terça-feira, 14 de junho de 2011

Os casamentos mais marcantes





Dia 13 de junhofoi dia de Santo Antônio, um dos Santos mais populares da Igreja Católica. Grande parte da sua popularidade se deve ao fato de creditarem a ele a fama de "casamenteiro". Sem entrar em questões religiosas, quero lembrar alguns casais unidos pelo casamento para o bem ou para o mal.

Na Literatura Brasileira temos bons exemplos de casamentos marcantes. O casal bentinho e Capitu, do memorável romance "Dom Casmurro" de Machado de Assis, teve que lutar muito para poder chegar até o casamento. A promessa da mãe do rapaz, que dava ao jovem Bentinho a carreira religiosa, teve que ser vencida, as dificuldades todas da juventude foram vencidas, até que chegou o tão esperado dia. Machado de Assis não se prende muito na cerimônia que uniu o jovem casal desde tão cedo apaixonado, ele logo partiu para as situações da vida matrimonial...os primeiros dias de convívio, o medo de Bentinho de que Capitu se sentisse cansada da união tão sonhada, as primeiras reuniões sociais, as visitas, os ciúmes. Logo a vida social do casal Capitu e Bentinho torunou-se mais agitada, pois junto com Sancha e Escobar (outro casal da trama), ele frequentavam bailes e participavam de episódios importantes da sociedade fluminense. Com o passar do tempo, surgiu a necessidade de ter filhos, o caminho natural para o casal. A falta do filho esperado era uma nuvem de tristeza e angústia para o futuro Dom Casmurro e a misteriosa Capitu. Quando veio o pequeno Ezequiel tudo parecia perfeito, o álbum de família estava completo. Mas, como todos sabem, ele não ficou tão completo assim por muito tempo...mas esta é uma outra história.

Um casamento que deu muito o que falar foi o de Fernado e Aurélia do romance "Senhora", obra de José de Alencar. A moça "compra" (palavra muito vulgar, mas não encontro outra) o jovem Fernando para ser seu marido, procurando vingar-se do abandono que este cometera algum tempo antes, por motivos finaceiros. Já na noite de núpcias as coisas não vão bem, pois o casamento não é consumado e Aurélia deixa bem clara a sua intenção com aquela união.

São meses e meses de humilhações e cenas que mostram o quanto a jovem esposa era orgulhosa, mas sentia-se dividida entre o amor e a vingança daqual buscava forças para continuar seus planos humilhantes.

Só nas últimas linhas do romance o "santo amor conjugal" é consumado e Fernando e Aurélia são, enfim, um casal "de verdade".

Claro que há outros inúmeros romances, contos e novelas que possuem bons exemplos que eu poderia citar neste post, mas resolvi me ater a estes por conhecê-los tão bem e por entender que neles a vida conjugal é descrita em detalhes, sejam eles idealizados ou não. O casamento no dia-a-dia, nas reuniões da sociedade, na intimidade de uma casa, com seus ciúmes, suas intrigas, suas tramas desenvolvidas através da união de dois seres que não possuem ligações sanguineas...isso é muito interessante e subjetivo. De onde vem esta vontade de, como disse Renato Russo, "deixar a segurança do seu mundo por amor"? Vem de uma força inesplicável que leva duas pessoas a aceitarem o desafio de dividir uma vida nos bons e maus momentos...de uma forma ou de outra, os dois casais citados tentaram viver assim. O primeiro não conseguiu, pois, para Machado de Assis, o mais importante não era finalizar de uma forma "feliz" o relacionamento de Bentinho e Capitu, já que, na crítica aos pilraes da sociedade burguesa, o casamento é um dos alvos mais comuns e naturais.

Já o segundo casal citado recomeça uma vida a dois no final do romance e deixa a todos com um gostinho de "como será a convivência agora que estão reconciliados?" É, não teria graça talvez.