Os versos iniciais da música de Dorival Caymmi, estão presente no romance "Mar Morto" do baiano Jorge Amado, e exemplifica o sentimento dos mestres de saveiro do porto, sempre a espera da morte, amando suas mulheres com furor antes de partir, sabendo que podem não voltar.
terça-feira, 11 de junho de 2013
Mar Morto - Jorge Amado
Os versos iniciais da música de Dorival Caymmi, estão presente no romance "Mar Morto" do baiano Jorge Amado, e exemplifica o sentimento dos mestres de saveiro do porto, sempre a espera da morte, amando suas mulheres com furor antes de partir, sabendo que podem não voltar.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
As Vinhas da Ira - John Steinbeck
sábado, 5 de janeiro de 2013
Ben Hur - Uma Historia Dos Tempos De Cristo
domingo, 23 de dezembro de 2012
Grandes Esperanças - Charles Dickens
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Os Miseráveis - Victor Hugo
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
O poder persuasivo e sedutor de Rebecca e Raquel
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Machado de Assis - o Bruxo do Cosme Velho faz aniversário
domingo, 17 de junho de 2012
Sonata a Kreutzer - Leon Tolstói
Os sentimentos exaltados que esta novela evoca encontram paralelo na famosa peça de Beethoven conhecida como Sonata a Kreutzer, composta em 1803, que não apenas inspirou o título do livro como constitui um de seus motivos centrais.
Leon Tolstói era um homem muito sensível à música. Tão sensível que acreditava que ela poderia ter grande influência sobre o homem. Foi justamente ao ouvir uma apresentação dessa sonata em sua própria casa, na primavera de 1888, que ele retomou uma ideia que já o ocupara antes: retratar, de forma aguda e radical, o desequilíbrio nas relações entre homens e mulheres, a questão da infidelidade no casamento e a hipocrisia social que cerca tudo o que diz respeito ao sexo.
O enredo dialoga com as escalas vertiginosas do piano e do violino na sonata de Beethoven, e no qual o andamento inexorável da tragédia se soma à lucidez cristalina da linguagem. A novela foi considerada escândalosa na época do seu lançamento, no ano de 1891, e até mesmo antes disso, quando seus manuscritos foram lidos dentro e fora da Rússia. Posteriormente, o livro chegou a ser proibido nos Estados Unidos.
Podzdnischeff conta sua história de boêmia, ciúmes e tragédias para o narrador que vê-se envolvido naquela nova situação durante uma viagem de trem, na qual o desconhecido escuta uma conversa sobre questões envolvidas ao casamento. Começa então a narração do edílio sentimental de um homem que se reconhece seus erros em alguns pontos: a boêmia exagerada na juventude, o casamento que trouxe-lhe tantos problemas, a sensualidade mantida mesmo enquanto sua esposa cumpria com os "deveres" de mãe.
O fim trágico da relação com a esposa é digno de outra obra de Tolstói, o grande romance "Ana Karênina", no qual a protagonista também perde a vida, depois de ficar perdida numa rede de traições, ciúmes e remorsos. Mas, ao contrário de Ana, a esposa de Podzdnischeff, personagem feminina de Sonata a Kreutzer, não escolhe a morte. Neste ponto é o homem que toma a decisão, sem nem ao mesmo ter uma confissão da parte da mulher. Podzdnischeff age como juiz e condena a mãe de seus filhos à pena de morte, sob a acusação de traição.
Com certeza esta obra de Leon Tolstói deve ser leitura obrigatória para todos aqueles que apreciam enredos e personagens fortes, complexos e bem construídos, aliados a um contexto histórico e espaço peculiares, estilo inconfundível do grande escritor russo.
O fim trágico da relação com a esposa é digno de outra obra de Tolstói, o grande romance "Ana Karênina", no qual a protagonista também perde a vida, depois de ficar perdida numa rede de traições, ciúmes e remorsos. Mas, ao contrário de Ana, a esposa de Podzdnischeff, personagem feminina de Sonata a Kreutzer, não escolhe a morte. Neste ponto é o homem que toma a decisão, sem nem ao mesmo ter uma confissão da parte da mulher. Podzdnischeff age como juiz e condena a mãe de seus filhos à pena de morte, sob a acusação de traição.
Com certeza esta obra de Leon Tolstói deve ser leitura obrigatória para todos aqueles que apreciam enredos e personagens fortes, complexos e bem construídos, aliados a um contexto histórico e espaço peculiares, estilo inconfundível do grande escritor russo.
domingo, 11 de março de 2012
Dor de amor...
Deixei dormir a minha maldição,
_ Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...
Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!..
Como teu riso dói... como na treva
Os lêmures respondem no infinito:
Tens o aspecto do pássaro maldito,
Que em sânie de cadáveres se ceva!
Filha da noite! A ventania leva
Um soluço de amor pungente, aflito...
Fabíola!... É teu nome!... Escuta é um grito,
Que lacerante para os céus s'eleva!...
E tu folgas, Bacante dos amores,
E a orgia que a mantilha te arregaça,
Enche a noite de horror, de mais horrores...
É sangue, que referve-te na taça!
É sangue, que borrifa-te estas flores!
E este sangue é meu sangue... é meu... Desgraça!
Apelo
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Sem amor a casa fica vazia e, pequenos detalhes, antes ignorados, agora fazem uma tremenda falta e parece que não pode existir vida longe disso. Definitivamente, o que seria da cultura sem o amor?