"Imagem não é nada". Este slogan povoou a mídia por algum tempo, mas será mesmo verdade que ele encerra o verdadeiro conceito humano da importância da imagem? Duas obras desmentem esta verdade absoluta pregada pelo já referido slogan.
No romance "O retrato de Dorian Gray" do irlandês Oscar Wilde, temos o personagem título que carrega em si um pensamento atemporal, a vontade de ser jovem e belo para sempre. A vaidade contida em Dorian Gray é notavelmente acrescida quando percebida as vantagens que sua esplêndida beleza acarreta: ser o centro das atenções, o homem mais desejado (em termos de amor e amizade).
No conto "O retrato oval" do norte-americano Edgar Allan Poe, um personagem sem nome, apresentado apenas pela profissão de pintor, ama a arte acima de tudo, mas, diferente de Dorian, ele não valoriza a própria beleza, mas a beleza que a arte proporciona.
A partir deste ponto encontramos um ponto de convergência entre as duas obras; enquanto Dorian deseja a beleza presa no quadro, que nunca se diluirá nem sofrerá as agruras do tempo, o pintor deseja alcançar a perfeição na obra que pinta, para que a imagem humana da beleza perfeita não se perca através dos tempos.
O mesmo desejo que impulsiona os dois personagens também acarreta consequências e, desta forma, Dorian e o pintor descobrem que o slogan apresentado nestas primeiras linhas pode ter um fundo de verdade.
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