quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Os Irmãos Corsos - Alexandre Dumas Pai

Os romances de Alexandre Dumas Pai eram esperados com grande expectativa pelo público leitor do século XIX, todavia não ficaram esquecidos com o passar dos anos. O cinema se aproveita dos enredos de Dumas e de seus personagens heróicos e marcantes. Há várias versões para o cinema do clássico "Os três Mosqueteiros", as crianças adoram as versões em forma de desenho animado. "O homem da máscara de ferro", " O Conde de Monte Cristo"...todos criaram estereótipos do romance de aventura, com situações incríveis que prendem o leitor do início ao fim.
Neste mesmo segmento está "Os Irmãos Corsos". Neste romance, os irmãos gêmeos Luís e Luciano de Franchi não aparecem juntos em nenhum momento, mas existe uma ligação entre os dois muito forte, que faz com que estejam eternamente ligados, como se fossem apenas um. Eles são siameses, nasceram unidos pelo flanco e conseguem captar os sentimentos um do outro nas diversas situações da vida. Isso faz com que o romance esteja cercado de mistério. Enquanto Luís estudava Direito em Paris, seu irmão Luciano continuava na Córsega, em companhia da mãe, destinado a ser um típico habitante corso. A estória nos é narrada por um viajante que pede hospedagem na casa da Senhora De Franchi.
Desde o princípio notamos a diferença no comportamento dos dois irmãos...um é destinado a carreira na França, outro, vive de forma simples, ligado aos costumes "selvagens" que a capital francesa creditava aos corsos. Sendo Luís de comportamento mais boêmio, era natural que se envolvesse em situações que o levassem a ser desafiado para um duelo...então os dois irmãos são separados pela morte, mas continuam unidos no desejo de vingança e de restituir a honra ao gêmeo morto.
É possível notar no romance colocações que definem as diferenças entre os costumes da Córsega e do restante da França. A influência dos costumes franceses também fica clara, sendo que muitos corsos não vêm com bons olhos esta influência, que pode vir a descaracterizar a Ilha.
Se os irmãos gêmeos costumam ser personagens muito produtivos para a arte, Alexandre Dumas pai consegue construir seus personagens imbuídos de grande carga emocional, com uma ligação que vai além da semelhança física, estendendo-se para além da vida e de tudo que pode ser provado científicamente.
Sem dúvida nenhuma é uma leitura muito interessante, pois vai proporcionar ao leitor compartilhar da emoção que os leitores contemporâneos a Dumas Pai sentiam ao deperar-se com a magia das obras criadas pelo mestre do Romantismo francês.

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