domingo, 24 de abril de 2011

Ressurreição na Literatura

No domingo de Páscoa os cristãos de todo o mundo comemoram a Ressurreição de Jesus Cristo, ponto máximo da fé Cristã, centro de todos os preceitos que fundamentaram uma das três maiores religiões monoteístas que a humanidade já conheceu.

Na literatura, a Ressurreição tem este mesmo sentido cristão, de novo nascimento, vida nova, ressurgimento...só que de outras formas.

No Brasil, o grande escritor Machado de Assis iniciou-se nos romances com a obra "Ressurreição" no ano de 1872. No livro, temos o solteirão Félix que, tendo o coração sepultado há muitos anos, vê uma possibilidade de ressurreição quando se apaixona pela bela viúva Lívia. Diferente dos princípios cristãos, nos quais a Ressurreição é uma vitória inabalável, o coração de Félix não permanece muito tempo no mundo dos vivos e volta ao seu amargor passado, levado pelo ciúme e pela insegurança que cercavam sua relação com a viúva desde o início. Muito bem aceito pela crítica da época, este romance faz parte da obra de Machado de Assis dita romântica. Este período do escritor teria fim em 1881, com o lançamento de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", livro único em nossa literatura, que inicia, cronologicamente, o estilo Realista em terras brasileiras.

No ano de 1899, pouco antes da sua morte, o grande escritor russo Leon Tolstói publicou o romance "Ressurreição", romance que, infelizmente, não tive a oportunidade de ler ainda, mas segundo o cientista político Paulo Sergio Pinheiro, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, que assina o texto da quarta capa de "Ressurreição",lançada no Brasil no ano de 2010 pelo centenário de morte de Tolstói, trata-se de "um dos maiores romances de todos os tempos, ao demonstrar a interdependência entre privilégio e violência, através de um preciso desvendamento das relações de poder na sociedade".

E muitos outros romances, contos e poemas, apresentam esta visão da vida que começa novamente, se renova...fazendo, mesmo sem planejar, uma intertextualidade com a Bíblia.




3 comentários:

  1. Interessante recorte de abordagem literária. Pena que escreveu pouco. Por que não o desenvolve mais para a gente acompanhar? Tem gosto de quero mais.

    ResponderExcluir