quarta-feira, 6 de julho de 2011

Iracema - José de Alencar

O mesmo mar que aproxima dois mundos pode também distanciá-los. A vida “Além- mar” do Novo Mundo é repleta de mistérios e aventuras para os descobridores. O europeu Martim esperava encontrar o amor nas índias Ocidentais? O certo é que, o primeiro contato entre ele e a índia foi fatal; logo surgiu a paixão que uniu velho e novo mundo e formou uma nova raça.
Quando Martim chega a América, encontra-se com Iracema (anagrama de América). O mar proporciona o encontro de duas culturas diferentes que logo entrariam em conflito. As águas que trazem o descobridor valente aos trópicos serve como ponte para uma nova ideia de civilização que os europeus acreditavam não ser possível existir. Quem se aventura-se neste mar poderia pagar um alto preço. Dominar o mar, segundo Fernando Pessoa, poderia custar o choro de mães, noivas abandonadas, que o tornaram salgado, tamanha a quantidade de lágrimas choradas.
Desta forma, o mar seria glória para os estrangeiros vindos do Velho Mundo, mas seria a perdição para os nativos do Novo Mundo, pois teriam suas terras invadidas e seus povos dizimados por conquistadores que não admitiam outras culturas.
Quando Martim vai embora de volta para a Europa, levando Moacir, fruto de seu amor com a índia Iracema, temos um retrato da “sina” dos nordestinos, obrigados a sair da sua terra em busca de novas coisas, novas oportunidades.
Era a formação de uma nova raça (ou etnia), a dos brasileiros, povo mestiço, consequência do sucesso ou fracasso das grandes navegações do século XVI.
O mar é, então, a fuga de volta para a casa, na qual Martim leva algo da América para si.

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