Incluído entre os “contos de horror, de mistério e de morte”, “Berenice” é um conto que representa perfeitamente a obra de Edgar Allan Poe, cercada de suspense e terror.
Um jovem chamado Egeu, que é o narrador personagem, inicia o conto falando sobre sua própria personalidade e sua relação com o solar em que viveu. Naquele solar ele nasceu e sua mãe havia morrido. Vivia junto dele no solar paterno, a prima Berenice.
Enquanto ele, com suas preocupações minuciosas, era tido como um jovem doente e problemático, a prima irradiava vida e alegria.
Em um determinado período da sua vida, a situação mudou. Berenice sem explicação, ficou muito doente e perdeu a alegria de viver, sua morte era dada como certa.
Sabendo que a prima sentia algo por ele e lembrando-se do seu amor por Berenice nos dias radiantes, o jovem resolveu pedi-la em casamento, já que via a morte se aproximar cada vez mais da menina.
Um dia, enquanto Egeu estava no escritório da casa, Berenice surgiu na entrada e parou na porta. Ela estava com a aparência descarnada, pálida, ferida, mais parecida com um vulto que com um ser humano.
Foram minutos de contemplação nos quais Egeu notou algo de singular na face de Berenice: seus dentes, mostrados num sorriso que contrastava com o resto do seu corpo.
Enquanto a pele era pálida, cheia de doenças, os dentes eram brancos, limpos, brilhantes, pareciam marfim.
Depois deste episódio, começou a brotar dentro do peito do rapaz, uma obsessão pelos dentes de Berenice e todo o seu tempo era gasto em pensar e lembrar deles. Era uma volta a vida radiosa transmitida por Berenice nos dias saudáveis.
Chegou o dia fatal, no qual Berenice partiu. Enquanto as pessoas da casa preparavam o enterro, Egeu foi ver o corpo da prima. Ao ver o rosto, ele ficou consternado, pois, lhe pareceu vê-la sorrir, assim como pareceu que ela havia mexido um dedo da mão. Assustado, ele saiu correndo do quarto e acabou dormindo.
Quando acordou, já era meia-noite, e ele não se lembrava bem o que havia acontecido antes de pegar no sono. Lembrava-se apenas de que a esta hora, a prima já estava sepultada.
Ele notou uma caixa em cima da mesa, e não se lembrou de te-la colocado ali.
Foi então, que ouviu barulho na casa. Eram os familiares que gritavam. Um empregado entrou no escritório, onde ele havia adormecido, e disse-lhe que o tumulo de Berenice fora violado e o corpo, que ainda vivia, havia sido desfigurado.
Notou então, as nódoas de sangue na roupa de Egeu e suas mãos feridas com unhas humanas. O jovem perplexo entrou em desespero maior quando viu uma pá no escritório. Olhou para a caixa na mesa, mas, não conseguiu abrir, acabou por derrubá-la. Neste momento, caíram de dentro da caixa, os brancos e brilhantes dentes de Berenice, que tanto o haviam fascinado.
Contexto histórico
Quando Edgar Allan Poe nasceu, 1809, os Estados Unidos da América não eram a grande potência cultural da língua e literatura inglesa. Embora grandes escritores já tivessem marcado a Literatura norte-americana, como Nathaniel Hawthorne, por exemplo, cabia a literatura produzida na Grã-Bretanha um papel de destaque entre a literatura mundial.
Coube a Poe, então, o mérito de haver renovado o conto e o romance de terror, servindo de influência até para escritores ingleses, já que o romantismo pessimista inglês teve considerável contribuição de Edgar Allan Poe.
Cabe a ele também, a criação do gênero policial, com seus contos de dedução, carregados de suspense. Entre estes, merece destaque “Os crimes da Rua Morgue”, no qual ele cria a imagem do detetive que conhecemos hoje. Tudo isto, por meio do detetive francês Dupin, que aparece em outros contos também.
Por tantos méritos, Edgar Allan Poe mereceu o reconhecimento de grandes autores da literatura mundial, como Baudelaire, Mallarmé e Valéry que o declarou um dos seus mestres.
Personagens
O conto Berenice tem como protagonista o narrador-personagem Egeu. Alguns personagens, como o pai e a mãe do narrador, são apenas citados, não se caracterizando como personagens secundários, mas, como pano de fundo.
É interessante notar que Poe caracteriza um personagem apenas pela sua profissão. O empregado que participa da cena final é um exemplo disto.
A personagem que da nome ao conto, Berenice, em nenhum momento toma a palavra, servindo de esboço para as obsessões e reflexões do protagonista.
Foco narrativo
O narrador volta os olhos para a figura atormentada de Egeu, com seus dilemas e sua estranha adoração pelos dentes da prima.
Tempo e espaço
O tempo no ínicio, transcorre normal, com Egeu lembrando fatos e contando-os. A partir da estranha morte de Berenice e dos acontecimentos seguintes, o tempo parece ser psicológico, já que não sabemos ao certo o que de fato aconteceu, a morte e o possível sepultamento da moça ainda viva, são envoltos em mistério.
Um jovem chamado Egeu, que é o narrador personagem, inicia o conto falando sobre sua própria personalidade e sua relação com o solar em que viveu. Naquele solar ele nasceu e sua mãe havia morrido. Vivia junto dele no solar paterno, a prima Berenice.
Enquanto ele, com suas preocupações minuciosas, era tido como um jovem doente e problemático, a prima irradiava vida e alegria.
Em um determinado período da sua vida, a situação mudou. Berenice sem explicação, ficou muito doente e perdeu a alegria de viver, sua morte era dada como certa.
Sabendo que a prima sentia algo por ele e lembrando-se do seu amor por Berenice nos dias radiantes, o jovem resolveu pedi-la em casamento, já que via a morte se aproximar cada vez mais da menina.
Um dia, enquanto Egeu estava no escritório da casa, Berenice surgiu na entrada e parou na porta. Ela estava com a aparência descarnada, pálida, ferida, mais parecida com um vulto que com um ser humano.
Foram minutos de contemplação nos quais Egeu notou algo de singular na face de Berenice: seus dentes, mostrados num sorriso que contrastava com o resto do seu corpo.
Enquanto a pele era pálida, cheia de doenças, os dentes eram brancos, limpos, brilhantes, pareciam marfim.
Depois deste episódio, começou a brotar dentro do peito do rapaz, uma obsessão pelos dentes de Berenice e todo o seu tempo era gasto em pensar e lembrar deles. Era uma volta a vida radiosa transmitida por Berenice nos dias saudáveis.
Chegou o dia fatal, no qual Berenice partiu. Enquanto as pessoas da casa preparavam o enterro, Egeu foi ver o corpo da prima. Ao ver o rosto, ele ficou consternado, pois, lhe pareceu vê-la sorrir, assim como pareceu que ela havia mexido um dedo da mão. Assustado, ele saiu correndo do quarto e acabou dormindo.
Quando acordou, já era meia-noite, e ele não se lembrava bem o que havia acontecido antes de pegar no sono. Lembrava-se apenas de que a esta hora, a prima já estava sepultada.
Ele notou uma caixa em cima da mesa, e não se lembrou de te-la colocado ali.
Foi então, que ouviu barulho na casa. Eram os familiares que gritavam. Um empregado entrou no escritório, onde ele havia adormecido, e disse-lhe que o tumulo de Berenice fora violado e o corpo, que ainda vivia, havia sido desfigurado.
Notou então, as nódoas de sangue na roupa de Egeu e suas mãos feridas com unhas humanas. O jovem perplexo entrou em desespero maior quando viu uma pá no escritório. Olhou para a caixa na mesa, mas, não conseguiu abrir, acabou por derrubá-la. Neste momento, caíram de dentro da caixa, os brancos e brilhantes dentes de Berenice, que tanto o haviam fascinado.
Contexto histórico
Quando Edgar Allan Poe nasceu, 1809, os Estados Unidos da América não eram a grande potência cultural da língua e literatura inglesa. Embora grandes escritores já tivessem marcado a Literatura norte-americana, como Nathaniel Hawthorne, por exemplo, cabia a literatura produzida na Grã-Bretanha um papel de destaque entre a literatura mundial.
Coube a Poe, então, o mérito de haver renovado o conto e o romance de terror, servindo de influência até para escritores ingleses, já que o romantismo pessimista inglês teve considerável contribuição de Edgar Allan Poe.
Cabe a ele também, a criação do gênero policial, com seus contos de dedução, carregados de suspense. Entre estes, merece destaque “Os crimes da Rua Morgue”, no qual ele cria a imagem do detetive que conhecemos hoje. Tudo isto, por meio do detetive francês Dupin, que aparece em outros contos também.
Por tantos méritos, Edgar Allan Poe mereceu o reconhecimento de grandes autores da literatura mundial, como Baudelaire, Mallarmé e Valéry que o declarou um dos seus mestres.
Personagens
O conto Berenice tem como protagonista o narrador-personagem Egeu. Alguns personagens, como o pai e a mãe do narrador, são apenas citados, não se caracterizando como personagens secundários, mas, como pano de fundo.
É interessante notar que Poe caracteriza um personagem apenas pela sua profissão. O empregado que participa da cena final é um exemplo disto.
A personagem que da nome ao conto, Berenice, em nenhum momento toma a palavra, servindo de esboço para as obsessões e reflexões do protagonista.
Foco narrativo
O narrador volta os olhos para a figura atormentada de Egeu, com seus dilemas e sua estranha adoração pelos dentes da prima.
Tempo e espaço
O tempo no ínicio, transcorre normal, com Egeu lembrando fatos e contando-os. A partir da estranha morte de Berenice e dos acontecimentos seguintes, o tempo parece ser psicológico, já que não sabemos ao certo o que de fato aconteceu, a morte e o possível sepultamento da moça ainda viva, são envoltos em mistério.
Tema
É difícil encontrar um tema para os contos de Edgar Allan Poe, já que ele possuía uma habilidade incrível para criar histórias complexas e personagens psicologicamente abalados.
No conto “Berenice”, o tema é a mente humana, com suas obsessões e sua complexidade. Complexidade que leva um jovem fraco a tomar coragem e violar um tumulo, para conseguir o objeto dos seus desejos: os dentes da prima Berenice.
É difícil encontrar um tema para os contos de Edgar Allan Poe, já que ele possuía uma habilidade incrível para criar histórias complexas e personagens psicologicamente abalados.
No conto “Berenice”, o tema é a mente humana, com suas obsessões e sua complexidade. Complexidade que leva um jovem fraco a tomar coragem e violar um tumulo, para conseguir o objeto dos seus desejos: os dentes da prima Berenice.
muito bom rapaz
ResponderExcluirEssa análize, está muito boa, e abrage toda a complexidade de Edgar Allan Poe e um de seus melhores contos-Berenice. A divisão de temas como foco narrativo, personagens e contexto histórico ajuda ao leitor dividir e organizar suas idéias. Muito obrigado pela ajuda, e espero encontar diversos textos como esses!
ResponderExcluirse escreve "analise"!!!!!!!!!!!!!!!!
Excluiranálise
ExcluirNa verdade o tema não é a mente humana, nem mesmo sua complexidade. Poe defende o conto de efeito, em que apresenta o acontecimento puro e simples, não explora o perfil psicológico das personagens. O que caracteriza sua obra é o horror que provoca no leitor pela apresentação clara dos fatos.
ResponderExcluirO texto de Berenice muito tenso! õ.õ
ResponderExcluirboa noite jooyce
ResponderExcluirMuito boa a análise. Acabei de ler o livro pela primeira vez agora, e não entendi bulhufas, nem se quer consegui perceber do que a estória falava O_O
ResponderExcluireu queria o resumo do que se trata o livro sobre o que fala
ResponderExcluirO burro, você não deve ter lido nada acima, só pode.
ExcluirNão precisa ser tão grosso cm ele né
ExcluirBoa análise,foi profundamente bem crítico,mas ao ler Poe você entra numa atmosfera que nenhuma explicação convém,apenas aquela que você formou ao lê-la.E uma de minhas dúvidas é o enterro de Berenice.Tão estranho,sabendo-se que no final,Egeu vai ao túmulo dela e consegue o seu objetivo,os dentes,mas vem a questão,Berenice foi enterrada viva?Por que?Ela lutou para viver enquanto seu primo arrancava seus dentes?
ResponderExcluirBem,leio sempre esse conto,e o de Ligéia também.Um mistério.
Enfim,respostas que ficaram vagas.
Mas sua análise é boa.Só que ainda procuro respostas.
Beijos,obrigada.
Cheguei nesse mesmo ponto, ela foi enterrada viva????? Perguntas sem respostas... Odeioooo rsrsrsrs
ExcluirHein..?? Perguntas sem respostas..? A resposta pra "pergunta sem resposta" vem logo no começo do conto, quando ele descreve a doença de Berenice.
Excluir"... uma espécie de epilepsia, que não poucas vezes, terminava em catalepsia, muito semelhante à morte efetiva, e da qual despertava ela, quase sempre, duma maneira assustadoramente subitânea..."
Ou seja, ela não morreu. Teve um ataque, não despertou logo e foi dada como morta, simplesmente.
Então, Egeu na sua loucura obsessiva foi lá, e deu uma de colecionador dentário.
E Berenice continuou viva, com certeza mais feia do que nunca.
Ótima explicação sobre Berenice. Um pequeno detalhe no início do conto que passou despercebido para muitos leitores: a epilepsia da moça.
ExcluirMuito obrigado, Cris 2! Na tradução que eu li não falava em catalepsia, mas em “transe em si” e eu não havia entendido o motivo de terem a enterrado viva. Matou a pau ... um abraço
ExcluirSou sua fã Guilherme coutinho
ExcluirÓtima análise. Bem feita e sem floreios.
ResponderExcluiresatamente
Excluir*exatamente :P
Excluiramei me ajudou demais parabéns vc é muito bom! aodrei continue assim!
ResponderExcluirmuito bom este artigo, me ajudou a entende melhor a obra.
ResponderExcluiresse é uma analise de grande respeito.
analise fraca, o conto trata do fascinio que o jovem tem pela morte e pelo lúgubre, ele sente uma propensão pelo tétrico que o impele a ver o "cadaver" da prima e uma fixação mental um estado de monomania que o impede de pensar em outra coisa a não ser no aspecto cadaverico da prima representado pelos dentes.
ResponderExcluirFicou muito boa a sua análise me ajudou muito, obrigada.
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