quarta-feira, 7 de julho de 2010

Personagens que marcam

Alguns personagens de romances ou contos se tornam célebres e vão além do universo literário. Eles são inseridos na cultura pop, criando influências sobre outros, além de garantirem versões cinematrográficas ou televisivas.
É o caso de "A Pequena Sereia" de Hans Christian Andersen. A protagonista deste conto ganhou ares angelicais nas adaptações da Disney, se tornando figura carimbada em festas de aniversário e cadernos de crianças. A versão infantil e maniqueísta da Disney, porém, nada lembra o enredo macabro da história original de Andersen.
Sherlock Holmes foi criado pelo escocês Sir Arthur Conan Doyle e, junto com seu fiel companheiro Doutor Watson, se tornou o mais popular detetive da literatura mundial. Os personagens surgiram pela primeira vez em "Um estudo em vermelho" e depois reapareceram em outros livros do autor. Neste caso, o personegem se tornou maior até que o escritor, já que Conan Doyle é conhecido por ser o criador de Sherlock Holmes. Muitos críticos afirmam que o escocês buscou inspiração no detetive Dupin, criação de Edgar Allan Poe. Seja como for, Sherlock Holmes se tornou uma figura mítica e a rua na qual reside nos romances, desperta interesse de muitos apreciadores da dupla de investigadores. Inúmeras versões sobre os dois surgiram no cinema, algumas não mantiveram muita fidelidade com a obra de Conan Doyle.
Outro personagem mítico é, sem dúvidas, "Drácula" do irlandês Bram Stoker. Neste romance é criada a figura lendária do Vampiro, o semi-morto que se alimenta de sangue e não suporta a luz do dia. Várias adaptações para o cinema e até para a TV, popularizaram os vampiros e inspiraram grupos sociais, como os Góticos, por exemplo. Com o passar do tempo, os vampiros foram ganhando outras características nas mãos de outros escritores...se tornaram sensuais com Anne Rice, até bonzinhos e apaixonados na saga "Crepúsculo" de Stephenie Meyer.
No Brasil, Monteiro Lobato criou no livro "Urupês", o personagem Jeca Tatu, como símbolo do atraso e do abandono no qual vivia a população rural brasileira no final do século XIX e início do século XX. Criava-se então, a figura do caipira, o inocente homem do campo que vive para o trabalho e está sujeito a todo tipo de provações e preconceitos. O cineasta brasileiro Mazzaropi criou inúmeros filmes nos quais o Jeca aparecia. A imagem se distanciou da essencia da obra de Monteiro Lobato, mas o caipira se tornou uma figura carimbada na cultura nacional, inspirando até um estilo de música que hoje é o mais rentável no país.
E o que dizer de Peter Pan? O menino que não queria crescer se tornou o personagem mais popular de J.M. Barrie e é símbolo do saudosismo e do apego à infância. Como alguns já citados, ele também ganhou versões no cinema e nos desenhos animados, tonando-se muito querido pelas crianças.
A arte de criar persongens com vida própria foi cultivada por estes escritores e, alguns, se tornaram escravos da sua criação, como nos casos de Bram Stoker e Sir Arthur Conan Doyle. Todavia, eles sempre serão lembrados como inventores de figuras que marcaram a cultura mundial.

2 comentários:

  1. Ligia e Aparecida...!
    Excelente essas postagens. Muito boa mesmo...quem dera todos os professores com qualidade em assuntos de literatura como vocês, tivesse a idéia de falar um pouco sobre os personagens que marcaram a nossa história.
    Meus parabéns.
    Que Deus as abençoe sempre.

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  2. Nós agradecemos muito as palavras de apoio Everson. Estamos todos unidos pela Literatura, para que ela seja vista como um prazer, não como uma obrigação. Volte sempre e esperamos mais comentários...

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