domingo, 28 de março de 2010

Balzac - O Escritor Fábrica


O francês Honoré Balzac é conhecido mundialmente pelos romances clássicos que escreveu. Seu romance mais popular talvez seja "A Mulher de Trinta Anos" (que cunhou o termo "Mulher Balzaquiana"), mas a popularidade não lhe rendeu a apreciação da crítica, que o considera o pior romance de Balzac. Relatos dão conta que o próprio escritor desconsiderava este livro como um bom romance.
A vastidão da obra de Balzac não deixou com que um romance fraco destruísse sua carreira literária. Quem abrir qualquer volume da "Comédia Humana" vai se deparar com inúmeros personagens bem construídos, que deram ao autor a alcunha de "Escritor Fábrica".
Muitos escritores do nosso tempo são condenados pela crítica por escreverem freneticamente e transformarem a Literatura num grande "mercado". Isso não aconteceu com Balzac, que solidificou seus romances na França napoleônica e na sociedade Pós- Revolução Francesa.
Balzac subdividiu a sua Comédia da Sociedade Burguesa em cenas: a da vida privada, a da vida na província, a da vida parisiense, a da vida política, militar e rural, arrematando-as ainda com dois estudos que denominou de filosóficos e analíticos.
Nela o mundo moderno inteiro se faz presente. Lá está o banqueiro, o negociante, o libertino, o inventor, o gráfico, o poeta, o jornalista, o médico, a cortesã, o funcionário, o advogado, gente nobre e o povo comum. Mulheres soberbas, consagradas, contrapõem-se a verdadeiras feiticeiras, quase bruxas. Homens honrados em choque com gente vil. E, vagando nas sombras deste mundo, a figura sinistra e fascinante de Vautrin (inspirado no policial Vidoc, um ex-criminoso), um dos seus maiores achados literários e seu alter ego, um antigo chefe de quadrilhas regenerado, um filósofo cínico, arguto observador da verdadeira teia de aranha que se tornara a sociedade parisiense da primeira metade do século XIX (personagem que teria inspirado uma boa parte dos detetives dos romances policiais que surgiram em seguida).
Balzac criou personagens que marcaram a Literatura mundial, um exemplo é o pai de Eugênia Grandet, o Pai Grandet é conhecido como um dos maiores avarentos de toda a Literatura (imaginem uma competição entre ele e o Sr. Scrooge de "Conto de Natal" do inglês Charles Dickens?).
O Homem-fábrica exauriu-se aos 51 anos de idade, com o coração esgotado pelo excesso de trabalho e por doses cavalares de café fortíssimo. O escritor deixou mais de 50 títulos e um universo ficcional povoado por mais de 2000 personagens.

Algumas de suas obras são:

1831 La Peau de chagrin (A pele do onagro)

1833 Eugénie Grandet (Eugênia Grandet)

1837-1843 César Birotteau (César Birotteau)Illusions perdues (Ilusões perdidas)

1838-1847 Splendeurs et misères des courtisanes (Esplendores e misérias das cortesãs)

1844 Les Paysans (Os camponeses)

1846 La Cousine Bette (A prima Bette)

1847 Le Cousin Pons (O primo Pons)

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