O Rio de Janeiro, transformado em corte, sofreu um processo de urbanização e com isto, surgiu uma sociedade consumidora formada pela aristocracia rural, profissionais liberais e jovens estudantes, que buscavam “entretenimento”. O espírito nacionalista exigia uma “cor local” para os romances e não meras importações. O jornalismo vivia seu primeiro grande impulso e os folhetins estavam se desenvolvendo, o teatro nacional estava em grande avanço. Estes são alguns dos fatos que explicam o aparecimento e desenvolvimento do romance no Brasil. O público leitor exigia romances que giravam em torno da descrição dos costumes urbanos, amenidades do campo e personagens selvagens imponentes, concebidos pela ideologia romântica, com a qual o leitor se identifica, já que esta era a realidade que “convinha”. Poucas obras fugiram deste esquema, entre elas, “Memórias de um sargento de milícias” de Manuel Antônio de Almeida e “Inocência” de Visconde Taunay. O primeiro romance brasileiro cronologicamente foi “O filho do pescador” de Teixeira e Sousa, publicado em 1843. Era um romance de trama confusa e sentimentalóide que não serve para definir as linhas que o romance romântico seguiria nas letras brasileiras. Por obter a aceitação do público e ter moldado o gosto deste, correspondendo às expectativas, convencionou-se definir “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844, como o primeiro romance brasileiro. O romance de Macedo é um exímio representante dos romances folhetinescos tão populares entre a burguesia presente no Império Brasileiro. O enredo de “A Moreninha” possui tramas que hoje estão presentes em qualquer novela de TV interessada em aumentar a audiência, já que os tempos mudaram, mas o romantismo “piegas” ainda esta presente nas pessoas. Uma promessa feita na infância, um encontro na juventude, uma moça que espera encontrar o cavalheiro a quem prometeu seu coração há muitos anos e um jovem que não consegue encontrar uma paixão sólida justamente porque está preso a uma promessa de longa data. As coincidências não poderiam ser mais apropriadas para o desfecho feliz do romance. Uma amizade entre Augusto (O jovem da promessa) e o irmão de Carolina (a moreninha), faz com que o casal se aproxime e se sinta atraído mesmo sem ainda reconhecer um ao outro. O camafeu é o símbolo do amor de infância que não morreu com o passar dos anos. Depois de algumas peripécias, o casal se descobre e resolve se casar. O casamento era um fim natural para os cais românticos deste período literário. A pena de Macedo tinha o “gosto Burguês”. O romance “ A Moreninha” explicita isto, com sua história previsível. Outros romances do autor como “O Moço Loiro” e “A luneta mágica”, também apresentam jovens estudantes idealizados, moçoilas casadoiras ingênuas e puras e outros tipos que perambulavam pela cidade do Rio de janeiro.
domingo, 7 de junho de 2009
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O fato de ter sido adaptado pro cinema e televisão ajudou a popularizar o romance.Três veículos e linguagens diferente contando a mesma estória.
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