Enquanto a Europa se preparava para a I Guerra Mundial, o Brasil começava a viver, a partir de 1894, um novo período de sua história republicana: com a posse do paulista Prudente de Morais, primeiro presidente civil, iniciou-se a “República café-com-leite” dos grandes proprietários rurais, que substituía a “República da espada” dos governos de Marechais Deodoro e Floriano. Essa época foi marcada pelo auge da economia cafeeira no Sudeste, pela entrada de grandes levas de imigrantes no país, notadamente de italianos, pelo esplendor da Amazônia, com o ciclo da borracha, e pelo surto de urbanização de São Paulo.
Mas toda essa prosperidade veio acentuar cada vez mais os fortes contrastes da realidade brasileira. Por isso, neste período também ocorreram várias agitações sociais, muitas delas no abandonado Nordeste, como a revolta de Canudos, tema de Os Sertões de Euclides da Cunha.
Em 1904 o Rio de Janeiro a uma rápida mais intensa rebelião popular, a pretexto de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o auto custo de vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, houve uma importante rebelião, dessa vez, dos marinheiros, liderados por João Cândido, o “Almirante Negro”, contra o castigo corporal – a Revolta da Chibata. Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras, sob orientação anarquista, iniciavam os movimento grevistas por melhores condições de salário e trabalho.
Essas agitações eram sintomas da crise na “República do café-com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana de Arte Moderna.
Ao longo da Primeira República (1889 – 19030), os movimentos sociais no campo dividiram em três grandes grupos: os caracterizados pela combinação de conteúdo religioso com carência social; os marcados pela combinação de conteúdo religioso com reivindicação social; e os que simplesmente fizeram reivindicações sociais, sem conteúdo religioso.
Entre os casos pertencentes ao primeiro grupo, estão a Revolta de Canudos e o movimento centrado na figura do padre Cícero Romão Batista.Apesar de não ser uma escola literária o pré-modernismo apresenta várias características, com individualidades muitos fortes, com estilos às vezes antagônicos – como é o caso de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns pontos comuns às principais obras desse período:
Mas toda essa prosperidade veio acentuar cada vez mais os fortes contrastes da realidade brasileira. Por isso, neste período também ocorreram várias agitações sociais, muitas delas no abandonado Nordeste, como a revolta de Canudos, tema de Os Sertões de Euclides da Cunha.
Em 1904 o Rio de Janeiro a uma rápida mais intensa rebelião popular, a pretexto de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o auto custo de vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, houve uma importante rebelião, dessa vez, dos marinheiros, liderados por João Cândido, o “Almirante Negro”, contra o castigo corporal – a Revolta da Chibata. Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras, sob orientação anarquista, iniciavam os movimento grevistas por melhores condições de salário e trabalho.
Essas agitações eram sintomas da crise na “República do café-com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana de Arte Moderna.
Ao longo da Primeira República (1889 – 19030), os movimentos sociais no campo dividiram em três grandes grupos: os caracterizados pela combinação de conteúdo religioso com carência social; os marcados pela combinação de conteúdo religioso com reivindicação social; e os que simplesmente fizeram reivindicações sociais, sem conteúdo religioso.
Entre os casos pertencentes ao primeiro grupo, estão a Revolta de Canudos e o movimento centrado na figura do padre Cícero Romão Batista.Apesar de não ser uma escola literária o pré-modernismo apresenta várias características, com individualidades muitos fortes, com estilos às vezes antagônicos – como é o caso de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns pontos comuns às principais obras desse período:
- Ruptura com o passado, com o academicismo – Apesar de algumas posturas que podem ser conservadoras, há esse caráter inovador em determinadas obras. A linguagem de Augusto dos Anjos, por exemplo, ponteada de palavras “não poéticas” como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta à poesia ainda em vigor. Lima Barreto ironiza tanto os escritores “importantes” que utilizavam uma linguagem pomposa, quanto os leitores que se deixavam impressionar: “Quanto mais incompreensível é ela (a linguagem), mais admirado é o escritor que a escreve, por todos que não lhe entenderam o escrito”. (Os Bruzundangas)
- Denúncia da realidade brasileira – Nega-se o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo.
- Regionalismo - Monta-se um vasto painel brasileiro: no Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha; o vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto.
- Tipos humanos marginalizados - O sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos.
- Ligação com os fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos - Diminuiu a distância entre a realidade e a ficção. São exemplos Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (retrata o governo de Floriano e a Revolta Armada).
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