terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quimeras

QUIMERAS
Num meio dia de sol de primavera vi você chegar
Abandonei a Diana, as aljavas e flechas que haviam dentro de mim,
trazia nos olhos a imensidão desconhecida do mar
E mergulhei na aventura oceânica de amar
Amar sem limites, porque o limite é o cálice
E vi o despenhadeiro ocre da montanha antes do ápice
Calar-se quando há tantas coisas ainda não ditas
Bordados por fazer, flores do campo não vistas
E tinha a sua imagem exuberante à beira do mar
As vestes brancas e a mão pura, titânica
E nos olhos uma ilusória profundeza oceânica
E o sabor inconstante das marés
Nessa imensidão de templos seres que havia em ti
Perdi-me em labirintos e não me reconheço
Perdi-me nas ondas, perdi-me em mim
(MARIA MIGUEL)

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