O povoado de Santa Fé nunca mais seria o mesmo após a chegada do Capitão Rodrigo. Quando ele entra na venda da cidade ele já causa confusão com o futuro cunhado que se sente ofendido pelos versos que o Capitão declama. O poder de sedução do Capitão Rodrigo não se restringe as muitas mulheres que ele consegue conquistar, pois, ele acaba ganhando a confiança de muitos no povoado, até mesmo do padre, embora seu comportamento fosse o pecaminoso e anticristão, chegando até a fazer piada com a Igreja.
Quando conhece a jovem Bibiana no cemitério em frente ao túmulo da avó Ana Terra, o Capitão se sente atraído pela inocência e a beleza da menina, que sente o mesmo por ele.
Depois de Algumas reservas do pai de Bibiana, Pedro Terra ( filho de Ana Terra e Pedro Missioneiro), eles se casam, com a ajuda do padre da cidade que interfere mesmo sabendo que o Capitão Rodrigo podia vir a ser um péssimo marido.
Depois da lua-de-mel e da primeira gravidez da esposa, que dá a luz a um menino chamado Bolívar, o Capitão começa com suas traições, esporádicas no princípio, até o dia em que resolve ter uma amante índia fixa o caso mais polêmico: a noite de amor no cemitério com uma imigrante alemã Helga.
Quando a filha do casal morre, o Capitão Rodrigo não está presente, pois, se tornou um jogador chegando a passar noites inteiras fora de casa.
Quando nasce a terceira filha do casal, o Capitão sai para a Revolução Farroupilha e Bibiana cada vez mais se encerra na sua sina, fiando na velha roca da avó e esperando a volta do marido.
O retorno do Capitão Rodrigo acontece e no mesmo dia, ele é assassinado. No final do romance Bibiana está com os filhos observando o túmulo do marido, ao lado do túmulo da avó. Ela pensa na sua realidade, agora com dois filhos para criar mas, sente o conforto de saber que de uma forma ou de outra, seu grande amor sempre estaria ao seu lado. “De qualquer forma, naquele dia, o Capitão Rodrigo tinha voltado para a casa”. A frase de Bibiana explica o seu caráter submisso e fiel, herdado da avó Ana Terra que continuou fiel ao pai de seu filho, mesmo após a sua morte.
“Um Certo Capitão Rodrigo” tem como substrato histórico a emergência e apogeu dos gaudérios, a Revolução Farroupilha e a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul.
O Capitão Rodrigo é amigo de Bento Gonçalves, grande líder da Revolução, por isto sai em guerra e acaba sendo morto ao voltar dela.
O Capitão Rodrigo é uma figura dotada de encantos físicos e também atraí por sua personalidade forte, valente, que personifica o homem gaúcho do século XIX. Os defeitos do capitão são muitos. Ele é machista, vadio, mulherengo, infiel, entre outros, mas, isto não diminui o encanto que ele causa para as mulheres.
Críticos afirmam que não era a intenção de Érico Veríssimo transformam o Capitão Rodrigo no “Símbolo Gaúcho”. A personalidade que misturava fanfarrice, bravura, generosidade e pensamento libertário, não condiz historicamente com os gaudérios da época. Os livros de história os descrevem por vezes como homem “sem rei nem lei”.
O Capitão possui uma paixão muito forte pelos prazeres da vida, inclusive os da cama e mesa. Ele vive a vida de forma intensa e age muitas vezes como um Aquiles, acreditando que só a guerra dá sentido á vida dos homens. Desta forma, é risível ver o Capitão Rodrigo, em certo período, transformado em dono de venda, com uma vida estática e doméstica. São características que trazem ao personagem um tom épico.
A partir do Capitão Rodrigo traça-se um modelo para os Cambarás futuros. Os futuros descendentes seguem a doutrina gaudéria de Rodrigo.
Bibiana, por sua vez, representa o estereótipo feminino no romance, sempre obstinadas, caladas, fiéis, odiando a guerra, mas, aceitando a opinião dos maridos sobre ela, trabalhadeiras, parteiras, respeitando os mortos e lutando para sobreviver.
As mulheres da família Terra, por sua vez, são dotadas de uma submissão aos homens e ao amor, ao passo que possuem uma força extraordinária perante a vida e as lutas que ela propõe. Quando Bibiana nasce, a avó Ana Terra já enxerga o seu futuro: “Mais uma para sofrer nesta vida”. E o sofrimento acontece mesmo na vida de Bibiana, mas, é um sofrimento consciente que ela mesma escolheu.
Nota-se uma característica presente em outras obras de Érico Veríssimo, o anti-machismo defendido pelo autor. Nos romances da primeira fase os homens são sempre confusos e têm medo de enfrentar a vida e os problemas, já as mulheres são fortes psicologicamente e conduzem a família e os maridos.
Pode-se dizer que o tempo está associado aos homens, na medida em que estes antecipam o trabalho daquele, contribuindo, através da violência sistemática, com a força destruidora a que o tempo tudo submete.
Já o vento relaciona-se simbolicamente com as mulheres, porque estas representam a resistência humana contra as guerras e o instinto da morte. Para isso, Ana Terra, Bibiana Terra e Maria Valéria Terra valem-se da memória (sempre deflagrada em noites de vento). Atiçada pelas ventanias, a memória feminina restabelece lembranças dos que já partiram e, ao evocá-los, injeta neles um sopro de vida. Lembrar é, pois, resistir ao sem-sentido do tempo e protestar contra a morte.
Por isso, no final da trilogia, o escritor Floriano Cambará - sentindo-se mais próximo das recordações femininas que da arrogância guerreira dos homens - resolve salvar a memória que as mulheres conservaram de todas as experiências fundamentais da família Terra-Cambará. E registra, então, sob a forma de um romance, o mundo passado que o tempo, inexoravelmente, transformaria em pó, em nada. Para o escritor, só a arte responde à falta de significado da vida humana. Só a arte tem o poder de resistir à voragem do tempo.
As primeiras páginas do romance de Floriano Cambará terminam O tempo e o vento:
"Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado."
Fechando-se sobre si mesmo, o romance termina da mesma forma que, duas mil e duzentas páginas antes, havia iniciado: "Era uma noite fria
Quando conhece a jovem Bibiana no cemitério em frente ao túmulo da avó Ana Terra, o Capitão se sente atraído pela inocência e a beleza da menina, que sente o mesmo por ele.
Depois de Algumas reservas do pai de Bibiana, Pedro Terra ( filho de Ana Terra e Pedro Missioneiro), eles se casam, com a ajuda do padre da cidade que interfere mesmo sabendo que o Capitão Rodrigo podia vir a ser um péssimo marido.
Depois da lua-de-mel e da primeira gravidez da esposa, que dá a luz a um menino chamado Bolívar, o Capitão começa com suas traições, esporádicas no princípio, até o dia em que resolve ter uma amante índia fixa o caso mais polêmico: a noite de amor no cemitério com uma imigrante alemã Helga.
Quando a filha do casal morre, o Capitão Rodrigo não está presente, pois, se tornou um jogador chegando a passar noites inteiras fora de casa.
Quando nasce a terceira filha do casal, o Capitão sai para a Revolução Farroupilha e Bibiana cada vez mais se encerra na sua sina, fiando na velha roca da avó e esperando a volta do marido.
O retorno do Capitão Rodrigo acontece e no mesmo dia, ele é assassinado. No final do romance Bibiana está com os filhos observando o túmulo do marido, ao lado do túmulo da avó. Ela pensa na sua realidade, agora com dois filhos para criar mas, sente o conforto de saber que de uma forma ou de outra, seu grande amor sempre estaria ao seu lado. “De qualquer forma, naquele dia, o Capitão Rodrigo tinha voltado para a casa”. A frase de Bibiana explica o seu caráter submisso e fiel, herdado da avó Ana Terra que continuou fiel ao pai de seu filho, mesmo após a sua morte.
“Um Certo Capitão Rodrigo” tem como substrato histórico a emergência e apogeu dos gaudérios, a Revolução Farroupilha e a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul.
O Capitão Rodrigo é amigo de Bento Gonçalves, grande líder da Revolução, por isto sai em guerra e acaba sendo morto ao voltar dela.
O Capitão Rodrigo é uma figura dotada de encantos físicos e também atraí por sua personalidade forte, valente, que personifica o homem gaúcho do século XIX. Os defeitos do capitão são muitos. Ele é machista, vadio, mulherengo, infiel, entre outros, mas, isto não diminui o encanto que ele causa para as mulheres.
Críticos afirmam que não era a intenção de Érico Veríssimo transformam o Capitão Rodrigo no “Símbolo Gaúcho”. A personalidade que misturava fanfarrice, bravura, generosidade e pensamento libertário, não condiz historicamente com os gaudérios da época. Os livros de história os descrevem por vezes como homem “sem rei nem lei”.
O Capitão possui uma paixão muito forte pelos prazeres da vida, inclusive os da cama e mesa. Ele vive a vida de forma intensa e age muitas vezes como um Aquiles, acreditando que só a guerra dá sentido á vida dos homens. Desta forma, é risível ver o Capitão Rodrigo, em certo período, transformado em dono de venda, com uma vida estática e doméstica. São características que trazem ao personagem um tom épico.
A partir do Capitão Rodrigo traça-se um modelo para os Cambarás futuros. Os futuros descendentes seguem a doutrina gaudéria de Rodrigo.
Bibiana, por sua vez, representa o estereótipo feminino no romance, sempre obstinadas, caladas, fiéis, odiando a guerra, mas, aceitando a opinião dos maridos sobre ela, trabalhadeiras, parteiras, respeitando os mortos e lutando para sobreviver.
As mulheres da família Terra, por sua vez, são dotadas de uma submissão aos homens e ao amor, ao passo que possuem uma força extraordinária perante a vida e as lutas que ela propõe. Quando Bibiana nasce, a avó Ana Terra já enxerga o seu futuro: “Mais uma para sofrer nesta vida”. E o sofrimento acontece mesmo na vida de Bibiana, mas, é um sofrimento consciente que ela mesma escolheu.
Nota-se uma característica presente em outras obras de Érico Veríssimo, o anti-machismo defendido pelo autor. Nos romances da primeira fase os homens são sempre confusos e têm medo de enfrentar a vida e os problemas, já as mulheres são fortes psicologicamente e conduzem a família e os maridos.
Pode-se dizer que o tempo está associado aos homens, na medida em que estes antecipam o trabalho daquele, contribuindo, através da violência sistemática, com a força destruidora a que o tempo tudo submete.
Já o vento relaciona-se simbolicamente com as mulheres, porque estas representam a resistência humana contra as guerras e o instinto da morte. Para isso, Ana Terra, Bibiana Terra e Maria Valéria Terra valem-se da memória (sempre deflagrada em noites de vento). Atiçada pelas ventanias, a memória feminina restabelece lembranças dos que já partiram e, ao evocá-los, injeta neles um sopro de vida. Lembrar é, pois, resistir ao sem-sentido do tempo e protestar contra a morte.
Por isso, no final da trilogia, o escritor Floriano Cambará - sentindo-se mais próximo das recordações femininas que da arrogância guerreira dos homens - resolve salvar a memória que as mulheres conservaram de todas as experiências fundamentais da família Terra-Cambará. E registra, então, sob a forma de um romance, o mundo passado que o tempo, inexoravelmente, transformaria em pó, em nada. Para o escritor, só a arte responde à falta de significado da vida humana. Só a arte tem o poder de resistir à voragem do tempo.
As primeiras páginas do romance de Floriano Cambará terminam O tempo e o vento:
"Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado."
Fechando-se sobre si mesmo, o romance termina da mesma forma que, duas mil e duzentas páginas antes, havia iniciado: "Era uma noite fria
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