“Todas as famílias felizes são parecidas entre si. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira.” Esta enigmática frase inicia o romance de Leon Tolstoi. Ela introduz a situação que fará Ana sair de São Petersburgo para ir até Moscou tentar salvar o casamento do irmão Stiepan Arcádievitch Oblonski. Ana karênina depara-se com Vronski, um homem jovem e sedutor, bem diferente do seu marido Karenin, vinte anos mais velho do que ela e mais preocupado com a sua posição aristocrática do que com a vida pessoal e familiar. Quando o inicia-se o caso entre Ana e Vronski, Karenin tem uma atitude de cautela, pedindo para que a esposa fosse ao menos discreta nos seus amores. Um exemplo disto é momento no qual Vronski sofre um acidente durante um campeonato de equitação e Ana se desespera:
- Que te pareceu incorreto no meu comportamento?- O desespero que não soubeste esconder quando caiu um dos cavaleiros.Karenin aguardava que ela respondesse, mas Ana permaneceu calada, o olhar fixo diante de si. - Já te pedi que te comportasse corretamente em sociedade para que as más línguas nada tivessem a dizer de ti. De uma vez falei-te, mesmo, das nossas relações íntimas; agora, não, agora falo das relações externas. Comportaste-te de forma inconveniente e desejaria que isto não voltasse a repetir-se. (Ana Karênina p. 209).
Ana enfim, decide-se a abandonar o filho e o marido e vai viver com o amante, mas sua vida não se torna um “mar de rosas”, já que ela sente que terá de pagar um preço pela atitude: ser vista como uma mulher adúltera e sem escrúpulos. Aos poucos, Ana se desespera no medo de perder tudo que lhe restou: o amor de Vronski. Por mais que este lhe dispusesse cuidados e carinhos ela não se sente segura. Coração insaciável é o de Ana, que se torna possessiva e dualista. Às vezes fica feliz por ter tomado a decisão de abandonar a família para viver com Vronski, em outros momentos, se sente culpada por estar longe do filho que teve com Karenin. As brigas entre Ana e Vronski se tornam cada vez mais freqüentes e ela cobra atenção do amante:
- Que te pareceu incorreto no meu comportamento?- O desespero que não soubeste esconder quando caiu um dos cavaleiros.Karenin aguardava que ela respondesse, mas Ana permaneceu calada, o olhar fixo diante de si. - Já te pedi que te comportasse corretamente em sociedade para que as más línguas nada tivessem a dizer de ti. De uma vez falei-te, mesmo, das nossas relações íntimas; agora, não, agora falo das relações externas. Comportaste-te de forma inconveniente e desejaria que isto não voltasse a repetir-se. (Ana Karênina p. 209).
Ana enfim, decide-se a abandonar o filho e o marido e vai viver com o amante, mas sua vida não se torna um “mar de rosas”, já que ela sente que terá de pagar um preço pela atitude: ser vista como uma mulher adúltera e sem escrúpulos. Aos poucos, Ana se desespera no medo de perder tudo que lhe restou: o amor de Vronski. Por mais que este lhe dispusesse cuidados e carinhos ela não se sente segura. Coração insaciável é o de Ana, que se torna possessiva e dualista. Às vezes fica feliz por ter tomado a decisão de abandonar a família para viver com Vronski, em outros momentos, se sente culpada por estar longe do filho que teve com Karenin. As brigas entre Ana e Vronski se tornam cada vez mais freqüentes e ela cobra atenção do amante:
_ Naturalmente quisestes ficar e ficaste. Fazes tudo o que queres (...) – exclamou, cada vez mais exaltada. - Acaso alguém aqui discute os teus direitos? Queres ter razão, pois fique com ela. Vronski fechou a mão, endireitando-se, e no rosto pintou-se-lhe uma expressão ainda mais firme. - Para ti é uma questão de casmurrice, sim, de casmurrice – repetiu ela, olhando fixamente Vronski, quando encontrou um qualitativo para aquela expressão que tanto a irritava. – Para ti o que importa é saber qual de nós acabará por sair vencedor. Mas para mim... – outra vez sentiu compaixão por si própria e pouco faltou para romper a chorar. – Se soubesses o que significa para mim a tua hostilidade, sim, é essa a palavra! Se soubesses o medo que eu tenho de uma desgraça em momentos assim, o medo que tenho de mim mesma! – e Ana voltou o rosto para esconder as lágrimas. .(ANA KARÊNINA Vol.2 p. 250.).
A morte de Ana é sua vingança contra Vronski, que para ela, já havia esquecido de seu amor. Descontrolada ela se suicida na mesma estação de trem na qual os dois se conheceram. “Escrito na estrelas”? Difícil questão a ser respondida, já que Leon Tolstoi construiu o romance sob um clima de maus presságios da protagonista, agoniada por viver uma história de amor condenável aos olhos de todos e que por isso, sempre esperava que algo de mal fosse acontecer para destruir a felicidade conseguida a custo de lágrimas alheias. Vronski tem a guerra da Sérvia como solução para a sua tristeza.
A morte de Ana é sua vingança contra Vronski, que para ela, já havia esquecido de seu amor. Descontrolada ela se suicida na mesma estação de trem na qual os dois se conheceram. “Escrito na estrelas”? Difícil questão a ser respondida, já que Leon Tolstoi construiu o romance sob um clima de maus presságios da protagonista, agoniada por viver uma história de amor condenável aos olhos de todos e que por isso, sempre esperava que algo de mal fosse acontecer para destruir a felicidade conseguida a custo de lágrimas alheias. Vronski tem a guerra da Sérvia como solução para a sua tristeza.
_ O meu único mérito – tornou Vronki – está em que a vida para mim nada mais significa. Apenas sei que ainda me resta energia suficiente para entrar na liça e matar ou morrer. Compraz-me saber que existe alguma coisa por que possa das a minha vida, e não porque precise dela, mas apenas porque se me tornou odiosa. Assim servirá a alguém – acrescentou, com um movimento de impaciência do maxilar, resultado da dor no maxilar que o atormentava e, outrossim, não lhe permitia falar com a expressão desejada. (ANA KARÊNINA VOL.2 p. 320.).
Um romance de adultério? Uma crítica à sociedade aristocrata? A estória de amor entre Ana e Vronski poderia ter se tornado piegas e exageradamente romântica, não fosse a habilidade de Tolstoi em incutir-lhe um tom introspectivo e dualista que leva o leitor a sentimentos diversos em relação à Ana... ora culpada, ora vítima de uma paixão desenfreada por um homem que lhe proporcionaria todos os carinhos que a família clássica da aristocracia não lhe proporcionava mais.
Um romance de adultério? Uma crítica à sociedade aristocrata? A estória de amor entre Ana e Vronski poderia ter se tornado piegas e exageradamente romântica, não fosse a habilidade de Tolstoi em incutir-lhe um tom introspectivo e dualista que leva o leitor a sentimentos diversos em relação à Ana... ora culpada, ora vítima de uma paixão desenfreada por um homem que lhe proporcionaria todos os carinhos que a família clássica da aristocracia não lhe proporcionava mais.
Entre tantas adúlteras famosas da literatura,senti a ausência de Luisa mendonça personagem de "O primo Basílio".
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