quarta-feira, 6 de julho de 2011

O velho e o Mar (Ernest Hemingway) - Estória para pescadores e para sonhadores





O velho Lobo do mar sai à procura de sua maior conquista. Ele consegue atingir seu objetivo e, por muito tempo, o povoado vai ter o que falar. A pesca é uma das profissões mais antigas, segundo o credo popular, por ser o ofício de alguns dos apóstolos de Cristo. Lançar as redes ao mar foi se tornando uma espécie de simbologia da fartura, o mar que “Está para peixe”.
Por que Santiago teria que se auto-afirmar provando que ainda era capaz de ser um bom pescador? Talvez porque os homens necessitam disso, é a lei da “Selva”, na qual o mais forte sobrevive, por isso é necessário ser sempre o melhor e mostrar que é o melhor.
“O Velho e o Mar” não é apenas uma estória de pescador, não contêm o exagero por si só, sem alguma expectativa. Para o velho Santiago, o peixe pelo qual ele quase dá a vida, é uma prova de que ele ainda pode se sentir vivo, a confirmação de que ele existe e é bom naquilo que gosta de fazer: pescar. Nada melhor para um homem solitário do que isolar-se na imensidão das águas, nas quais ele pode enxergar-se e sentir-se parte daquela imensidão.
A tradição popular trata com humor os “causos” contados por pescadores, que garantem ter pescado peixes tão grandes que eles nem conseguiram guardar como prova, basta fiar-se na palavra. Santiago precisava de mais do que uma prova física de que foi capaz de pescar um grande peixe. Ele precisava provar a si mesmo que o mar não era páreo para ele, que ele ainda dominava a natureza quando tirava dela o fruto marinho. Era o sonho que ainda vivia, e, enquanto houver sonho, vai haver vida.

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