Sendo o texto de Gil Vicente uma farsa (teatro) , temos o discurso direto em todos os momentos, enquanto o conto “Vicente” é uma narrativa em terceira pessoa. Quando Gil Vicente escreveu a farsa “Auto da Índia”, com a linguagem que hoje para nós é arcaica, a fase áurea das navegações portuguesas era evidente por grandes façanhas, talvez a mais importante delas fosse o descobrimento do Brasil, país de extensão continental e povoado de riquezas naturais que garantiriam lucro aos “heróis portugueses”. Era o mar, portanto, um gigante amedrontador que havia sido vencido. No conto de Miguel Torga temos a intertextualidade com a Bíblia e um importante episódio presente nela: O dilúvio. As águas eram, naquele momento, sinal da ira de Deus pelo pecado do homem e simbolizava a destruição. O corvo, animal que tem sua imagem ligada ao “mau Agouro”, às trevas, é escolhido para representar um ato de rebeldia contra Deus; a fuga da arca é a não aceitação dos desígnios divinos.
Nos dois textos temos atitudes de rebeldia. Na farsa, AMA agradece o mar por tirar-lhe o marido e permitir-lhe viver aventuras com outros homens. No conto, Vicente voa livremente sobre as águas, num desafio a Deus e à submissão.
Mas temos uma situação comum tanto a farsa de Gil Vicente quanto ao conto de Miguel Torga; o mar representa a liberdade, a aventura, o NÃO a opressão da sociedade ou de outras forças supremas.
Nos dois textos temos atitudes de rebeldia. Na farsa, AMA agradece o mar por tirar-lhe o marido e permitir-lhe viver aventuras com outros homens. No conto, Vicente voa livremente sobre as águas, num desafio a Deus e à submissão.
Mas temos uma situação comum tanto a farsa de Gil Vicente quanto ao conto de Miguel Torga; o mar representa a liberdade, a aventura, o NÃO a opressão da sociedade ou de outras forças supremas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário