segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Louise May Alcott


Nascida na cidade de Germantown, no estado norte-americano da Pensilvânia no dia 29 de novembro de 1832, a futura escritora mudou-se ainda criança com a família para Boston, Massachusetts. Foi educada pelo pai, Amos Bronson Alcott, que era filósofo e educador e estava envolvido na reforma dos princípios e metodologia da Educação infantil. Louise conviveu desde muito cedo com intelectuais do círculo do pai.
Louise era uma criança que possuía grande vivacidade e inteligência, sendo apaixonada pelas Letras desde pequena. Ela escrevia histórias e pequenas peças que encenava junto com as irmãs Anna, Elizabeth e May. As personagens do seu mais famoso romance "Mulherzinhas", tem forte inspiração na personalidade das três irmãs da autora. Durante a adolescência de Louise, a família May Alcott passou por grandes problemas financeiros e a matriarca Abigail May Alcott, enfrentou com coragem os problemas, não abandonando o marido em nenhum momento e tentando tornar o fardo menos pesado para suas quatro filhas. Nesta época, Louise ajudou a família costurando para fora e trabalhando como professora e governanta, mas sua paixão pelas letras não diminuiu, ela lia para seus alunos histórias de aventura que escrevia e, aos vinte e dois anos, publicou um livro de poesias, "Flower Fables". Em 1862 Louise trabalhou como enfermeira voluntária num hospital militar de Georgetown nas proximidade de Washington, durante a Guerra da Secessão.
O romance mais popular de Louise certamente é "Mulherzinhas" foi escrito quando ela contava 35 anos, como se dizia na época, era "um livro para moças", inspirado nas suas experências de infância de adolescência. O romance obteve grande sucesso e a fama da escritora teve influência até mesmo no trabalho do pai, que a partir daí, viu suas ideias ganharem maior repercussão, reconhecimento e aceitação. Louise escreveu cerca de trinta livros.
O romance "Mulherzinhas" já foi adaptado quatro vezes para o cinema, onde ganhou outros títulos como "Adoráveis Mulheres" e "As Quatro Irmãs".
Louise,assim como a Jo, personagem do romance "Mulherzinhas" , era uma moça forte e decidida, extremamente dedicada à família , nutrindo sempre uma grande paixão pelas letras. Durante sua vida, lutou por causas sociais do seu tempo e pelo voto feminino.
Louise faleceu no dia 6 de março de 1888.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Charles Dickens


Considerado o escritor mais típico da Inglaterra e um dos ingleses mais lidos do mundo, Charles Dickens criou uma prosa original, rica de símbolos, apresentando um quadro vivo e melodramático da Londres de 1830-1850.
Nascido a 7 de fevereiro de 1812, em Portsmouth, Charles Dickens teve uma infância extremamente dura e difícil. Trabalhou até os 15 anos como operário e viu seu pai ser preso por dívidas. Em 1827 empregou-se como escrevente de cartório e aproveitou seus raros momentos de lazer para aprender estenografia, o que lhe valeu, no ano seguinte, um emprego como estenógrafo-reporter do Morning Herald. Em 1833, publicou uma série de crônicas da vida londrina, reunidas em 1836 sob o título de Esboços feitos por Boz.Em seguida, publicou em fascículos, o romance Documentos de Pickwick ou As aventuras do Sr. Pickwick.
Em 1836, casou-se com Catherine Hogarth, com quem teve 10 filhos. Dois anos depois publicou Oliver Twist, romance de grande sucesso em que Dickens, inspirado na sua infância e na Londres da época, denuncia a desumanidade das "casas de trabalho" em que eram internadas pessoas pobres. O tema desse, como de outros romances, Nicholas Nickleby, Loja de Antiguidades e Barnaby Rudge,entre outros - levam Charles Dickens a assumir um papel de reformador social. Nessa época, viaja para os Estados Unidos, de onde volta desiludido com o materialismo da democracia. Em 1843, publicou Contos de Natal, verdadeiro evangelho fraternal, livro que expressa com nitidez a filosofia essencialmente sentimental e paternalista de Dickens.
Quando já era conhecido e lido fora da Inglaterra, procurou reunir, em uma narrativa única, toda a sua experiência e ideias morais. E assim nasceu David Copperfield, considerada por muitos como a obra-prima de Dickens. neste romance , projetou sua infãncia desolada e retratou de maneira ora trágica, ora amena, mas sempre em toda a sua coomplexidade, os múltiplos aspectos da vida na nova Inglaterra. Depois publicou Casa desolada (1852), Tempos Difíceis (1854)e A Pequena Dorrit (1857), todos permeados de um profundo pessimismo e pelo desencanto com os homens e as instituições de seu tempo.
Em 1857, abandonou a esposa e foi viver com uma atriz jovem, Ellen Ternan, o que o despertou para um lirismo interior que transparece em Grandes Esperanças (1861). Charles Dickens morreu no dia 9 de junho de 1870, em Rochester, deixando inacabado um romance policial, O mistério de Edwin Drood.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tempos Difíceis - Charles Dickens


"Tempos Difíceis" escrito no ano de 1854, marca um período importante da obra do autor. É um livro de idéias, embora não se possa denominar propriamente um livro de combate. Nele se apresenta um aspecto novo na sociedade provinciana de seu tempo, a luta entre o moderno e o antigo, através da burguesia e de pensamentos novos, como o Positivismo, por exemplo. Dickens apresenta uma feia cidade chamada Lancashire Coketown - cidade do carvão coque - com sua fábrica de tecidos e algodão. Uma cidade marcada pela Revolução Industrial evidenciada no aspecto cinza dos tijolos e nas altas chaminés que mandavam para o ar serpentes intermináveis de fumaça.
As condições de trabalho eram terríveis; um operário era obrigado a trabalhar quanto tempo sua constituição permitisse e as crianças eram levadas a um trabalho desgastante com o intuito de "tirá-las das ruas e das seduções que a vida mundana proporcionava".
Nas palavras de Tomás Gradgrind na escola da cidade: "- Bem, o que eu quero são Fatos. Ensine a estes rapazes e a estas meninas uma coisa, apenas: Fatos" notamos que ele era um homem de realidades, de fatos e de cálculos; o autor utiliza esta característica em contraste com a menina Sissy Jupe, filha de um trabalhador do circo, um homem que utiliza a arte como meio de sobrevivência, fato que deixa Tomás Gradgrind perplexo e o encoraja a levar a menina para casa como sua pupila, já que seu desejo era tornar aquela escola um modelo do pensamento exato.
A crítica ao atraso da educação que permite a submissão total da classe trabalhadora aos conceitos da Burguesia também está presente no texto. Neste sistema de opressão surge o operário Stephen Blackpoul, um sofredor dono de ideias seguras que andam longe da retórica de certos líderes da época.
"Tempos Difíceis" é uma obra imortal que representa um libelo contra ideias e preconceitos arraigados na sociedade, pois apresenta uma visão de abusos,erros, egoísmos. Os problemas básicos de sobrevivência presentes neste romance vão além de qualquer período e garantem ao leitor uma necessidade de meditação, já que Dickens, com sua mão de mestre, construiu um enredo e personagens excepcionais, que o transformaram num dos maiores escritores de todos os tempos.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Principais obras das irmãs Brontë

As três irmãs da família Brontë: Charlotte, Emily e Anne tiveram uma vida relativamente curta. Todas morreram na faixa dos 28, 30 e 39 anos, vitimadas pela tuberculose, doença fatal na época. O Pouco tempo de vida, porém, bastou para colocar seus nomes entre os maiores da Literatura Mundial.
Na Inglaterra Vitoriana não era fácil para uma mulher tornar-se escritora sem ser massacrada pela crítica apenas por ser mulher. Para que suas obras fossem julgadas sem o preconceito de sexo, as três resolveram lançar seus poemas e romances com pseudônimos masculinos (muitos afirmam que eram ambíguos).
vamos começar a análise pela hierarquia da idade, Charlotte Brontë tem uma obra mais extensa que a das irmãs e colocou em alguns deles traços biográficos. A sua tentativa de viver como professora no estrangeiro foi utilizada, por exemplo, na composição da sua obra prima "Jane Eyre". A personagem título do romance é uma jovem órfã e assim como nos romances de Charles Dickens, a pobre órfã sofreu muito durante a infância. Ao contrário de outras personagens famosas da literatura inglesa; como as personagens de Jane Austen, por exemplo; Jane Eyre tem que prover o seu sustento através do trabalho, primeiramente, como professora no internato no qual vivera e depois, como governanta (ou preceptora) na casa do Senhor Rochester, homem por quem viria a se apaixonar e a viver um amor proibido. Uma paixão revolucionária para um período puritano... no dia do casamento, a pobre Jane descobre que seu amado era casado há muitos anos e mantinha sua esposa louca presa num quarta da mesma casa na qual viviam enquanto patrão e empregada...na mesma casa na qual os compromissos de casamento foram feitos! Sr. Rochester propõe uma situação nada ética para a moral e os bons costumes daquela sociedade: ele quer que Jane seja sua mulher mesmo sabendo da presença da esposa legítima naquele casa.
Não aceitando tal situação, Jane foge e passa fome em lugares distantes, até encontrar parte de sua família e se estabelecer novamente como professora. Contrariando o puritanismo vitoriano, Jane vai novamente ao encontro do seu amor e, para dar um toque moralista ao enredo, Charlotte Brontë faz com que o casal fique junto apenas quando o Sr. Rochester fica viúvo.
Muitos comparam o personagem masculino de "Jane Eyre" com o Heathcliff, protagonista do romance "O Morro dos Ventos Uivantes" da irmã do meio, Emily Brontë. Basicamente, os dois são morenos, sofriam com um passado difícil e eram intensamente apaixonados, mas as semelhanças param por aqui. O comportamento rude do Sr. Rochester não é páreo para a rudeza de espírito característica de Heathcliff, o ciganinho que vagava pelas ruas de Liverpool como tantos outros e foi adotado por caridade pelo Sr. Earnshaw e serviu de ruína para a família do homem que o acolheu no "Morro dos Ventos Uivantes".
Heathcliff poderia aceitar para si o papel de vítima, de cordeiro em frente ao leão. Poderia aceitar o sofrimento como um bom mocinho romântico; mas ao contrário disso, ele criou dentro de si um ódio tão intenso quanto seu amor. Quando todos o desprezam e ele sente-se abandonado pela amada Catherine (a irmã adotiva), Heathcliff se transforma num personagem mítico, que causa impressões diferentes nos leitores. A maldade sempre esteve dentro dele e apenas manifestou-se perante as dificuldades as quais ele foi exposto? Qual seria a sua origem? Como diria a governata Ellen Dean, todos que cometeram maldades contra aquela criaturinha escura e desconhecida, acretitavam que ele não era vingativo, mais tarde veriam o quanto estavam enganados.
Talhado numa oficina rude, "O Morro dos Ventos Uivantes" possui características que o colocam num lugar único na literatura universal, não há comparações, não há escola literária definida...é um local frio e tempestuoso, tão tempestuoso quanto seus personagens: O malvado e invejoso Hindley, a caprichosa e temperamental Catherine, o apaixonado e intenso Heathcliff, e tantos outros que formam um enredo maravilhoso.
Muitos citam como obra mais importante da caçula Anne Brontë o romance "Agnes Gray" (no Brasil intitulado "A preceptora"). Nele temos uma semelhança com "Jane Eyre": a jovem Agnes, assim como Jane, vai buscar seu sustento trabalhando como preceptora. Eu, porém, destaco o romance "A Moradora de Wildfell Hall", romance que a sociedade classificou como impróprio para as leitoras, mal sabiam que ele fora escrito por um mulher. Este romance é um dos primeiros legados feministas da Literatura moderna, apresentando a personagem Helen como uma obstinada moça que dispensa vários pretendentes e se casa com um jovem boêmio, acreditando que através do seu amor, conseguirá restaurar-lhe a alma. Quando Helen descobre que naquele casamento só encontrará sofrimento e que seu marido não está disposto a mudar seu comportamento pervertido, ela resolve fugir para a propriedade "Wildfell Hall", acompanhada apenas de seu filho e de sua fiel criada. Aceitando as convenções sociais, ela não permite entregar-se a um novo amor enquanto seu marido estivesse vivo... assim como em "Jane Eyre" o amor proibido só se concretiza depois da morte do cônjuge problemático.
As três irmãs mais famosas da Literatura são mesmo, grandes escritoras, pois, criaram clássicos que perpetuam suas ideias e que conseguem ultrapassar qualquer barreira, como as mudanças da sociedade, por exemplo.