domingo, 7 de junho de 2009

Joaquim Manuel de Macedo


Joaquim Manuel de Macedo nasceu em Itaboraí, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de junho de 1820, filho de Severino de Macedo carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Sua vida não teve grandes acidentes. Formado em medicina, não parece haver experimentado grande atração pela carreira. Professor, lecionou no Colégio Pedro II, deixando uma “História do Brasil” por perguntas e respostas. Político, foi eleito deputado provincial em várias legislaturas, deputado geral nas legislaturas de 1864 a 1868 e na de 1878 a 1881; figurou numa lista tríplice para senador, e recusou uma pasta no gabinete de 31 de agosto de 1864. Jornalista, colaborou em vários órgãos da imprensa brasileira, publicou neles, em folhetins, alguns dos seus romances. Teatrólogo, escreveu e fez representar diversas peças, entre as quais a comédia “O Novo Otelo” (1863), e o drama “Lusbela” (1863). Em nenhuma destas atividades, entretanto, conseguiu a popularidade que obteve como romancista. Macedo pode ser considerado o George Ohnet brasileiro. Depois da “Moreninha”, publicada em 1844, marcando um extraordinário sucesso literário, suas mais famosas novelas são: “O Moço Louro” (1845), “Os Dois Amores” (1848), “Rosa” (1849), “Vicentina” (1853), “Memórias do sobrinho do meu tio”(1867), “As Mulheres de Mantilha” (1870), “A Misteriosa” (1872). Foi o primeiro romancista brasileiro a focalizar o ambiente da escravidão nas novelas enfeixadas sob o título de “As Vítimas Algozes” (1869). Sem preocupar-se com análises psicológicas, Macedo tinha sempre em mira narrar uma história sentimental, de intriga muitas vezes complicada ( no “Moço Louro” certos episódios lembram páginas de romance policial), em que, depois de várias peripécias, tudo acabava mais ou menos bem, com casamento, reconciliação de inimigos, e o merecido castigo dos maus. Foi o tipo do novelista romântico, mas sem as qualidades artísticas e a poesia de José de Alencar. O autor da “Moreninha” visava apenas distrair, falando ao sentimentalismo das jovens casadouras. Mas suas novelas, pondo de lado o interesse essencialmente romanesco, encerram curiosa documentação de costumes sobre a sociedade do Império. Os tipos característicos da época, os salões, os bailes, o ambiente familiar, tudo isso encontramos nas histórias ingênuas de Macedo. Como observa José Veríssimo, as situações pouco variam, sendo infalível certa categoria de personagens, como a moça namoradeira, a invejosa que contra esta conspira, o galã, o velho alcoviteiro, o estudante, o vilão. Joaquim Manuel de Macedo faleceu no ano de 1882.

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