sábado, 10 de outubro de 2009

Conto - A Literatura rápida e de boa qualidade


O conto é uma forma literária muito antiga, bem anterior ao romance, que só foi definido após a Revolução Francesa, o conto já era um estilo conhecido. Um bom exemplo são os contos de Fada, os Irmãos Grimm e Charles Perrault trouxeram ao público estórias tradicionais européias, contadas por pessoas simples. Não fosse este feito dos Irmãos Grimm e de Perrault, muitas destas estórias teriam morrido junto com aquelas gerações.
No século XIX, o norte-americano Edgar Allan Poe deu nova vida ao conto de terror e contribuiu para a formação do conto policial. Antes de Poe, a Literatura de terror era constituída por romances fantasmagóricos, cercados de lugares assombrados, almas de outro mundo e figuras bizarras. Coube a Poe restaurar este estilo, com estórias que exploram a figura humana degradada psicológicamente. O pesonagem do Detetive Dupin, criado por Poe nos "Crimes da Rua Morgue" inspirou a criação do mais famoso e popular detetive da cultura mundial, Sherlock Holmes, pelo escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle.
No Brasil, o século XIX também foi própero no gênero do conto, pois neste período surgiu um dos maiores contistas da Literatura escrita em língua portuguesa: Machado de Assis (também mestre do romance). Machado de Assis soube dar vigor ao conto, enquanto na Literatura Brasileira o romance e a poesia prevaleciam; muitos de seus contos tornaram-se populares e apreciados pela crítica.
No século XX e XXI, o conto é visto por muitos críticos como a Literatura contemporânea por excelência, por proporcionar ao leitor uma leitura rápida que combina com os tempos modernos e a velocidade tecnológica a qual a sociedade obedece.
Mas um gênero não dispensa o outro, mesmo que os tempos mudem e a sociedade se transforme. A chegada do romance não anulou a poesia. O sucesso do conto não vai anular o romance. O conto e o romance são diferentes e sua diferença não se resume a questões de extensão. A linguagem do conto é condensada e ó enredo apresenta dramas únicos, com poucos personagens e geralmente um desfecho trabalhado, um "fechar com chave de ouro". O romance, por sua vez, apresenta no enredo tramas paralelas vividas por personagens secundários, enquanto o protagonista e antagonista vivem suas estórias.
Certas vezes, os personagens secundários são construídos de uma forma tão magnífica que ganham destaque e análise cuidadosa. É o caso do romance "Ana Karênina" de Leon Tolstói, no qual o personagem Liêvin vive um enredo a parte do desenrolar da trama principal, da adúltera Ana. Liêvin é uma opção de análise, pois é um personagem intenso, um homem do campo que não se adapta as grandes metrópoles da época, isso faz com que viva isolado em sua fazenda, com seu ciúme e sua paixão pela jovem Kitty, enquanto Ana Karênina vive seus dramas sentimentais e de consciência.
De qualquer forma, conto e romance sempre serão dois gêneros essenciais para a Literatura, pois, condensam em si, todos os encantos da narrativa.


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