sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Pequena Sereia - Hans Christian Andersen


Quando li pela primeira vez, "A Pequena Sereia" do dinamarquês Hans Christian Andersen, confesso que esperava outra coisa. A imagem da sereiazinha Ariel, criada pela Disney, povoava minha mente de criança aos dez anos. O que eu encontrei foi uma estória que até então, eu não entendia. A estória de um amor intenso, impossível, de doação, de martírio...A sereia, um ser marítimo, famosa pela bela voz e pelos sedutores cabelos...características que encantam os marinheiros, que se apaixonam e deixam-se levar pelas criaturas do oceano; se apaixona por um humano e no ardor da sua paixão, aceita vender sua maior dádiva, sua bela voz, para uma bruxa, a troca de ter as tão necessárias pernas, que a levariam ao encontro do seu grande amor. Além de perder sua voz, a sereia precisaria conquistar e casar-se com seu grande amor, caso contrário, transformaria-se em espumas ao mar, já que abrira mão de sua imortalidade e as sereias não têm alma, por isso, não podem morrer. Ela sofreria também, ao caminhar, a dor de facas penetrando seus pés. Estes sofrimentos impostos, não levaram a sereia apaixonada a desfazer seu plano de viver um grande amor.
Falhando em seu plano, já que o amado ficou noivo de outra, a sereia estava condenada a um destino cruel, que se consolidaria numa viagem de navio que ela fazia junto com outros convidados para o casamento do jovem com sua noiva humana. As irmãs da sereia procuram a bruxa e buscam uma saída para a irmã: elas dariam seus cabelos em troca de um punhal com o qual a sereia apaixonada deveria matar seu amdo antes do casamento, livrando-se assim, dos martírios que lhe estavam destinados.
Como o amor pelo jovem humano, falava mais alto em seu coração que o amor pela vida, a pequena sereia deixa que os noivos se casem e cumprindo sua sina, se transforma em espumas ao mar.
Uma estória macabra (errôneamente classificada como conto de fada), sobre um amor que levou a bela voz do mar a se calar e a dar a vida pelo homem amado, mesmo que ele não lhe pertencesse.




Um comentário:

  1. Queridas Ligia e Cristina,
    Como não se apaixonar por qualquer dos contos de Walt Disney (hoje já são uma indústria... Pixar). Mas voltemos a sereiazinha;
    Não sei a idade de vocês mas pelo que disseram são bem mais novas que eu (que sou de 1967). Tive a oportunidade de conhecer muito antes esta história, pois um parente viajou até lá e ao voltar contou. Eu e minha irmã (3anos + nova), nunca mais esquecemos. Concordo com o fato de ser errôneamente classificada como "conto de fadas", na minha opinião deveria ser um drama. Acho que o termo "macabra" fica muito pesado.
    Se der uma olhada na wikipédia sobre a história do autor vai talvez entender um pouco melhor, afinal ele não teve direito a chance de ser criança...
    Gostei muito do espaço e adorei o título!
    Boa sorte!
    Abraços,
    Carla R.

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