terça-feira, 11 de junho de 2013

Mar Morto - Jorge Amado

 "É doce morrer no mar / nas ondas verdes do mar..."



Os versos iniciais da música de Dorival Caymmi, estão presente no romance "Mar Morto" do baiano Jorge Amado, e exemplifica o sentimento dos mestres de saveiro do porto, sempre a espera da morte, amando suas mulheres com furor antes de partir, sabendo que podem não voltar. 
As mulheres do mar não temem por seus homens, pois sabem que um dia eles não voltaram, irão para as terras do mar sem fim, encontrar-se com Iemanjá. Lívia, porém, não é uma mulher do mar, por isso ele é seu inimigo e, a cada viagem, seu coração fica triste a espera de Guma, o mestre do saveiro "Valente".
Diferente de Maria Clara, Esmeranda e Judith, mulheres do porto, Lívia não perdeu os homens de sua família para o mar, por isso, quer que seu homem sobreviva à vida de marinheiro, podendo gozar para sempre as delícias dos braços um do outro.
O tio de Guma, o velho mestre Francisco, tem no braço o nome do irmão e dos quatro saveiros que ficaram no fundo do mar. Ele se prepara para um dia colocar também o nome do sobrinho Guma, que não pode fugir à sua sina. Homem cercado de lendas, Francisco carrega consigo a dádiva de ser o únco marinheiro a ver Iemanjá estando vivo, o que o deixa confuso quanto ao seu fim.
O mar é ao mesmo tempo amigo e inimigo, pois leva a vida de filhos, maridos, pais, irmãos, mas também é responsável pelo sustento das famílias e por toda a cultura do porto, as músicas, as danças, as lendas...extremamente poético, o romance representa um espaço da Bahia que tem suas próprias tradições, a religiosidade, os costumes, as regras, cercando os homens de mitos que envolvem antigos moradores do lugar em histórias de amor, vingança, sofrimento...no fim do romance o mar está morto para Lívia, mas el sabe que não poderá abandoná-lo, pois o mar é Guma, representa tudo que ele amou e viveu durante sua vida. 
Assim como outras obras de Jorge Amado, "Mar Morto" foi adaptado para a TV.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

As Vinhas da Ira - John Steinbeck

A família Joad, natural do estado norte-americano de Oklahoma, é expulsa de suas terras, vítima da competição e das párias sociais. Começa então o êxodo em busca da "terra prometida", a Califórnia, famosa pelas plantações abundantes de frutas que ofereceriam trabalho e vida nova aos lavradores. 
O romance "As Vinhas da Ira", do escritor norte-americano John Steinbeck,  se desenvolve no período da Grande Depressão nos anos de 1930, no qual o flagelo de um país debilitado causava dramas naturais, como a miséria e o desemprego. 
Tom Joad, o filho mais velho da família, volta para casa depois de passar quatro anos na cadeia, condenado por assassinato. Ele logo percebe que a vida não é mais a mesma, pois as terras da família estão abandonadas e, ao encontrar o pregador Casy, decide ir junto da família até as ricas terras da Califórnia, nas quais, segundo as palavras do seu velho avô, "se poderia pegar uvas e comê-las, vendo-as escorrer pelas roupas". 
Cada personagem da família tem um significado muito importante na história. O Avô e a avó representam a velha geração que não aceita separar-se da terra onde nasceu e, por isso, não conseguem sobreviver às mudanças e morrem durante a viagem. Tio John, atormentado pelo remorso de ter causado a morte da esposa grávida, culpa a si pelo sofrimento que a família passa, esquivando  governo e a situação de desigualdade social de suas responsabilidades. A mãe é a força da família e, mesmo diante das dificuldades, consegue solucionar os problemas, mesmo sendo realista e sabendo das dificuldades nas quais a família está inserida. O pai é o homem que sonha com uma vida melhor para seus filhos e, por isso, enfrenta todas as opiniões contrárias aos seus planos de viagem. 
O pregador Casy é o homem que pensa e reflete as situações e, por isso, acaba morto ao liderar uma greve que pedia salários mais dignos aos bóias-frias. Tom Joad é aquele que leva as ideias de Casy adiante e, por isso, diz à mãe que onde houver um injustiçado, ele lá estará. Palavras que anunciam sua vida de luta daquele momento em diante.
A jovem Rosa de Sharon (ou Rosasharn), carrega em seu ventre o fruto de um casamento que acabou durante a viagem e, assim como as esperanças de melhor qualidade de vida da família, o bebê não consegue sobreviver, transformando-se num sonho desfeito, como o sonho da mãe de ter uma casinha branca na qual os filhos pudessem brincar no quintal. 
A obra-prima de Steinbeck rendeu-lhe o Prêmio Pulitzer e depois, o escritor ainda foi agraciado com o Nobel de Literatura. Adaptado para as telas do cinema no ano de 1940, com Henry Ford no papel de Tom Joad, o filme foi um grande sucesso. O cantor Bruce  Springsteen fez uma música chamada "The Ghost Of Tom Joad".

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ben Hur - Uma Historia Dos Tempos De Cristo


O romance épico "Ben Hur - uma história dos tempos de Cristo", foi escrito pelo general norte-americano Lew Wallace, que também foi um renomado pintor e tinha grande conhecimento da Bíblia, o que ajudou na composição do seu livro mais famoso. 
Todas as vezes em que foi levada às telas de cinema, a obra-prima de Lew Wallace obteve grande sucesso. 
Contemporâneo de Jesus Cristo, Judá Ben Hur é uma herói que, injustiçado e traído pelo melhor amigo, o romano Messala, consegue sair de uma situação difícil e volta para procurar vingança e sua família perdida. O enredo pode parecer simples, mas a ambientação e o tempo no qual ele se passa envolvem o leitor, que passa a viver cada angústia da vida do hebreu Ben Hur de forma plena, pois é um personagem íntegro em questões morais, além de ser devotado à família e à religião judaica. 
Num mundo dominado por Roma, Judá Ben Hur é acusado de tentar contra a vida do cônsul romano e, por isso, condenado a servir nas galés como escravo para o resto de sua vida, além de não saber o que foi feito com sua mãe e sua irmã. A casa de Hur ficou desmoralizada e todos os bens da família foram confiscados, sendo um dos beneficiários o jovem ambicioso Messala, antigo amigo de Ben Hur que, depois de passar um tempo estudando em Roma, retorna à Israel com ideias que valorizam extremamente os romanos enquanto diminuem os judeus. 
Ajudado por pessoas que conquista com sua personalidade cativante, entre elas o próprio Jesus Cristo, Judá Ben Hur conseque a confiança e a adoção de um rico cidadão romano, que faz com que ele seja livre das galés e vá até Roma aprender as técnicas de luta deles. 
A corrida na qual Ben Hur vence o rival Messala é épica e, extremamente cinematrográfica, além de muito emocionante.
Ao conhecer o Mago baltazar, um dos três que acompanhou a estrela-guia e adorou o Cristo Menino, Judá Ben Hur começa a se interessar pelo tão desejado Messias e, então, promete colocar tudo que tem em favor dele quando o encontrá-lo. Desta forma, Ben Hur não entendia algumas características do reino que o tão falado Rei dos Judeus iria implantar, mas, depois de segui-lo por três anos e presenciar milagres importantes, entre eles, a cura da mãe e da irmã que eram leprosas, Ben Hur finalmente entende a visão espiritual que o Cristo tinha do reino de Deus. 
Ben Hur está presente em momentos importantes da vida de Jesus, como o seu batismo no rio Jordão e a sua crucificação, assim como Cristo está presente no momento mais triste da vida de Ben Hur, quando ele era levado como escravo. Jesus tem piedade do jovem hebreu e oferece água, salvando assim a vida do jovem escravo.
O núcleo central deste épico é a fé e a busca espiritual, que se concretizam na figura de Ben Hur, do mago Baltazar, da irmã e da mãe do protagonista, além da jovem Ester. Um romance para ser lido e vivido.