Tua voz ecoa suave...
Trazendo um gosto acri- doce de saudade,
reacendendo sonhos perdidos sob o orvalho,
numa doce e molhada relva de outono.
A tua voz
me envolve em sedas vermelhas,
faíscam fantasias, trepidam fagulhas – centelhas
como acordes triunfais de Mozart
soberanos, depois de um exílio de silêncio contido.
Essa tua voz de água corrente
Roubou-me o silêncio esquecido,
Que dormia em cascatas seculares
trancado, imerso no mais profundo sonho dormente.Aqui neste escolhido vazio
desperta o sol, que descortina para a vida
e desperta minha face inerte de frio
Desenha nos meus olhos,
o brilho febril desta chama quente,
e acende a flama apagada, deste meu coração que sente.
Maria Aparecida Miguel
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