A expressão “Barba Azul” é utilizada para designar um homem que mata a esposa. Não entendia o porquê disso até ler o conto Homônimo de Charles Perrault. Ele mesmo, Charles Perrault, aquele que escreveu uma das versões da “Chapeuzinho Vermelho”. “O Barba Azul” assim como “Chapeuzinho Vermelho” está longe de ser um conto para criancinhas dormirem, já que a trajetória de Chapeuzinho foi escrita para aconselhar as mocinhas a não darem atenção aos “lobos” que as rodeiam e não se distanciar do “bom caminho”. “O Barba Azul” é um conto macabro, intenso, mas com final feliz, pelo menos para a protagonista.Um homem com uma fortuna muito grande, cercado de vários mistérios, entre eles, a sua barba estranhamente azul e a morte de suas esposas dias após o matrimônio. Ele resolve contrair as núpcias mais uma vez e escolhe uma jovem vizinha que no início repele a idéia de casar-se com aquele homem de barba azul e comportamento suspeito em relação às esposas mortas. Mas, quando conhece a riqueza do pretendente a barba vai se tornando aos poucos menos azul e a imagem dele se tornando menos repulsiva à moça que logo se rende e casa-se com o vizinho misterioso.Poucos dias após o casamento, o Barba Azul resolve fazer uma viagem e deixa para a esposa algumas chaves, dando-lhe permissão de abrir todas as portas da casa, menos a porta que pode ser aberta por uma das chaves concedidas.Como a curiosidade é um defeito comum ao ser humano, a jovem esposa não resiste e resolve abrir a porta proibida. Ao abri-la seu susto foi imenso, já que se encontravam organizadas numa prateleira as cabeças decepadas das antigas esposas de seu marido, além de muito sangue que escorria pelo chão. Ela derruba a chave que sendo mágica, não permite que as marcas de sangue nela sejam apagadas. Com a chegada do marido, a esposa encontra-se desesperada com a promessa dele de que o destino dela seria o mesmo das outras esposas. Ela consegue avisar seus irmãos e quando o marido está prestes a cortar sua cabeça ela implora alguns minutos para rezar antes de morrer. Os irmãos conseguem chegar e livra-la da morte, matando o Barba Azul e colocando fim nos seus crimes. O desfecho feliz vem com a herança deixada pelo Barba Azul para a última esposa, bem como o casamento desta com um homem bom com quem poderia desfrutar todo o dinheiro do falecido assassino. Erroneamente classificado como conto de fadas, “O Barba Azul” é se assim se pode dizer, um pioneiro dos contos de horror macabros que se desenvolveriam no século XIX com Edgar Allan Poe e outros escritores do gênero. Não podemos afirmar que esta era a intenção de Perrault, mas é certo afirmar que este conto possui uma pitada de crítica à sociedade (O casamento da jovem com um homem rico mas de caráter duvidoso), além de elementos fantásticos como a chave mágica, cúmplice do assassinato das esposas.
Charles perrault foi um grande colaborador no desenvolvimento do conto e sua obra vai muito além dos populares "Contos de fadas".
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