sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Castro Alves - as várias faces de um romântico


Na escola aprendemos que o Romantismo no Brasil é divido em três fases: A primeira fase é a nacionalista, a segunda é a da Geração do Mal do século (byroniana) e a terceira é a do condoreirismo. Tudo parece muito simples quando aparece dividido nos livros didáticos e nós temos a visão de que há escritores que escrevem exclusivamente de uma forma.
Sendo assim Castro Alves, maior expoente da poesia libertária, só escreveria poemas que mostrassem a sua revolta contra o regime escravocrata. Grande engano fazemos se deixamos de lado a complexidade de sua obra.
Obviamente ele se torna ainda mais popular por ser o "Poeta dos Escravos", título que ganhou ao escrever poemas de forte caráter social, imbuídos do sentimentalismo latente no jovem estudante de Direito que via um mundo de glórias em sua frente.
E fazemos bem em louvá-lo por sua obra libertária, que trouxe às terras brasileiras a essência do condoreirismo pregado por Victor Hugo.
Poemas como "Navio Negreiro" e "Vozes d'África", tornaram-se clássicos, provando que Castro Alves tinha mesmo o espírito abolicionista. Diferente de outros românticos, não fechou os olhos para uma das mais crueis mazelas que assolavam a sociedade brasileira, cantava as belezas, mas não esquecia do navio negreiro que, ostentava a bandeira brasileira por entre os mares, envergonhando a pátria amada e deixando o coração de homens lá na África, enquanto seus corpos eram transportados em condições miseráveis. Ele também cantava as dores da senzala, da escrava que sofre por medo de ser separada do filho no meio da noite, das cruzes na estrada que indicavam a morte de bravos guerreiros negros...e o choro da Mãe África ao ver tamanha crueldade com seus filhos.
Castro Alves era também um homem apaixonado. Nos vinte quatro anos em que andou por este mundo, ele amou muitas mulheres. Mulheres mais jovens, mais velhas, judias, cristãs, de olhos negros, olhos azuis, angelicais, sensuais...muitas mereceram poemas seus. Tadavia, nenhuma foi tão amada e lhe trouxe tanto sofrimento quanto a atriz portuguesa Eugênia Câmara.
Entre alguns poemas tipicamente românticos, Castro Alves canta a saudade do amor que se foi, do amor inacessível...em outros poemas, ele diferencia-se pela sensualidade com que trata a figura feminina, tornando-a acessível aos prazeres carnais que o amor proporcionam.
No poema "Mocidade e Morte", Castro Alves deixa transparecer uma melancolia pela morte próxima, enquanto o poeta ainda vislumbrava uma vida de glórias na carreira e no amor. Ele ainda destinou poemas ao sertão, a poetas e figuras históricas admiráveis...em suma, Castro Alves não se limitou a uma classificação cronológica, ele foi versátil, começou um processo de transição do Romantismo exageradamente sentimentalista para uma poesia mais consciente não apenas do lado social, mas do papel da mulher na sociedade.
É difícil definir Castro Alves...para mim ele foi um grande poeta e grande homem, que deixou um legado essencial para a Literatura Brasileira e mundial.







sábado, 14 de agosto de 2010

José Lins do Rêgo


No dia 03 de julho de 1901, nascia no Engenho Corredor, município de Pilar, na Paraíba, José Lins do Rêgo, filho de João do Rêgo Cavalcanti e de Amélia do Rêgo Cavalcanti.
Os colégios internos, famosos nos romances de José Lins do Rêgo, estiveram verdadeiramente presentes na sua vida. Aos oito anos ele foi matriculado no internato Nossa Senhora do Carmo e, três anos depois, transfere-se para o Colégio Diocesano Pio X, em João Pessoa.
Em 1918 mudou-se para Recife, onde teve contato com a obra "Dom Casmurro" de Machado de Assis e escreveu um artigo sobre Rui Barbosa na imprensa.
No ano seguinte, matriculou-se no curso de Direito em Recife, sendo um aluno desinteressado e turbulento.
Nos anos seguintes, o futuro escritor travou amizade com Olívio Montenegro, que lhe sugeriu boas leituras.
O ano de 1922 foi de efervecência literária para José Lins do Rêgo. Ele fundou, juntamente com Osório Borba, o periódico "Dom Casmurro" e substituiu Barbosa Lima Sobrinho nas crônicas literárias no Jornal do Recife.
Mesmo não sendo um aluno brilhante, o futuro escritor concluiu o curso em 1923, ano em que conheceu Gilberto Freyre, que acabava de chegar dos Estados Unidose da Europa. Gilberto exerce influência sobre ele, fazendo com que se interesse sobre escritores da língua inglesa.
José Lins do Rêgo casou-se com Dona Filomena Marsa, o casal teve três filhas: Maria Elizabeth, Maria da Glória e Maria Cristina.
Em 1925 tornou-se promotor público em Manhuaçu, Minas Gerais. No ano seguinte, porém, abandonou o cargoe, nomeado fiscal de bancos, transferiu-se com a mulher para Maceió. No Jornal de Alagoas, escreveu crônicas literárias. Nos anos seguintes, finalmente iniciou sua carreira de romancista iniciando o que ficou conhecido como o Ciclo da cana-de-açúcar; "Menino de Engenho" (1932), "Doidinho" (1933) e "Bangue" (1934) são os três primeiros.
O escritor mudou-se para o Rio de Janeiro em 1935, onde passou a exercer as funções de Fiscal do Imposto de Consumo. Publicou "Moleque Ricardo" e em 1936 publicou "Usina". Ainda na década de trinta temos "Pureza" (1937), "Pedra Bonita" (1938), "Riacho Doce" (1939). No ano de 1941, publicou o romance "Água-Mãe", que lhe valeu o prêmio Felipe d'Oliveira.
Fechou o Ciclo da cana-de-açúcar com "Fogo Morto" publicado em 1943.
Em 1947 ganhou o prêmio Fabio Prado com o livro "Eurídice".
No ano de 1952 publicou "Bota de sete léguas" e "Homens, seres e coisas". Publicou "Cangaceiros" em 1953. Em 1956 publicou "Meus Verdes Anos", livro de memórias.
Faleceu em 12 de setembro de 1957, no Rio de Janeiro.


domingo, 8 de agosto de 2010

Oscar Wilde


Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde, nasceu no dia 16 de outubro de 1854 em Dublim, na Irlanda. Seu pai era o célebre cirurgião irlandês Sir William Wilde e sua mãe era escritora e se chamava Jane Francesca Elgee.
Quando tinha vinte anos, Oscar Wilde passou a frequentar a Universidade de Oxford, depois de ter estudado no Trinity College, de Dublim. Passou então a assumir um papel de chefia num movimento estético com influências de Maththew Arnold, Ruskin e Pater. Em 1881 publicou um livro "Poemas" e, em 1882, fez uma viagem para a América, onde proferiu inúmeras conferências e expôs a sua "Filosofia estética". Foi encenada em Nova Iorque a sua primeira peça "Vera".
No ano de 1884 se casou com Constance Lloyde, e a partir de de 1888 iniciou uma fase de intensa produção literária com "O Príncipe Feliz". Seguiram-se "O Crime de Lord Arthur Saville e Outras Histórias" em 1891, e seu único romance "O Retrato de Dorian Gray" que, publicado também em 1891, tornou-se uma das obras mais marcantes da carreira literária de Oscar Wilde.
Sua primeira comédia, "O Leque de Lady Windermere", foi publicada no ano de 1892. No ano seguinte, estreava em Paris "Salomé" escrita em francês. As comédias Im"Uma Mulher sem Importância" e "Um Marido Ideal" de 1895, retratam brilhantemente, num misto de superficialidade e sentimentalismo , as convenções da "Boa Sociedade". É também de 1895 "Quanto Importa Ser Leal" , apurada crítica da sociedade britânica do seu tempo. Estas comédias de salão, escritas com ironia e notáveis paradoxos, servidos por um diálogo muito vivo, fizeram com que Oscar Wilde renovasse a dramaturgia vitoriana.
Porém, pouco depois de alcançar a glória como escritor, Oscar Wilde foi acusado de manter um relacionamento amoroso com um jovem. Ele foi condenado a dois anos de trabalhos forçados. Cumprida a pena, Oscar Wilde estava aruinado materialmente. Sendo abandonado pela família ele foi viver em Paris. Ainda publicou "Balada do Cárcere de Reading" em 1898.
No dia 30 de Novembro de 1900, o mundo perdeu o grande escritor Oscar Wilde, um defensor da liberdade da arte perante a vida, que definia-se perfeitamente ao afirmar que "O objetivo da arte é revelar a arte e esconder o artista". "De profundis" foi uma obra póstuma publicada no ano de 1905.