quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Peripécias amorosas nos romances


Grandes romances da Literatura mundial se valeram das peripécias amorosas para contruir seus enredos. No Romantismo brasileiro, por exemplo, os apaixonados percorrem um árduo caminho até chegar ao The End... "A Moreninha" de Joaquim Manuel de Macedo, os apaixonados Augusto e Carolina se conhecem desde a infância, quando trocam promessas e símbolos de um futuro amor eterno. Eles atravessam as separações do destino, o tempo, as intrigas adolescentes, os enganos...até que se reconhecem e descobrem que nada foi o bastante para separá-los. "O Moço Loiro", também de Macedo, tem um enredo perfeito para adaptações para a TV: o roubo de uma jóia rara da família, a paixão do acusado pela prima, a busca pela justiça e pelo perdão da família...em "Memórias de um Sargento de Mílicias" de Manuel Antônio de Almeida, o namorador Leonardinho, depois de uma tentativa frustrada de declaração à Luisa, se envolve em muitos casos complicados e só consegue voltar ao seu amor verdadeiro depois que a jovem fica viúva. E o que dizer dos romances de José de Alencar? No romance "Senhora" a jovem pobre Aurélia ama Fernando, mas antes de poder viver este grande amor ela tem que enfrentar muitos obstáculos, como o abandono do noivo que a troca por um "dote" que o ajudaria a pagar suas dívidas de jogo. Numa reviravolta da vida, Aurélia recebe uma herança e "compra" o marido para vingar-se de todo o sofrimento e humilhação que lhe foram impostos. Depois de humilhar o marido publicamente perante a sociedade a resignada moça se rende ao amor de Fernando. Em "A Viuvinha" o casal tem que enfrentar algo muito pior do que uma separação por interesses financeiros, eles tem que enfrentar a morte. Claro que a morte é apenas uma mentira, mas por muitos anos, a jovem acredita que seu marido se suicidara na noite de núpcias e quando ele retorna, precisa conquistá-la novamente, dizendo ser um outro homem.
Na literatura estrangeiras também temos ótimos exemplos: no romance italiano "Os Noivos" de Alessandro Manzoni, o que impede os noivos de realizar o casamento é o amor de um fidalgo pela jovem Lúcia. Os dois se separam e passam por situações muitos complicadas, como perseguições, aprisionamentos, e até mesmo a Peste Negra que dizimava a Europa em plena Idade Média.
Em "O Conde de Monte Cristo" de Alexandre Dumas, estava tudo dando certo na vida de Dantes, até ele ser traído e preso, acusado de um crime que não cometera; o seu "amigo" traidor casa-se com sua noiva e todos acreditam que ele não resistira a prisão. Depois de inúmeras peripécias, ele consegue escapar e encontra uma grande fortuna que lhe permite voltar e se vingar dos seus traidores.
Os romances de Jane Austen são cercados de situações nas quais o amor é posto a prova. Em "Orgulho e Preconceito" Elisabeth acredita que seu romance com Mr. Darcy não tará futuro, já que seu comportamento lhe inspira mistério e desconfiança. Depois de muitas intrigas e mal entendidos, eles se casam. Em "Razão e Sensibilidade" há noivados desfeitos, casamentos inacreditáveis. No romance "Persuasão" o casal apaixonado é separado pelas diferenças sociais: uma jovem da prestigiada e nobre família Elliot não poderia perder sua vida ao lado do pobre Frederick Wentworth. O Jovem ambicioso ingressa na Marinha e se torna capitão, consegue uma grande fortuna e depois de um jogo de conquista, consegue o tão sonhado casamento com Anne Elliot.
O que seria da Literatura sem as peripécias do destino que separam os amantes e os colocam depois no mesmo caminho novamente? Acho que a Literatura teria sido privada de grandes clássicos caso os enredos se resumissem a um começo, meio e fim felizes.

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