domingo, 23 de maio de 2010

Castro Alves


Um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, Castro Alves foi assunto de correspondências entre José de Alencar e Machado de Assis, que escreveu sobre ele: "Se se adivinha que a sua escola é a de Vítor Hugo, não é porque o copie servilmente, mas porque uma índole irmã levou-o a preferir o poeta das "Orientais" ao poeta das "Meditações".
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 1847 na cidade de Curralinho (que hoje recebe seu nome) na Bahia. Estudou no Colégio Baiano, dirigido pelo famoso educador "Barão de Macaúbas". Aos 12 anos escreveu os primeiros versos. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, em 1864. No ano seguinte, obteve seu primeiro grande sucesso literário, ao recitar o poema "O Século", no auditório da faculdade. Data de então sua ligação com a atriz Eugênia Cãmara vinda de Portugal. Ela se tornou a musa inspiradora de muitos versos.
Transferiu-se para São Paulo no 3º ano do curso. Em 1868 sofreu um acidente, feriu o pé esquerdo com um tiro, e teve que amputar a perna. A saúde do poeta também era abalada pela tuberculose, doença que tirava a vida de muitos nos séculos passados.
Os poemas de inspiração social deram-lhe fama imediata. Conhecido como "O Poeta dos Escravos", lutou contra a opressão, a ignorância, o cativeiro, cantando a liberdade. Sob esta inspiração escreveu "Vozes d'África" e "Navio Negreiro" entre tantos outros.
Como todo romântico, cantou a natureza e o amor. Nos poemas de "Espumas Flutuantes" temos um sentimentalismo que difere dos demais românticos pelas descrições de uma paixão ardente, na qual a mulher raramente é idealizada e se apresenta de forma mais concreta.
Com Tobias Barreto, Castro Alves foi um dos fundadores da escola condoreira no Brasil. O poeta faleceu jovem e cantou a tristeza da morte prematura em vista de um futuro brilante no poema "Mocidade e Morte" com forte teor pessimista.
No dia 06 de julho de 1871, a cidade de Salvador via o ilustre filho da Bahia morrer, aos 24 anos.
Castro Alves é o patrono da Cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras.
Sua obra é composta por:
Espumas flutuantes (1870)
Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875)
A cachoeira de Paulo Afonso (1876)
Vozes d`África. Navio Negreiro (1880)
Os escravos, obra dividida em duas partes: 1. A cachoeira de Paulo Afonso; 2. Manuscritos de Stênio (1883).

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