIGHT: 232px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5637144348145921634" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ991zFmO5xu1s64b26dwh53EIJbCX7-6TslVAYCgZ-zlGG4GUvpMbedBw0if_oFY3YuhdrLvhdKEECuWMivCp1-BQuftwsGzcBnEOaghkwfz2rPAPm289hT6K9KDVfOu2_MgMPLq2ZBA/s320/8.jpg" /></a><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="LINE-HEIGHT: 17px; COLOR: rgb(42,42,42)" class="Apple-style-span">O Blog Devaneios literários nunca falou sobre quadrinhos ou literatura semelhante. Farei posts com alguns desenhos </span><span style="LINE-HEIGHT: 17px; COLOR: rgb(42,42,42)" class="Apple-style-span">conhecidos como "Mangás". Eu sou leiga no assunto, mas resolvi postá-los. Eles foram feitos por um aluno chamado Miguel, 13 anos. Acredito que estes desenhos mostram um talento muito interessante que está se desenvolvendo neste adolescente e espero que um dia ele venha a escrever e publicar suas próprias histórias. Espero que gostem....</span> </span></div><br /><br /><br /><br /><div align="justify"></div>Licrishttp://www.blogger.com/profile/02193572099951454404noreply@blogger.com3