quinta-feira, 21 de junho de 2012

Machado de Assis - o Bruxo do Cosme Velho faz aniversário


No ano de 1839 nasceu precisamente neste dia, 21 de junho, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Este escritor recebeu o nome de Joaquim Maria Machado de Assis, nome este que ficou marcado para sempre na história da Literatura. 
Todos os brasileiros deveriam lembrar-se deste dia com muito carinho, pois este homem representa o Brasil no que tem de melhor: sua cultura. 
No fim do século XIX, Machado de Assis fundou, junto com outros grandes nomes da Literatura Brasileira, a Academia Brasileira de Letras, da qual foi presidente desde 1896 até o ano de sua morte, 1908. 
Machado de Assis é uma das razões pelas quais eu me orgulho deste belo país chamado BRASIL.

domingo, 17 de junho de 2012

Sonata a Kreutzer - Leon Tolstói

Os sentimentos exaltados que esta novela evoca encontram paralelo na famosa peça de Beethoven conhecida como Sonata a Kreutzer, composta em 1803, que não apenas inspirou o título do livro como constitui um de seus motivos centrais.
Leon Tolstói era um homem muito sensível à música. Tão sensível que acreditava que ela poderia ter grande influência sobre o homem.  Foi justamente ao ouvir uma apresentação dessa sonata em sua própria casa, na primavera de 1888, que ele retomou uma ideia que já o ocupara antes: retratar, de forma aguda e radical, o desequilíbrio nas relações entre homens e mulheres, a questão da infidelidade no casamento e a hipocrisia social que cerca tudo o que diz respeito ao sexo.
O enredo dialoga com as escalas vertiginosas do piano e do violino na sonata de Beethoven, e no qual o andamento inexorável da tragédia se soma à lucidez cristalina da linguagem. A novela foi considerada escândalosa na época do seu lançamento, no ano de 1891, e até mesmo antes disso, quando seus manuscritos foram lidos dentro e fora da Rússia. Posteriormente, o livro chegou a ser proibido nos Estados Unidos. 
Podzdnischeff conta sua história de boêmia, ciúmes e tragédias para o narrador que vê-se envolvido naquela nova situação durante uma viagem de trem, na qual o desconhecido escuta uma conversa sobre questões envolvidas ao casamento. Começa então a narração do edílio sentimental de um homem que se reconhece seus erros em alguns pontos: a boêmia exagerada na juventude, o casamento que trouxe-lhe tantos problemas, a sensualidade mantida mesmo enquanto sua esposa cumpria com os "deveres" de mãe.
O fim trágico da relação com a esposa é digno de outra obra de Tolstói, o grande romance "Ana Karênina", no qual a protagonista também perde a vida, depois de ficar perdida numa rede de traições, ciúmes e remorsos. Mas, ao contrário de Ana, a esposa de Podzdnischeff, personagem feminina de Sonata a Kreutzer, não escolhe a morte. Neste ponto é o homem que toma a decisão, sem nem ao mesmo ter uma confissão da parte da mulher. Podzdnischeff  age como juiz e condena a mãe de seus filhos à pena de morte, sob a acusação de traição. 
Com certeza esta obra de Leon Tolstói deve ser leitura obrigatória para todos aqueles que apreciam enredos e personagens fortes, complexos e bem construídos, aliados a um contexto histórico e espaço peculiares, estilo inconfundível do grande escritor russo.