quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Moradora de Wildfell Hall - Anne Brontë


Quando Anne Brontë publicou no ano de 1848 o romance "A Moradora de Wildfell Hall" sob o pseudônimo de Acton Bell, a sociedade puritana inglesa o julgou inapropriado para o público feminino. Mal sabiam que a responsável pela obra era uma jovem do campo, de sáude frágil, não destinada a viver por muito tempo.
Considerado um dos primeiros livros a denunciar a submissão feminina na sociedade inglesa, o romance apresenta um novo posicionamento da mulher em relação ao homem, pois, para Anne Brontë, a mulher deveria ser dona do seu próprio destino. Pode parecer um tema banal nos dias atuais, mas para a época, foi um grande marco.
A protagonista Helen, mora com os tios e recusa vários pedidos de casamento, alguns vindos de verdadeiros cavalheiros, outros de homens com pouco valor moral. Sob protestos da tia, Helen se apaixona e se casa com Arthur Huntingdon, um jovem libertino e apreciador dos prazeres da vida. Helen, uma mulher religiosa, acredita que poderá através da sua força salvar o marido daquele mundo de vícios no qual ele vivia.
Tempos depois da união, Helen percebe que sua missão fica cada vez mais difícil, pois Arthur não abandona a vida sem regras, a justificando com uma espécie de carpe diem. Nem mesmo o nascimento do primeiro filho do casal serve para mudar as atitudes de Arthur.
Cada vez mais perdido no vício do álcool, Arthur chega ao ponto de trair a esposa dentro da própria propriedade do casal, com a esposa de um velho amigo seu.
Decidida a livrar-se da situação na qual vive, Helen arquiteta uma fuga com o filho e a velha governanta da casa, mas é frustrada por Arthur que descobre tudo.
Com a ajuda do irmão, Frederick, ela consegue enfim, livrar-se do casamento fracassado, fugindo com seu filho e sua fiel governanta para um local distante, precisamente, para a propriedade rural de Wildfell Hall.
A população local não aceita bem o fato daquela mulher misteriosa morar na velha casa abandonada e logo Helen se vê cercada por boatos sobre seu caráter e sua reputação.
Apenas Gilbert Markham, um jovem fazendeiro vizinho, tem simpatia pela nova moradora da região. Depois de conviver algum tempo com Helen, ele apaixona-se perdidamente, cercado a amada de propostas.
Anne Brontë possuía convicções religiosas e sendo filha de um pastor anglicano, nuca permitiria que sua heroína cometesse um adultério. Este é o ponto que dá ao romance a dosagem certa entre o escândalo e o libero feminista.
Mesmo com um marido tirano e infiel, Helen rejeita os carinhos de Markham e depois que ele descobre todos os segredos de Helen, ela chega a dizer que o amor dos dois só será possível no céu, pois enquanto seu marido viver, ela não poderá se entregar a outro homem.
Depois de algum tempo de fuga, Helen descobre que seu marido está doente, uma doença que é fruto dos vícios que ele cultivava. Prontamente, ela volta à sua antiga casa e cuida de Arthur até o dia da sua morte, tentando até o último momento convertê-lo daquele comportamento pervertido. As ações de Helen são em vão, pois, Arthur morre sem que a esposa consiga sua conversão.
Mais de um ano depois de ficar viúva, Helen encontra-se novamente com Markham e, numa atitude muito ousada para a época, deixa claro que gostaria de passar o resto da vida ao lado dele.
O casamento próspero que a jovem viúva consegue, é um prêmio por sua luta e pela sua honestidade que manteve...um verdadeiro romance feminista da Era Vitoriana.

Um comentário:

  1. Acabei de ler esse livro, achei maravilhoso, é muito bem escrito,não é muito bom ver que existe ainda hoje tantas mulheres na mesma situação que a Helen, a sorte é que há homens como o Gilbert ainda também.

    A historia,é forte principalmente quando se chega asegunda parte,na qual Helen fala sobre o seu casamento e descreve todos os atos os vicios de seu marido.
    O livro vale como lição hoje em dia, tanto quanto valeu quando foi escrito em 1848, porque ainda se vê muitas meninas que são tolas o bastante para cair nas promessas de sedutores como Helen foi.
    Uma linda historia que vale a pena ser lida, para se pensar mais no que vemos ao nosso redor, e ainda se apaixonar por mais uma das grandes irmãs Bronte.

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